Natália Lopes, a pesquisadora da CPRM que vivenciou a operação de prevenção e alerta para o maior tufão
dos últimos 25 anos no Japão.
Natália com o certificado de participação expedido pela JICA. |
O Informe CPRM realizou entrevista com a supervisora de Hidrogeologia e Gestão Territorial da empresa, Natália Dias Lopes, a fim de compartilhar as experiências vivenciadas pela pesquisadora no Japão, durante o curso Política Geral de Redução de Riscos de Desastres em Kobe e Tokyo. A capacitação foi promovida e financiada pela JICA (Agência de Cooperação Internacional do Japão) entre os dias 19 de agosto e 15 de setembro deste ano.
Conte-nos a lembrança que mais te marcou durante o
treinamento?
Tive a
oportunidade de presenciar toda a operação de prevenção e alerta para o maior
tufão dos últimos 25 anos. Foi incrível ver a eficiência e sincronia dos
sistemas de alerta. A sirene, mensagem por celular, informação na rádio e
televisão, tudo funciona perfeitamente. Mesmo eu sendo uma estrangeira consegui
entender as informações e tomar medidas para que eu ficasse em segurança até o
final do evento.
Alunos assistem à aula de mapeamento de área de perigo |
De que forma você acredita que essa experiência
contribuirá para o desenvolvimento do trabalho que você executa na CPRM?
A equipe do curso
trabalhou em parceria para a construção de um plano de trabalho que deve ser
iniciado ainda no ano de 2018. Este plano cria oportunidade de parcerias nas
quais é possível desenvolver videoaulas, aumentar o número de municípios com
mapeamento de perigo e difundir a metodologia por intermédio do treinamento de
geólogos de defesas civis estaduais. Além disso, ter acesso a banco de dados
estaduais referente a desastres já ocorridos.
Qual avaliação você faz do curso?
Foi de grande valia para o
entendimento de um sistema eficiente de prevenção e redução dos danos gerados
em situação de desastres. O Japão é um exemplo de país que convive com diversos
eventos extremos e que obteve sucesso na mitigação dos danos gerados. O modelo
do treinamento que integra representante das várias esferas do governo e tem
como trabalho final um plano de ação conjunta também é uma excelente forma de
trabalho, pois aproxima os vários atores que lidam com a questão de desastres.
Natália durante treinamento de salvamento comunitário pós-terremoto |
Quais temas foram abordados durante a programação?
Papéis do governo central e locais do
Japão na redução de risco e gestão de desastres, papéis de organizações não
governamentais, abordagem japonesa frente aos diversos tipos de desastres,
estudo da possibilidade de implantação do conhecimento adquirido no Brasil,
medidas estruturais relacionadas a movimentos de massa, sistema de alerta em
rios, o papel das empresas privadas na prevenção e mitigação de danos etc.
Outros brasileiros também receberam a capacitação?
A comitiva do governo brasileiro foi
representada por três membros da Defesa Civil Nacional, dois coordenadores de
Defesa Civil estadual de Pernambuco e Paraná, um coordenador de Defesa Civil
municipal (Maceió), uma pesquisadora do CEMADEN e uma pesquisadora da CPRM.
Você já conhecia o Japão? O que te causou surpresa em relação à cultura
desse país asiático?
Não, foi a minha
primeira vez. Sobre a parte cultural é importante ressaltar que os japoneses
valorizam a cultura tanto quanto o aprendizado técnico.
A pesquisadora também aprendeu a vestir o quimono japonês |
Pedro Henrique
Santos
Assessoria de
Comunicação
Serviço Geológico
do Brasil - CPRM
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(61) 2108-8400