Pesquisadores do Serviço Geológico do Brasil se reuniram no
Rio de Janeiro entre os dias 4 e 5 de outubro para apresentarem os estudos
referentes ao sismo no bairro Pinheiro, em Maceió (AL)
Equipe técnica que
investiga evento ocorrido em Maceió
se reúne na sede da CPRM no Rio de Janeiro
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A palavra do ano no Serviço Geológico do Brasil é
integração. E foi pensando nisso que técnicos de quase todas as unidades regionais
se reuniram entre os dias 4 e 5 de outubro na sede da CPRM no Rio de Janeiro. O
objetivo foi integrar os estudos obtidos de junho até hoje sobre o evento
geológico e geotécnico ocorrido no bairro Pinheiro, em Maceió.
Em 3 de março deste ano, casas da região ficaram com
trincas e rachaduras em virtude de afundamentos que ocorreram no local. O
Ministério Público de Alagoas acionou a CPRM para identificar as causas do
evento. Desde junho, profissionais de áreas como geologia, hidrologia,
geofísica, geotecnia, geoprocessamento, hidrogeologia, estratigrafia e
mineração realizam estudos no bairro.
A reunião da última semana compilou os dados obtidos até
agora para alinhar o corpo técnico, delinear as possíveis causas e definir as
próximas etapas da pesquisa. O geólogo Jorge Pimentel declarou que as
conclusões da reunião vão compor um relatório que será apresentado ao Ministério
Público de Alagoas, assim como um informe dos estudos realizados. “O objetivo
do nosso encontro aqui e dos trabalhos que temos desenvolvido é garantir a
segurança da população do bairro estudado que chega a mais de 30 mil pessoas. O
conjunto de técnicos trabalhando de forma integrada é o grande ganho da nossa
empresa”, diz Pimentel.
A
chefe do Departamento de Gestão Territorial, Adelaide Maia, afirmou que as
causas dos afundamentos na região ainda estão sendo investigados. “Há várias
hipóteses: uma sobre a mineração de sal do local estar provocando essas
fissuras nas casas; outra sobre a super exploração do aquífero estar causando
essa subsidência e também outra que é geológica, ou seja, pode ser uma causa
tectônica mesmo”, explica Maia.
Sobre os métodos utilizados, ela esclarece:
“Nós já fizemos todo o levantamento das rachaduras e trincas nas moradias.
Também realizamos um trabalho com GPR para detectar como está o substrato
abaixo das casas em busca de cavidades, fraturas e colapsos na superfície.
Agora estamos iniciando um trabalho de batimetria na Lagoa de Mandaú que talvez
tenha alguma relação com o evento e também um estudo de interferometria, que é
a avaliação da superfície em diferentes épocas, para ver onde pode haver
subsidência”.
O
pesquisador em geociências Heródoto Goes saiu de Belo Horizonte para participar
do encontro. Para ele, o que mais chamou atenção foi constatar, a partir do
mapeamento de evidências superficiais apresentado na reunião, que o afundamento
do bairro persiste e que a área atingida se ampliou de lá para cá, acelerando o
processo de rachadura das residências. “A importância de reuniões como esta é
justamente a troca de conhecimento entre os diversos técnicos envolvidos. A
gente consegue ter uma visão unificada e fica mais eficaz entender o processo e
elaborar uma solução”, afirma Goes.
Geólogo Thales Sampaio, assessor do Diretor de Hidrologia
e Gestão
Territorial, Dr. Bacelar, participa do encontro na CPRM
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Thales Sampaio, representante do Diretor de Hidrologia e
Gestão Territorial, Antônio Carlos Bacelar, também evidenciou
o caráter integrador do encontro. “Estes dois dias foram ricos especialmente pela
integração das equipes e do conhecimento. Finalmente a inteligência coletiva está
sendo posta a serviço das geociências e sendo disponibilizada para a sociedade”,
declara o geólogo. “Com o trabalho que estamos realizando em Maceió nós também encurtamos
a distância entre o Serviço Geológico do Brasil, uma empresa de pesquisa em
conhecimento técnico científico, com a população local, que hoje sabe
perfeitamente o papel relevante que a CPRM tem para sociedade”, conclui.
Ix
Chel de Carvalho
Assessoria
de Comunicação
Serviço
Geológico do Brasil - CPRM
asscomdf@cprm.gov.br
(61)
2108-8400