Presidente Michel Temer durante assinatura dos decretos que modernizam o setor mineral brasileiro |
Brasília - O governo deu um importante
passo para modernizar o setor mineral brasileiro. O presidente Michel Temer
assinou nesta terça-feira (12/6) dois decretos que atualizam o Código de
Mineração e trazem novas regras para a Compensação Financeira pela Exploração
de Recursos Minerais (CFEM).
A
cerimonia no Palácio do Planalto contou com a presença de autoridades do
governo e do setor. O diretor-presidente,
Esteves Colnago, participou da solenidade acompanhado dos diretores Fernando
Carvalho, Juliano Oliveira, além de técnicos e pesquisadores da CPRM.
“Nós
queremos uma mineração crescente e competitiva, inovadora e sustentável. Aliás,
a sustentabilidade é o objetivo de muitas dessas novas regras que acabamos de
editar”, afirmou o presidente Michel Temer durante a assinatura dos decretos.
O
ministro de Minas e Energia, Moreira Franco, destacou a relevância da iniciativa
para a sociedade. “Nós estamos tratando da regulação no Brasil de um setor
econômico que é indispensável para vida das pessoas”, afirmou o ministro.
E
um discurso emocionado, o secretario de Geologia, Mineração e Transformação
Mineral do MME, Vicente Lôbo, agradeceu a confiança do presidente Michel Temer e do ministro Moreira Franco. Elogiou
sua equipe pela dedicação e lembrou a vocação histórica que o país possui para
a mineração. “Tenho a profunda convicção de que esse gesto vai transformar a
política mineral no Brasil”, disse.
O
diretor-presidente da CPRM destacou, após a solenidade, que a empresa terá um papel
importante a desempenhar com as novas perspectivas do setor mineral. “Nós somos a instuição que faz a indicação
das oportunidades geológicas do Brasil e também fazemos as atividades
relacionadas à água, então toda a orientação que o decreto está dando hoje vai balizar
nossas ações”, afirmou.
Colnago também frisou que
os decretos dão segurança jurídica aos investidores e ênfase na
sustentabilidade. Afirmou ainda que a empresa
vai dar a contribuição dela para o desenvolvimento do setor. “A CPRM está
segura para fazer investimentos importantes na área de mineração, ciência,
tecnologia e inovação, no sentido de que possa agregar valor às pesquisas que
desenvolve. E isso vai ser muito importante para o país, já que a mineração tem
um papel muito relevante no contexto da nossa economia.”
O
decreto assinado pelo presidente Michel Temer moderniza as normas do Código de
Mineração, em vigor há mais de cinco décadas. Entre as mudanças
estão exigências ambientais mais rígidas, como a previsão expressa da
responsabilidade do minerador de recuperar áreas degradadas. Além disso, será
obrigatória a execução adequada de um plano de fechamento de mina, que passa a
integrar o conceito de atividade minerária.
Para
possibilitar o desenvolvimento de novas tecnologias e a consequente redução de
passivos ambientais, o decreto prevê que a Agência Nacional de Mineração (ANM)
discipline em resolução o aproveitamento de rejeitos e resíduos da atividade
mineradora. Outro incentivo é a permissão do uso do título minerário (portaria
de lavra) como garantia de financiamento.
O
objetivo é gerar linhas de crédito e estimular investimentos no setor. As áreas
minerárias devolvidas ou retomadas pela União serão ofertadas ao mercado via
processo de seleção e julgamento com critérios objetivos, em substituição ao
atual procedimento, caracterizado como moroso.
Direito de propriedade e mais investimentos - O decreto
mantém o direito de propriedade para pesquisa e passa a permitir ao titular a
continuidade desse tipo de trabalho após a apresentação de um relatório final, com
o objetivo de conversão de recursos em reservas. A mudança atende a uma
demanda do setor, que era obrigado a interromper as atividades até a análise e
parecer dos entes reguladores sobre o relatório final de pesquisa.
O
texto do novo código traz ainda a atualização de conceitos, para que as
práticas da indústria mineral, com a definição de recursos e reservas com base
em padrões internacionais, aproximem a realidade da mineração nacional ao que
se pratica no mundo inteiro. As normas vão contribuir para a atratividade do
setor, imprimindo maior transparência, agilidade e segurança jurídica ao setor
mineral brasileiro.
O outro decreto assinado por Temer trata da CFEM, que é uma participação monetária paga
pelas mineradoras para compensar os efeitos das atividades de mineração. Com o
decreto, os municípios não produtores, mas que são impactados pelo transporte,
embarque e presença de instalações industriais em seu território, receberão 15%
da CFEM.
O
percentual foi obtido a partir da redução nos valores que serão pagos aos
outros entes federativos. Os municípios recebiam 65% e passarão a ter 60%; para
os estados, a alteração é de 23% para 15%; para a União, a mudança é de 12%
para 10%. Em 2017, o setor mineral pagou cerca de R$ 1,8 bilhão com a
CFEM.
Cerimônia no Palácio do Planalto reuniu autoridades do governo e representantes do setor |
O diretor-presidente Esteves Colnago destacou que a CPRM terá atuação importante com o novo código mineral |
Assessoria
de Comunicação
Serviço
Geológico do Brasil - CPRM
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