quarta-feira, junho 13

Brasil e Japão discutem ações para reduzir riscos de desastres hidrológicos


Thales Sampaio em apresentação no Ministério da Integração Nacional

Para discutir políticas públicas de redução de riscos de desastres causados por inundações e cheias dos rios, o ministro da Integração Nacional, Antônio de Pádua, recebeu representantes do Serviço Geológico do Brasil (CPRM) e da Agência Japonesa de Cooperação Internacional (JICA), na manhã do último dia 11 de junho. A CPRM lidera o projeto em parceria com a JICA e os Ministérios da Integração Nacional, das Cidades e da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC).


Os desastres naturais constituem um tema cada vez mais presente no cotidiano dos cidadãos brasileiros. Com o quadro de acelerado crescimento urbano e a fragilidade das políticas públicas de ordenamento territorial, as cidades brasileiras se desenvolveram urbanizando áreas ambientalmente frágeis e suscetíveis à mudança do clima, especialmente em margens de rios, encostas e áreas de proteção permanente.

O Brasil está entre os países mais atingidos por inundações no mundo, tendo registrado 94 desastres no período de 1960 a 2008, com mais de 15 milhões de pessoas afetadas. As inundações são responsáveis por 13% das mortes e por mais de 50% das pessoas diretamente afetadas por desastres naturais ocorridos no Brasil.

O assessor da Diretoria de Hidrologia e Gestão Territorial do Serviço Geológico, Thales Sampaio, mostrou em sua apresentação a proposta intitulada “Ação Integrada em Redução de Riscos de Desastres Hidrológicos (DRR HIDRO)”. Thales falou sobre o gerenciamento de instrumentos de gestão integrada de risco de desastres hidrológicos em cinco eixos de atuação: mapeamento de riscos, ordenamento territorial, prevenção e mitigação e monitoramento e alerta.

 “O objetivo do projeto é desenvolver uma metodologia que possa prever riscos de desastres hidrológicos (causados por águas, rios e chuvas) com a maior antecedência possível em cada bacia hidrográfica. Conseguimos prever com até três meses de antecedência com precisão de até 40 cm para cima ou para baixo”, informou Thales.

A equipe da JICA foi representada por Shinji Sato, que afirmou que a agência apoia o financiamento para projetos de medidas de mudanças climáticas. “A JICA tem a função de apresentar projetos relacionados a mudanças climáticas. No Brasil estamos trabalhando em parceria para adaptar a nossa metodologia para a realidade brasileira”, informou o representante.

Ao final da apresentação, o ministro Antônio de Pádua comentou que o Ministério da Integração é responsável pela política de desenvolvimento regional, pela infraestrutura hídrica de grande porte do país, incluída a de contenção de cheias, sendo também a instituição central da Política Nacional de Proteção e Defesa Civil (PNPDEC).

“O projeto é bastante oportuno para o momento em que várias cidades registraram ocorrências de cheias. Precisamos de apoio para ajudar a população que sofre com as cheias. São muitas famílias desabrigadas que precisam de uma ação concreta do Estado. O Ministério da Integração vai disponibilizar todas as informações necessárias para dar prioridade na elaboração e execução desse projeto”, afirmou o ministro.

Como resultado a curto prazo o projeto trará benefícios para cerca de 700 mil pessoas nos municípios-pilotos. No médio e longo prazos o projeto atingirá diversos municípios brasileiros vulneráveis a inundações, podendo beneficiar milhões de pessoas.


Sob esta perspectiva de atuação o projeto se estruturará nas seguintes etapas:

1) Aprimoramento, desenvolvimento e compatibilização de políticas e instrumentos de DRR – Atividades de desenvolvimento/implementação de instrumentos, projetos e normativos para: análise e mapeamento de risco; ordenamento e requalificação territorial; planejamento de contingência e de contramedidas estruturais.

2) Fortalecimento da capacidade de implementação – Aplicação dos instrumentos, métodos e orientações desenvolvidos na Etapa 1 nos municípios-pilotos.;

3) Gestão de conhecimentos e difusão de práticas inovadoras -  Difusão  das experiências  e instrumentos do projeto para outros municípios críticos. Destaca-se aqui a atividade de capacitação e treinamento para outros municípios suscetíveis a desastres naturais hidrológicos.

Clique aqui  para acessar a apresentação da CPRM

Assessoria de Comunicação

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