segunda-feira, outubro 29

Serviço Geológico e Agência Nacional de Águas lançam projeto de gestão integrada das águas da bacia do Rio Verde Grande e Carinhanha


Maria Antonieta Mourão (CPRM), Laia Mota (FIEMG) e Clesio
Amaral (Supram) fizeram parte da mesa de abertura
Garantir a disponibilidade hídrica para as próximas gerações é uma preocupação que alcança toda a sociedade. Pensando nisso, o Serviço Geológico do Brasil (CPRM), em parceria com a Agência Nacional de Águas (ANA), esteve no município de Montes Claros, norte de Minas Gerais, no dia 19 de outubro para promover o I Seminário sobre os estudos para a implementação da gestão integrada das águas superficiais e subterrâneas com foco na sub-bacia do Rio Verde, afluente da margem direita do rio São Francisco.

O objetivo do trabalho é conhecer os aspectos do rio que se relacionam com os recursos hídricos da região como os tipos de rocha, as formas de relevo e ocupação dos terrenos, os tipos de solos, entre outros. As bacias hidrográficas dos rios Carinhanha e Verde Grande foram selecionadas para esse estudo.

Foram debatidos no seminário as diretrizes traçadas e as atividades relacionadas às investigações para o meio físico, como por exemplo a determinação do volume disponível de águas subterrâneas; para o meio biológico, como os tipos de coberturas vegetais e para o meio socioeconômico, como o uso e ocupação do solo e utilização da água pelos diversos setores.

A parceria entre a CPRM e a ANA na ampliação do conhecimento hidrogeológico foi iniciada com a realização de trabalhos na ilha de São Luís, no Maranhão, e na região Urbana e Periurbana em Manaus. Em setembro deste ano foi firmada a cooperação para a realização dos estudos nas bacias dos rios Verde Grande e Carinhanha. Depois de Jaíba (Minas Gerais) e Carinhanha (Bahia), esse é o terceiro seminário realizado.

Maria Antonieta Mourão, coordenadora técnica do projeto na bacia do rio Verde Grande, explica que esses estudos envolverão a análise integrada dos elementos naturais e antrópicos presentes na bacia e a identificação da influência  ou condicionamento destes nos recursos hídricos. “Estamos em uma região cárstica, que é formada por rochas carbonáticas, onde tem cavernas, condutos, a água superficial e subterrânea que estão diretamente interligadas. Assim o uso da água subterrânea afeta diretamente o rio”.

Maria Antonieta explica o trabalho realizado na gestão
das águas superficiais e subterrâneas da bacia do Rio Verde
Os dados gerados pelos estudos vão fornecer informações necessárias para a implantação da gestão integrada. Para Letícia Moraes, especialista em recursos hídricos da ANA, é importante que as informações obtidas no estudo permitam identificar as relações entre o aquífero cárstico e os cursos d’água superficiais da bacia do rio Verde Grande, bem como propor e implementar rede integrada de monitoramento e elaborar modelo de gestão de águas superficiais e subterrâneas, incluindo propostas de normativos conjuntos entre ANA e órgãos gestores estaduais na direção de conter o stress hídrico e amenizar os conflitos entre usuários. Já existe na bacia um desequilíbrio no balanço hídrico, tanto superficial quanto subterrâneo, é preciso agora integrar esses componentes, e construir as regras de utilização da água considerando a disponibilidade hídrica integrada.

Para Rafael Chaves, representante do Ibama no Comitê Rio Verde Grande, a medida vem em um momento em que o rio mostra estado de alerta. “O rio Verde Grande tem importância econômica, tanto para as atividades agropecuárias quanto para a captação de água para diversos municípios aqui da região, como Montes Claros, além disso a sua importância ecológica muito grande.

A cidade de Montes Claros, por ser o principal polo regional, influencia fortemente, em sua área geográfica, a demografia da bacia do Verde Grande. As atividades iniciais associadas aos estudos compreendem o cadastramento de pontos de água superficiais e subterrâneos que envolvem captação ou que sejam de interesse para compreensão dos aspectos hídricos na região tais como sumidouros (pontos em que um curso d'água superficial penetra no solo) ou nascentes.

Para realizar esse levantamento, a participação da comunidade e das instituições de pesquisas locais é fundamental para traçar um panorama do uso atual da água e do volume já comprometido com as demandas, bem como conhecer a dinâmica hídrica. Uma equipe de geólogos, hidrogeólogos e engenheiros está percorrendo a região para realização dos estudos e coleta de dados.

Ao final desse trabalho vão ser apresentadas informações sobre a disponibilidade de água superficial e subterrânea de forma integrada e as futuras demandas. A partir disso será apresentada uma proposta de gestão integrada de águas superficiais e subterrâneas que beneficie os usuários.

Seminário interno em Belo Horizonte- Para nivelar o conhecimento entre os técnicos que estão trabalhando na equipe multidisciplinar, entre os dias 09 a 11 de outubro aconteceu o Seminário Interno sobre o projeto para Implementação da Gestão Integrada das Águas Superficiais e Subterrâneas na Bacia Hidrográfica do rio São Francisco, sendo neste evento focado para a sub-bacia do rio Verde Grande. 

Técnicos participaram do Seminário em Belo Horizonte
Participaram do evento: a equipe técnica da CPRM, tanto da Superintendência de Belo Horizonte, quanto de outras unidades regionais: Recife, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Brasília; profissionais de outras instituições como: CECAV/ICMBIO, UFOP, UFMG, CDTN, Hidrovia.


O evento consistiu num momento importante de troca de informações e experiências sobre a região e numa oportunidade de identificar parcerias para o desenvolvimento do projeto, otimizando recursos e maximizando os resultados.

Letícia Peixoto
Assessoria de Comunicação
Serviço Geológico do Brasil - CPRM
asscomdf@cprm.gov.br
(61) 2108-8400