O Canadá é conhecido mundialmente como
o centro de excelência em mineração e tecnologia mineral, se tornando sede de relevantes
eventos técnicos científicos das geociências. Nesse contexto Vancouver, British
Columbia, Canada, foi selecionada para sediar o 150 Encontro do Comitê
Executivo do OneGeology e 2 workshops
para discutir e implementar novas tecnologias:
Grupo de Trabalho de Terminologias
Geocientíficas (GTTG) e Grupo
de Trabalho de Implementação (GTI).
O
encontro ocorreu em Vancouver, no início de julho, nas dependências do Geological Survey of Canada (GSC) - segundo
serviço geológico mais antigo do mundo, fundado em 1842. Paralelamente a Conferência Resources for Future Generations-2018, aconteceu
uma Sessão Especial em celebração aos 10 anos do OneGeology.
O Serviço Geológico
do Brasil (CPRM ) participou do evento
com uma missão multidisciplinar constituída por Maria Glícia da Nóbrega
Coutinho, chefe da Assessoria de Assuntos Internacionais e membro do Comitê
Executivo do OneGeology , representante da América do Sul, Central e Caribe; Patrícia Jacques Duringer,
coordenadora executiva da
Superintendência de Planejamento; e Hiran Dias Silva, chefe da Divisão de
Geoprocessamento.
O OneGeology é uma inciativa
coordenada pelo British Geological Survey (BGS), que conta com
o suporte de 138 organizações de serviços geológicos (OSG’s) em todo o mundo, além de instituições
internacionais, tais como CGMW,
IUGS, UNESCO, e de diversas outras organizações correlatas. O OneGeology
tem como objetivo prover condições de interoperacionalidade e acessibilidade
aos dados dos mapas de diferentes naturezas - geológico, tectônico,
hidrogeológico, riscos naturais, entre outros -, em escala continental,
produzidos pelos diversos países, em ambiente web ( Internet), visando
disponibilizar informações à sociedade. Para tanto, existe o Portal
OneGeology (http://portal.onegeology.org/OnegeologyGlobal/), hospedado e operado pelo Bureau de Recherches Geologiques et
Minieres (BRGM), Serviço Geológico Francês, em Orleans,
França.
O Brasil, por meio da CPRM, tem participado da iniciativa OneGelogy desde
seu lançamento em 2008 no 350 IGC em Oslo, Noruega. O país
é o quarto provedor de dados no
OneGelogy, e primeiro na América do Sul a disponibilizar o seu Mapa Geológico,
escala 1:1M, em GIS. Em 2012 a CPRM
aderiu ao Consorcio OneGeology, conferindo posição ao Brasil de
Membro Principal. Em 2014 a CPRM processou a harmonização de dados do Mapa
Geológico do Brasil, escala 1:2,5M em GIS, na linguagem GeoSciML 4.0, e a
seguir disponibilizou também o Mapa
Hidrológico do Brasil no portal OneGeology. Em 2016 recebeu a acreditação 5
Estrelas no OneGeology – 10 país credenciado nessa categoria.
Para Maria
Glícia, representante da América do Sul,
Central e Caribe no Comitê Executivo do
OneGeology, “o evento em Vancouver constituiu-se uma excelente oportunidade para expor para o Board
OneGeology a atuação exitosa e as ações em curso da CPRM,
além de propiciar a discussão sobre soluções
e apresentar propostas, tanto no contexto dos países sul-americanos como também no âmbito continental”.
A CPRM tem
colaborado com as OSG’s que apresentam dificuldades no processamento da
harmonização dos dados dos mapas
geológico dos seus países para o
padrão adotado pelo OneGeology em linguagem GeoSciM, como por exemplo
Venezuela (INGEOMIN) e Uruguai
(DINAMINGE). Esses mapas estão em fase
final de conclusão, e dependem da autorização desses países para a
disponibilização no portal OneGeology. E, no contexto continental, as ações têm se concentrado no
processamento do Mapa Tectônico
da América do Sul, conclusão prevista
para os próximos meses.
