sexta-feira, agosto 24

CPRM apresenta pesquisas desenvolvidas sobre agrominerais e remineralizadores de solos


Magda Bergmann falou sobre remineralizadores de solos
As pesquisas desenvolvidas pelo Serviço Geológico do Brasil (CPRM) sobre agrominerais e remineralizadores de solos no Brasil foram destaque no 49 Congresso Brasileiro de Geologia. O tema reuniu dezenas de congressistas no estande da CPRM nesta quinta-feira, dia 23/08. Na palestra, apresentada pela pesquisadora da CPRM Magda Bergmann, o público conheceu mais sobre a relação entre a mineração e a agricultura e o papel que a CPRM exerce a frente destas pesquisas.

Como a mineração pode contribuir com o desenvolvimento da agricultura?
Muitos dos descartes da mineração apresentam potencial para uso em solos, seja como condicionadores ou como fontes de nutrientes para as plantas. O estudo dos descartes de mineração com potencial para uso agrícola vai permitir que a mineração possa transformar em  sub-produtos alguns de seus descartes, tenha menos impacto ambiental na disposição dos materiais removidos pela lavra, e ainda forneça um novo produto do tipo fertilizante ou corretivo de solo  ao setor agrícola.

Qual a importância da pesquisa sobre agrominerais e remineralizadores de solos para o país?
A importância é a oferta de fertilizantes alternativos, com menor custo e significativa redução de impacto ambiental quanto ao seu uso. Torna-se impositivo o desenvolvimento de uma nova rota tecnológica que vai permitir ao país diminuição da importação de insumos para fertilizantes. Atualmente, O Brasil importa entre 80 e 90% dos insumos para a elaboração de fertilizantes, principalmente fósforo e potássio. Isto encarece de modo geral as práticas agrícolas, além de tornar o país dependente neste setor, o que é grave considerando-se que o Brasil tem uma economia grandemente voltada para o agronegócio e para a exportação de commodities agrícolas.

Como a CPRM contribui com os avanços nestas pesquisas?
A CPRM procura caracterizar as rochas com potencial para uso agrícola, definindo suas características químicas, seu enquadramento nas instruções normativas que certificam os remineralizadores de solo e determinando a ordem de grandeza dos depósitos, formas de aproveitamento, mapeando os arranjos produtivos nas lavras. O convênio de trabalho com a Embrapa permitiu a formação de grupos de trabalho, de modo que a pesquisa do tema vem evoluindo. Através dos testes agronômicos que são conduzidos pela Embrapa os materiais têm seu desempenho agrícola comprovado ou não, e os resultados, discutidos em conjunto, fornecem novas diretrizes para o prosseguimento das pesquisas.

Qual o potencial até agora identificado no país e quais as principais regiões, áreas com potencialidades e com exploração?
Pela sua grande geodiversidade, o Brasil apresenta potencial de rochas com emprego agronômico em quase todos os Estados. As regiões Sul e Sudeste contam com as rochas vulcânicas do grupo Serra Geral que podem ser fontes de nutrientes do tipo potássio, cálcio, magnêsio e Sílica, entre outros. A região Centro-Oeste conta com ronhas alcalinas que podem ser fonte de potássio; com rochas kamafugíticas, que podem se enquadrar como fontes de multinutrientes, com fosfatos, além de biotita-xistos, fontes de potássio. A região Nordeste conta com fosfatos sedimentares; fontes de cálcio e enxofre como a gipsita como no polo gesseiro do Araripe (PE) e flogoptitos ligados às jazidas de esmeralda (BA). A maior parte destas rochas se encontra próxima aos polos agrícolas, o que possibilita a economicidade do seu emprego.

Qual a importância de abordar este tema no congresso?
Este é um tema que diz respeito a recursos minerais, em um momento em que está ocorrendo um grande interesse na certificação e lançamento de produtos do tipo remineralizadores de solos. Esta é uma boa ocasião para divulgar pesquisas e conhecimento, e para agregar mais pessoas ao trabalho nesta nova rota tecnológica.
Além da palestra, Magda fez apresentação oral do trabalho “Litoestratigrafia da Porção Sul da Formação Alegrete do Grupo Serra Geral da Bacia do Paraná – RS”. No formato pôster apresentou “Controles estratigráficos, litológicos e estruturais das mineralizações de gemas em geodos da Formação Alegrete do Grupo Serra Geral - RS”.

Congressistas lotaram o estande da CPRM durante a palestra
Assessoria de Comunicação
Serviço Geológico do Brasil - CPRM
asscomdf@cprm.gov.br
(61) 2108-8400