Com
a reestruturação da Diretoria de Geologia e Recursos Minerais (DGM), o
geofísico Luiz Gustavo Rodrigues Pinto, assumiu a
Divisão de Sensoriamento Remoto e Geofísica (DISEGE), que agora reúne
atribuições das antigas Divisões de Geofísica (DIGEOF) e de Sensoriamento
Remoto (DISERE). Funcionário de carreira da CPRM, ele começou a trabalhar na
empresa em 2007. Desde então participa de projetos ligados à geofísica em
diversas áreas: geologia e hidrologia.
Luiz
Gustavo atuou na fiscalização de diversos projetos de aerolevantamentos em
várias regiões do país; entre eles, Fosfato Brasil. Foi responsável ainda pela
interpretação de dados geofísicos nos estados do Rio Grande do Sul, Santa
Catarina, Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul; reavaliação do potencial de
Nova Redenção, na Bahia; locação de poços na cidade de Guarulhos, em São Paulo;
levantamento gravimétrico em Rondônia e Mato Grosso. Possui ainda diversos trabalhos apresentados
nos últimos congressos geologia e simpósios de geofísica.
Formado
em geofísica e com doutorado na área pela Universidade de São Paulo (USP), realizou
parte do doutorado na Universidade de Trieste, Itália, cujo tema abordou a
Interpretação de dados gravimétricos e eletromagnéticos do sul do cráton do São
Francisco: novos modelos crustais e litosféricos.
Luís
Gustavo conversou com o Informe CPRM
sobre metas de sua gestão à frente da DISEGE. “Nosso foco será gerar
informações relevantes por meio da interpretação geofísico-geológico que
possibilitem novas descobertas no setor mineral; além de auxiliar no trabalho
de mapeamento geológico.” Outra meta segundo ele, será revitalizar a área de
geofísica terrestre na empresa.
Sobre
a incorporação das atividades de sensoriamento remoto pela DISEGE, o geofísico
explica que apesar de possuírem características de aquisição diferentes, a
geofísica e o sensoriamento remoto tem em comum a utilização de sensores para a
aquisição de dados remotamente. “Ao longo do ano desenvolveremos um projeto
piloto que integrará dados aerogeofísicos, hiperespectrais e de radar a fim de
elaborar um novo produto que possa acrescentar novas informações em áreas de
relevante interesse mineral”, adianta Luís Gustavo.
De acordo com ele, mapas de integração geofísico-geológico que estão
sendo elaborados pela CPRM para “identificar novos alvos”.
Ele destaca ainda que os avanços tecnológicos na área
de geofísica podem ajudar a alavancar o conhecimento do potencial mineral
do Brasil. “A geofísica tem papel fundamental à medida que as novas
descobertas relevantes devem-se estar relacionadas a áreas inóspitas da
Amazônia. E nos locais de exploração já conhecidos, as novas reservas devem
estar a maiores profundidades”, explica o geofísico.
Confira a abaixo a
entrevista na íntegra
Informe - Após desenvolver
um intenso programa de aquisição de dados aerogeofísicos qual vai ser o
foco da Divisão?
Luiz Gustavo - Realmente, nos últimos 12 anos foi realizado um excelente e árduo trabalho de aquisição de dados aerogeofísicos (magnetométricos e gamaespectrométricos) com espaçamento entre as linhas de voo de 500m. Cerca de 95% do embasamento cristalino do Brasil foi coberto com estes levantamentos. O foco agora será em gerar informações relevantes por meio da interpretação geofísico-geológico que possibilitem novas descobertas no setor mineral e também auxiliem no trabalho de mapeamento geológico. Outro foco nosso está voltado para a aquisição de geofísica terrestre, nos últimos cinco anos diversos equipamentos foram comprados possibilitando assim, a revitalização desta área dentro da empresa.
Luiz Gustavo - Realmente, nos últimos 12 anos foi realizado um excelente e árduo trabalho de aquisição de dados aerogeofísicos (magnetométricos e gamaespectrométricos) com espaçamento entre as linhas de voo de 500m. Cerca de 95% do embasamento cristalino do Brasil foi coberto com estes levantamentos. O foco agora será em gerar informações relevantes por meio da interpretação geofísico-geológico que possibilitem novas descobertas no setor mineral e também auxiliem no trabalho de mapeamento geológico. Outro foco nosso está voltado para a aquisição de geofísica terrestre, nos últimos cinco anos diversos equipamentos foram comprados possibilitando assim, a revitalização desta área dentro da empresa.
