Pesquisadores executando o PROERG
O Serviço Geológico
do Brasil (CPRM) celebrará nova etapa da parceria com a Universidade do Vale do
Itajaí (UNIVALI) para alavancar os estudos ambientais e oceanográficos
necessários para avaliação do potencial mineral da Elevação do Rio Grande,
localizada em águas internacionais, do Atlântico Sul, a mais de 1,1 mil km da
costa brasileira. A solenidade será às 14h30, no auditório E1, campus
Itajaí, e contará com a presença de representantes das duas instituições, além
de pesquisadores ligados ao tema.
A iniciativa faz
parte do Programa de Estudos Ambientais para a Exploração de Crostas
Ferromanganesíferas Ricas em Cobalto na Elevação a do Rio Grande (PROERG)
coordenado pela CPRM e que vai contar com parceria da Univali. O estudo está
previsto no contrato e plano de trabalho firmado entre a CPRM e a Autoridade
Internacional dos Fundos Marinhos (ISBA), órgão ligado a ONU, que concedeu ao
Brasil o direito de pesquisar por 15 anos o potencial mineral da região formada
por uma cordilheira montanhosa submersa, que se eleva de mais de 3 mil metros
do fundo oceânico.
Desde 2009, a CPRM
vem estudando a elevação do Rio Grande através de expedições marítimas
desenvolvidas em parceria com outras instituições, identificando as áreas de
maior interesse econômico para exploração mineral. Estes estudos demonstraram
que o local possui indícios de áreas ricas em cobalto, níquel, manganês,
fosfato, platina até minérios utilizados na indústria de alta tecnologia, como
terras raras.
De acordo com o
diretor de Geologia e Recursos Minerais, José Leonardo Andriotti, o objetivo
desta etapa é avaliar possíveis impactos que a atividade de mineração poderá
causar no meio ambiente marinho. “Trata-se de um projeto estratégico coordenado
pela CPRM que amplia a presença brasileira no Atlântico Sul. Também é
considerado um projeto pioneiro porque coloca o Brasil em um seleto grupo de
países que estão na vanguarda das pesquisas minerais nos oceanos, entre eles,
Rússia, Noruega, França, China, Alemanha, Japão e Coréia do Sul”, explica.
Andriotti acredita
que o projeto coordenado pela Divisão de Geologia Marinha (DIGEOM) da CPRM vai
estimular o desenvolvimento científico e a criação de polos capazes de
desenvolver novas tecnologias e equipamentos de ponta para dar suporte aos
trabalhos de pesquisa. “A parceria com a Univali caminha nesse sentido,
pois vai permitir formação de uma equipe multidisciplinar para realizar o
levantamento ambiental da região”, avalia.
Conforme José Angel
Alvarez Perez, pesquisador da Univali, o projeto inclui a construção de linha
de base ambiental, o monitoramento ambiental das atividades de exploração e a
avaliação de impactos ambientais de eventuais atividades comerciais na área.
"As possibilidades são interessantes, porque é uma região rica em elementos
químicos usados na indústria, especialmente nas de alta de tecnologia, na
produção de chips, peças de usinas eólicas e carros elétricos. Mas também vivem
no local comunidades biológicas que não são encontradas em outras partes do
oceano e podem ser suscetíveis a impactos ambientais gerados pela
mineração", aponta Angel.
Mapa com área do elevado Rio Grande
O plano de trabalho
firmado com a ISBA é fortemente
sustentado em parâmetros técnicos, revelando
a preocupação da CPRM com o meio ambiente e o desenvolvimento sustentável. Os primeiros cinco
anos do contrato firmado serão dedicados ao desenvolvimento de estudos que vão
detalhar o estado ambiental e servir de referência para o estabelecimento de
uma linha de base para o monitoramento do meio ambiente na região.
Estão previstas
expedições de levantamento ambiental para se conhecer o estado natural da
biota, condições geológicas e oceanográficas da região. As expedições irão
coletar dados geofísicos oceanográficos,
amostragem de água, da mineralogia, petrografia, além de realizar estudos
geoquímicos.
As
informações serão inseridas em banco de dados geoespaciais e servirão para o
monitoramento ambiental e definição das principais áreas de interesse para
exploração mineral. Já a fase seguinte será avaliação das características
mineralógicas, estruturais e geomorfológicas e ambientais das áreas de
interesse. A terceira etapa do plano de trabalho prevê a seleção de áreas para
estudo da viabilidade econômica, ambiental e técnica dos depósitos minerais
identificados.
Janis Morais - Tel.: (55) 9 9122-3636
Assessoria de Comunicação
Serviço Geológico do Brasil - CPRM
asscomdf@cprm.gov.br
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