Discutiu-se também, em médio prazo, o
processamento do Mapa Geológico da América do Sul, 1:1M, com expectativa para
publicação sob a égides da ASGMI, para o
primeiro semestre de 2019. E, ao se fazer
referência sobre o Mapa Hidrogeológico da Cuenca
del Prata, concluído em 2017 para o Comitê
Coordenador da Cuenca del Prata (CIC-Prata), que juntamente com o Mapa
Hidrogeológico do Brasil, este já
disponível no portal do OneGeology,
perfazendo 53% do Mapa
Hidrogeológico da América do Sul, foi
aprovado que o OneGeology solicitará
autorização ao CIC-Prata para a CPRM
harmonizar esses dados visando sua acessibilidade no portal
OneGeology.
Outra
importante conquista foi também a aprovação pelo Board OneGeology da proposta apresentada por Maria Glicia para que,
em função da liderança da CPRM no processo de harmonização de mapas de
diferentes naturezas (geológico,
hidrogeológico, tectônico), fosse concedido assento a geóloga Patrícia
Jacques Duringer na Commission
for the Management and Application of Geoscience Information (CGI), comissão internacional que tem como objetivo estabelecer a correlação
entre o vocabulário de termos geológicos, de diferentes natureza, para a
linguagem TI.
“Este fato é significativo, não só do
ponto de vista da CPRM exercer a sua liderança junto à comunidade
científica internacional, como também em
muito contribuirá para que não haja ‘redução’ no nível do conhecimento durante
o processamento de harmonização dos dados para linguagem GeoSciML. É importante
que o vocabulário da CGI possa contemplar
todas essas disciplinas plenamente e de forma abrangente, assegurando que o nível do conhecimento disponível
seja acessado no portal OneGeology, sem
sofrer simplificações”, explica Maria
Glícia.
A geóloga
Patricia Jacques destaca que o Brasil é o país provedor do maior acervo de dados, de natureza geológica diversificada,
da geologia à hidrologia, com acessibilidade e interoperacionalidade no portal
OneGeology. “No RoadMap-2018 do OneGeology, nos seis primeiros meses, o Brasil está em sétima posição com 596
consultas, na frente da Austrália (9 lugar com 415) , Canadá (12 posição com
357). No primeiro lugar está os Estados
Unidos da América com 1.704)”.
Hiran Dias conta ainda que tendo em
vista que o portal do OneGeology usa tecnologia OpenLayers e Java, criou-se uma
excelente oportunidade para se debater a
utilização da tecnologia Java para sistema geocientíficos, além de se constatar que essa tecnologia é amplamente utilizada por diversos país, como
a França, Inglaterra, Austrália, Canadá, Nova Zelândia, Estados Unidos e Japão.
“Frameworks como Primefaces, Angular e JHipster são bastante populares e a
utilização do banco de dados Postgree/PostGIS é unânime”, avalia Dias.
Segundo
Dias no âmbito da tecnologia da informação, é importante a CPRM participar
ativamente de fóruns de debate técnico do OneGeology. “A CPRM vem adotando uma
postura de equilíbrio, similarmente a da França, ponderando o uso de
tecnologia, ora usando soluções pagas, ora usando soluções gratuitas. Esse
equilíbrio permite que a CPRM faça uso
do melhor desses ‘dois mundos’ para execução dos seus projetos. Uma postura
como a da Inglaterra de apenas usar software
livre implica em tempo elevado para a execução de um projeto” pondera.
Quanto ao Projeto OneGeolo 3D, o
representante da Monash
University,
Austrália, apresentou o planejamento da confecção do software 3D envolvendo principalmente a Austrália, Inglaterra e
França. O software será desenvolvido
usando a linguagem C++ e contará com a participação de profissionais com
doutorado e pós.doc. Como a CPRM não dispõem de profissionais com domínio da
linguagem C++, a participação dos seus técnicos tende a se limitar ao pacote de
testes (Pacote 5: Aplicação,
teste beta e treinamento), ou seja, quando
for iniciada a construção, a CPRM será requisitada para homologar os
artefatos construídos.
Reunião dos Membros do Comitê Executivo do OneGelogy
|
Participantes dos Grupos de Trabalho ,
representantes de 10 (dez) países:
Áustria,rasil, Canadá, China, Estados
Unidos, França, Inglaterra, Itália, Namíbia e Nova Zelândia
|
Saiba
mais em: http://portal.onegeology.org/OnegeologyGlobal/
Assessoria
de Comunicação
Serviço
Geológico do Brasil - CPRM
asscomdf@cprm.gov.br