quarta-feira, outubro 24

Exposições itinerantes do Museu de Ciências da Terra movimentam a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia

Estudantes durante visita à exposição “Dinossauros e Geoparques”
Crianças, adolescentes e adultos que visitaram a 15ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT), no Rio de Janeiro, tiveram contato com réplicas de pegadas de dinossauros e répteis, imagens em 3D de Geoparques, minérios de ferro, ouro, manganês e níquel, rochas ornamentais e pegmatitos. Tais amostras foram expostas pelo Museu de Ciências da Terra (MCTer) por intermédio das exposições itinerantes “Dinossauros e Geoparques” e “Minerais - minérios brasileiros”. Em média, 1.500 pessoas por dia compareceram às atividades promovidas pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações entre os dias 16 e 21 de outubro, no Museu de Astronomia e Ciências Afins e no Instituto de Geociências (IGEO) da Universidade Federal do Rio de Janeiro durante a 2ª Feira Estadual de Geodiversidade.

Graduando do Instituto de Geociências
da UFRJ analisa os minérios
Rafael da Silva, paleontólogo do Serviço Geológico do Brasil (CPRM) e curador da exposição “Dinossauros e Geoparques”, conta que a mostra foi planejada com base na temática do evento. Nesta edição, a SNCT abordou sobre a ciência para redução das desigualdades. “A proposta casou muito bem com os projetos de Geoparques da CPRM. Porque Geoparque é exatamente isso. É você usar informação científica, informação da Geologia e Paleontologia para promover o desenvolvimento de uma região com base no geoturismo em especial”, destacou Rafael. O paleontólogo ainda acrescenta que “as pegadas são a própria rocha. Tratam-se de uma deformação no sedimento que depois se tornaram rocha. Elas podem ser preservadas no local”.

Com a intenção de mostrar os principais minérios brasileiros explorados em larga escala no passado e presente do país, o MCTer levou vários exemplares de minerais, como minérios de estanho, cromo e alumínio. Além disso, rochas ornamentais para evidenciar o uso como revestimento na construção civil. Os pegmatitos, que são os minerais usados com interesse gemológico para joalheria, também compuseram a exposição. “O museu não é só Geologia, o museu é história. Trouxemos uma amostra histórica coletada por Eugenio Hussak naturalista e professor de mineralogia do neto do Dom Pedro II, que data do século 19”, afirmou a pesquisadora em Geociências Adriana Souza.

Houve a participação de mediadores para facilitar a interação com os visitantes em todas as atividades, tornando o espaço acessível a todos os públicos, inclusive para as pessoas com deficiência. “A ciência é um processo. É uma construção humana. Não é uma verdade dada. Então isso também é uma forma de promover a formação cidadã. A SNCT tem um viés inclusivo muito forte. É um evento extremamente democrático. Nós atendemos diversas pessoas com deficiência. Eu por exemplo fiz a mediação para uma aluna com paralisia total dos membros e tronco. O que foi muito gratificante. Toda a área da exposição era acessível. Os cadeirantes puderam acessar livremente e tocar nas réplicas. E nós também pela primeira vez levamos etiquetas em Braile”, ressaltou Nathalia Roitberg gestora do Museu de Ciências da Terra.

A felicidade no olhar de Luan Silva
após ganhar de brinde uma pirita
Luan Silva, 13 anos, estudante da Escola Municipal Pedro Lessa, zona norte do Rio de Janeiro, revela que pela primeira vez pode tocar e conhecer diversos minérios. “Foi bem legal. A hematita é bem bonita porque ela tem uma aparência cristalizada. Esse foi o meu primeiro contato assim com os minérios”. Apaixonado pelo Jurassic World, o estudante Leonardo Feitosa, 11 anos, não imaginava que fosse ver réplicas de pegadas de dinossauros durante a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia. “Achei que iriam falar sobre estrelas e planetas. Fiquei surpreso quando vi dinossauros”, disse.

A hematita é um minério de ferro

Para Rafaela Niemann doutoranda em Geografia do IGEO da UFRJ, essa aproximação da ciência com os alunos é sempre um aprendizado. “A pesquisadora da CPRM me instruiu sobre os minerais, ela me mostrou algumas composições. É sempre uma coisa nova porque às vezes a gente não tem esse contato de ver na prática. Portanto, ação benéfica e positiva”, ponderou Niemann.

Uma atividade lúdica em que as crianças identificavam o tipo de réptil ou dinossauro pela pegada e a entrega de brindes contendo minerais foram alguns dos atrativos disponibilizados pelo museu. Em Brasília, o MCTer prestou apoio em parceria com a Associação Americana de Geólogos do Petróleo (AAPG) e o Museu de Geologia da CPRM, em Porto Alegre, na etapa final das Olimpíadas Brasileiras de Ciências da Terra que ocorreu no dia 20 de outubro. 

Crianças durante atividade lúdica

O Museu de Ciências da Terra possui 111 anos de história e fica localizado na Urca (RJ), e está sob a gestão da CPRM. Aberto a visitações de terça a domingo, das 10 às 16h, a entrada ao museu é gratuita. 

Clique aqui e acesse a galeria de fotos da exposição “Dinossauros e Geoparques”
Clique aqui e acesse a galeria de fotos da exposição “Minerais - minérios brasileiros”

Texto e Fotos: Pedro Henrique Santos
Assessoria de Comunicação
Serviço Geológico do Brasil - CPRM
pedro.pereira@cprm.gov.br
(21) 2295-4641