Informe - Quais os projetos relevantes serão desenvolvidos nos próximos anos?
Luiz Gustavo - Referindo-se à parte técnica, a principal atividade será atender as demandas relacionadas à atividade de geofísica existente dentro dos projetos do PAT 2015. Estas demandas deverão ser atendidas dentro dos prazos estipulados sem prejudicar a qualidade dos resultados. As principais demandas serão a confecção de mapas de integração geofísico-geológico e a aquisição de dados geofísicos terrestres nas diversas metodologias. Pretendemos ainda construir um sistema de banco de dados, tanto aerogeofísicos quanto de geofísica terrestre mais centralizado e automatizado.
Informe - Quantos
profissionais fazem parte da sua equipe?
Luiz Gustavo - Atualmente
contamos com cerca de 50 profissionais. Destes, aproximadamente 85% ingressaram
na CPRM nos dois últimos concursos. Os profissionais que atuam na DISEGE
possuem diferentes formações acadêmicas: geólogos, geofísicos ou engenheiros de
minas. Para integrar melhor essas distintas formações acadêmicas e adequar à
atividade de acordo com a competência de cada um, foi realizada em 2014, uma
capacitação para os mais recentes contratados a fim de uniformizar o nível de
conhecimento de todos. Concluída esta etapa, a equipe tornou-se mais versátil
para atuar, nos diversos ramos das atividades da geofísica.
Informe - A Divisão vai incorporar as atividades relacionadas a sensores remotos? Explique um pouco como será essa incorporação?
Luiz
Gustavo - Sim, a DISEGE incorporará as atividades de
sensoriamento remoto, que continuará sob coordenação da Mônica Perrotta. Apesar
de possuírem características de aquisição diferentes, a geofísica e o
sensoriamento remoto tem em comum a utilização de sensores para a aquisição de
dados remotamente. Ao longo do ano desenvolveremos um projeto piloto que
integrará dados aerogeofísicos, hiperespectrais e de radar a fim de elaborar um
novo produto que possa acrescentar novas informações em áreas de relevante
interesse mineral.
Informe - A CPRM vai continuar adquirindo novos dados de aerolevantamento?
Luiz
Gustavo – Esse trabalho continua sim. Para este ano o número de
aerolevantamentos será menor, deveremos apenas continuar os projetos ainda não
finalizados em 2014. Futuramente continuarão sendo realizados
aerolevantamentos, porém agora mais voltados para os métodos gravimétrico e
eletromagnético.
Informe - Em que parte do território serão realizados esses trabalhos?
Luiz Gustavo – Ainda
não existe um local específico para a realização destes novos levantamentos,
porém devem ser realizados em locais de relevante interesse mineral e com
dificuldade de acesso terrestre.
Informe - Qual a importância dos mapas de integração geofísico-geológico que estão sendo elaborados com informações dos aerolevantamentos realizados nos últimos anos?
Luiz
Gustavo- Estes mapas serão
fundamentais para os novos projetos que serão desenvolvidos pela DGM, dentre os
vários fatores, cito três: identificar novos alvos ou estruturas desconhecidas;
integrar a equipe de geólogos e geofísicos envolvidos no projeto; otimizar
custos e tempo de projetos, pois este produto auxiliará no planejamento das
etapas de campo dos geólogos.
Informe - Como os avanços tecnológicos
na área de geofísica podem ajudar a alavancar o conhecimento do potencial
mineral do Brasil?
Luiz Gustavo - Grande parte do potencial mineral do Brasil aflorante já
é conhecida. A geofísica tem papel
fundamental à medida que as novas descobertas relevantes devem-se estar
relacionadas a áreas inóspitas da Amazônia. E nos locais de exploração já
conhecidos, as novas reservas devem estar a maiores profundidades. O avanço
tecnológico com sensores mais sensíveis e cada vez menores proporciona a
utilização destes de maneira mais ágil, fácil e com custos cada vez menores o
que proporcionará esse avanço no potencial mineral do Brasil.