Magda Bergmann falou sobre remineralizadores de solos |
As pesquisas desenvolvidas
pelo Serviço Geológico do Brasil (CPRM) sobre agrominerais e remineralizadores
de solos no Brasil foram destaque no 49 Congresso Brasileiro de Geologia. O
tema reuniu dezenas de congressistas no estande da CPRM nesta quinta-feira, dia
23/08. Na palestra, apresentada pela pesquisadora da CPRM Magda Bergmann, o
público conheceu mais sobre a relação entre a mineração e a agricultura e o
papel que a CPRM exerce a frente destas pesquisas.
Como a mineração pode contribuir com o desenvolvimento da agricultura?
Muitos dos descartes da
mineração apresentam potencial para uso em solos, seja como condicionadores ou
como fontes de nutrientes para as plantas. O estudo dos descartes de mineração
com potencial para uso agrícola vai permitir que a mineração possa transformar
em sub-produtos alguns de seus
descartes, tenha menos impacto ambiental na disposição dos materiais removidos
pela lavra, e ainda forneça um novo produto do tipo fertilizante ou corretivo
de solo ao setor agrícola.
Qual
a importância da pesquisa sobre agrominerais e remineralizadores de solos para
o país?
A importância é a oferta de
fertilizantes alternativos, com menor custo e significativa redução de impacto
ambiental quanto ao seu uso. Torna-se impositivo o desenvolvimento de uma nova
rota tecnológica que vai permitir ao país diminuição da importação de insumos
para fertilizantes. Atualmente, O Brasil importa entre 80 e 90% dos insumos
para a elaboração de fertilizantes, principalmente fósforo e potássio. Isto
encarece de modo geral as práticas agrícolas, além de tornar o país dependente
neste setor, o que é grave considerando-se que o Brasil tem uma economia grandemente
voltada para o agronegócio e para a exportação de commodities agrícolas.
Como
a CPRM contribui com os avanços nestas pesquisas?
A CPRM procura caracterizar
as rochas com potencial para uso agrícola, definindo suas características
químicas, seu enquadramento nas instruções normativas que certificam os
remineralizadores de solo e determinando a ordem de grandeza dos depósitos,
formas de aproveitamento, mapeando os arranjos produtivos nas lavras. O
convênio de trabalho com a Embrapa permitiu a formação de grupos de trabalho, de
modo que a pesquisa do tema vem evoluindo. Através dos testes agronômicos que
são conduzidos pela Embrapa os materiais têm seu desempenho agrícola comprovado
ou não, e os resultados, discutidos em conjunto, fornecem novas diretrizes para
o prosseguimento das pesquisas.
Qual
o potencial até agora identificado no país e quais as principais regiões, áreas
com potencialidades e com exploração?
Pela sua grande
geodiversidade, o Brasil apresenta potencial de rochas com emprego agronômico
em quase todos os Estados. As regiões Sul e Sudeste contam com as rochas
vulcânicas do grupo Serra Geral que podem ser fontes de nutrientes do tipo
potássio, cálcio, magnêsio e Sílica, entre outros. A região Centro-Oeste conta
com ronhas alcalinas que podem ser fonte de potássio; com rochas kamafugíticas,
que podem se enquadrar como fontes de multinutrientes, com fosfatos, além de
biotita-xistos, fontes de potássio. A região Nordeste conta com fosfatos
sedimentares; fontes de cálcio e enxofre como a gipsita como no polo gesseiro
do Araripe (PE) e flogoptitos ligados às jazidas de esmeralda (BA). A maior
parte destas rochas se encontra próxima aos polos agrícolas, o que possibilita
a economicidade do seu emprego.
Qual
a importância de abordar este tema no congresso?
Este é um tema que diz
respeito a recursos minerais, em um momento em que está ocorrendo um grande
interesse na certificação e lançamento de produtos do tipo remineralizadores de
solos. Esta é uma boa ocasião para divulgar pesquisas e conhecimento, e para
agregar mais pessoas ao trabalho nesta nova rota tecnológica.
Além da palestra, Magda fez
apresentação oral do trabalho “Litoestratigrafia da Porção Sul da Formação
Alegrete do Grupo Serra Geral da Bacia do Paraná – RS”. No formato pôster
apresentou “Controles estratigráficos, litológicos e estruturais das
mineralizações de gemas em geodos da Formação Alegrete do Grupo Serra Geral -
RS”.
Congressistas lotaram o estande da CPRM durante a palestra |
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