terça-feira, abril 3

Cota máxima do rio Negro não ultrapassará média histórica em Manaus


O Serviço Geológico do Brasil (CPRM) realizou na última quinta-feira, dia 29/03, coletiva de imprensa para divulgação do primeiro Alerta de Cheias de Manaus em 2018. O evento ocorre todos os anos, desde 1989, para apresentar a previsão de cota máxima a ser atingida pelo rio Negro em Manaus. A cota máxima esperada neste ano deve ficar entre 27,45 e 28,15 metros, o que representa 1,20 metros abaixo da cheia de 2017. Hoje, o rio registra cota de 24,41 m.


Pesquisadora em Geociências Luna Gripp afirma que previsão de cotas próximas à media no Rio Negro em 2018

Conforme a engenheira hidróloga da CPRM Luna Alves, o panorama geral dos principais rios da bacia amazônica, que impactam no nível do rio em Manaus, chamada de Bacia Amazônica Ocidental, é de cotas muito baixas para o período. É o caso do rio Branco, principal afluente do rio Negro, que está próximo a atingir mínima histórica. Mesma situação do rio Negro, na região de São Gabriel da Cachoeira, Alto do rio Negro, com cotas muito baixas. “Já estão sendo verificadas diversas situações de prejuízos à população pelo nível do rio muito baixo, que afeta o transporte de mercadorias, combustíveis, acentuando os efeitos dessa seca”, relatou.

No rio Solimões, que também interfere no comportamento do rio Negro devido a confluência do Solimões com rio Negro a alguns quilômetros abaixo de Manaus, o cenário redução de vazão se repete. Segundo a série histórica registrada pela CPRM, apenas 12 vezes em 115 anos, o rio Negro começou a descer entre janeiro e junho. “Na cabeceira do Solimões o nível do rio está muito baixo para o período, tanto que em Manaus diferente da maioria dos anos o rio já começou a cair, isso é uma característica que ocorreu poucas vezes”, alertou. Luna explicou ainda que nos anos em que o rio ficou mais baixo nesse período, as cotas máximas ficaram bem próximas da média, descartando cotas extremas e possibilidades de grandes inundações em 2018.

Além da CPRM, o Sistema de Proteção do Amazonas (SIPAM) e os órgãos da Defesa Civil estadual e municipal disponibilizaram informações sobre clima e possíveis ações de proteção das populações ribeirinhas. A Defesa Civil Estadual apresentou panorama geral das cheias do Estado do Amazonas, citando o rio Madeira, enquanto a Defesa Civil do município Manaus apresentou plano de trabalho caso ocorra uma grande cheia, mas não é o que aponta a previsão. Os próximos alertas serão divulgados no dia 27 de abril e 30 de maio.

Convidado para apresentar cenário do clima nos primeiros meses do ano e a expectativa para os próximos meses, Ricardo Dallarosa, da Divisão de Meteorologia do Sipam, explicou que se esperava a ocorrência no primeiro trimestre deste ano do fenômeno La Nina, que geralmente está associado a grandes enchentes, o que não ocorreu. “Contrariando as expectativas dos meteorologistas, as chuvas na Amazônia especialmente no Alto Solimões e no rio Negro, assim como na parte da Amazônia fora do Brasil no Peru e na Venezuela, foram bem abaixo da média e perspectiva é que o La Nina pare de influenciar nos próximos meses”, informou.


Abertura do evento com o Superintendente da CPRM Manaus, José Maria Maia

A previsão meteorológica do Sipam, com o metereologista Ricardo Dallarosa

Apresentação da Defesa Civil Municipal com o Eng. Claudio Belem

A palavra da Defesa Civil Estadual com o Coronel Fernando Paiva Pires Jr