quarta-feira, agosto 22

CPRM participa da criação da Sociedade Brasileira de Mulheres Geocientistas


Luciana Felicio (CPRM), Rosaline Silva (UFMG), Mariana Ferreira (SBG-DF), Aline Tavares (UFMG), Larissa Lago (PUC-Rio), Leticia Freitas (USP) e Lila Queiroz (CPRM) durante a assinatura da Ata de fundação da ABMG


Em ato histórico, foi criada a Sociedade Brasileira de Mulheres Geocientistas no Congresso Brasileiro de Geologia. A Assembléia Constituinte do movimento Mulheres nas Geociências foi realizada durante o Congresso Brasileiro de Geologia. Participantes do Comitê de Proequidade de Gênero e Raça do Serviço Geológico do Brasil estiveram presentes. A representante da CPRM, Lila Queiroz, foi eleita presidente da Associação que criou a Sociedade.

Com um time de peso, o Conselho Deliberativo formado por Lila Queiroz (CPRM), Aline Tavares (UFMG), Larissa Lago (PUC-Rio), Letícia Freitas (USP), Luciana Felicio (CPRM), Mariana Ferreira (SBG), Rosaline Silva (UFMG) e Gláucia Cuchierato (GeoAnsata) faz parte da primeira turma que deu origem à Sociedade Brasileira de Mulheres nas Geociências. A iniciativa partiu de reuniões informais através das redes sociais e ganhou peso com as reinvindicações de milhares de profissionais que desejavam ser representadas por uma causa que lutasse por elas. A primeira formação será responsável, principalmente, pela aprovação do plano de trabalho a ser desenvolvido.

O objetivo principal da Associação é promover a integração das mulheres que atuem na área de Geociências no Brasil, além de combater discriminações e violências baseadas em gênero. As fundadoras pretendem fornecer uma rede de apoio a casos de mulheres que sofram assédio moral, sexual e racial na execução de suas atividades dentro das geociências, seja no mercado de trabalho, na academia ou em instituições e empresas públicas e privadas.

Entre as comissões permanentes da associação estão a de Desenvolvimento de Políticas Educacionais, de Assuntos Regionais e de Desenvolvimento de Políticas de Igualdade de Gênero.
Lila Queiroz conta emocionada que essa luta é antiga. “Nos últimos cinco anos têm sido formados grupos de mulheres com o foco em lutar contra as desigualdades nas geociências. Esse gesto é reconhecido por homens e mulheres, incluindo o nosso diretor presidente no discurso de abertura do congresso. Nós estamos muito orgulhosas por fazer parte dessa data histórica”, comentou. Ela contou para a CPRM a história da criação em detalhes. 

A criação do documento contou com a colaboração das participantes do evento.  A geofísica Ana Patrícia, presente na assembleia, apoia a iniciativa. “Acho muito importante, porque a gente ainda tem muita coisa para lutar entre igualdade de gênero”, comentou.
Outra participante, Manoela Paz, conta que já sofreu assédio e apoia a criação da Sociedade. “Já sofri assédio e abafaram o caso na empresa em que eu trabalhava. Me senti muito mal e desamparada. Infelizmente é comum a discriminação até mesmo de cargos e capacitação profissional. Espero que a Assembléia consiga lutar por nossos direitos, comentou.

Para Cinara Santos, integrante do Comitê de Gênero da CPRM, a iniciativa promoverá o empoderamento e contribuirá para diminuir as desigualdades e aumentar as oportunidades das mulheres no mercado de trabalho. A associação pretende ainda fortalecer, promover e desenvolver políticas de suporte que visam diminuir as desigualdades étnicas e raciais e promover a igualdade de gênero e salarial.
Com a criação da Sociedade, estão previstas a participação e realização de congressos, exposições, cursos, seminários, oficinas e palestras para desenvolver o conhecimento geocientífico voltado para mulheres com a divulgação e discussão de assuntos pertinentes aos objetivos da entidade.