quarta-feira, outubro 17

Pesquisadores da CPRM participam de Seminário sobre o uso de Software Livre para Informações Geoespaciais no Governo (FOSS.4GIS.GOV 2018)


Os Pesquisadores Carlos Eduardo Mota e Álvaro Barcellos 
representaram a CPRM no FOSS.4GIS.GOV 2018

O Serviço Geológico do Brasil (CPRM) participou pela primeira vez do Seminário FOSS.4GIS.GOV 2018 que aconteceu de 17 a 19 de setembro em Brasília. O evento, promovido pelo Ibama, está na segunda edição. Neste ano, foram apresentadas soluções aos desafios relacionados à gestão de informações geoespaciais como a utilização de software livre e de código aberto (FOSS.4GIS - Free and Open Source Software For GIS) nas instituições públicas brasileiras.
Diversos especialistas em aplicações geoespaciais participaram dos debates que abordaram os mais diversos assuntos, tais como os métodos e práticas relacionados ao desenvolvimento de sistemas, bancos de dados, análises espaciais, sensoriamento remoto, armazenamento, processamento e distribuição de grandes volumes de dados.

Para o pesquisador e geólogo da Diretoria de Infraestrutura Geocientífica - DIG da CPRM, Carlos Eduardo Mota, o sucesso do FOSS.4GIS nas instituições públicas se deve ao engajamento dos colaboradores, desde desenvolvedores até a área-fim. “Fiquei muito satisfeito com o nível das discussões e com os trabalhos apresentados. Não se pode negar que o FOSS.4GIS realmente tornou-se uma solução madura tanto para pequenos quanto para grandes sistemas de informação geográfica”.

“Já experimentamos a filosofia do FOSS.4GIS, com o desenvolvimento do Novo FCampo, entrada de dados da Geoquímica, e a boa aceitação da ferramenta deve-se à boa comunicação entre desenvolvedores, geoquímicos e técnicos”, complementou Carlos Mota.

Durante o seminário foi percebido que, de modo geral, todas as instituições participantes utilizam prioritariamente o banco de dados espacial PostGIS como única aplicação básica de armazenamento, consolidação e disponibilização de informações. Notou-se também o crescimento da participação do QGIS em aplicações SIG estratégicas, conforme foi explicitado nas apresentações do Exército Brasileiro, IBAMA e Polícia Federal.

Vários casos apresentados demonstraram ainda o aumento da utilização de linguagens científicas, como o Python e R, para o desenvolvimento de rotinas específicas de geoprocessamento e sensoriamento remoto, adicionando inteligência espacial aos bancos de dados georreferenciados.

O evento contou com a presença do Coordenador 
Geral do IBAMA, George Ferreira, o presidente da OSGeo Foundation,
 Jeff McKena, e Luiz Motta, analista do IBAMA
Algumas apresentações trouxeram também a utilização dos aplicativos FOSS.4GIS em casos de limites georreferenciados, identificação de zonas de desmatamento, áreas de litígio e gestão de recursos hídricos e catálogos de imagens. Em nenhum caso apresentado, foi observado a utilização de conhecimentos geológicos como suporte às decisões envolvidas à gestão do meio ambiente.

Para o pesquisador e geofísico da Diretoria de Infraestrutura Geocientífica - DIG CPRM, Álvaro Barcellos, a expectativa é que na próxima edição a CPRM tenha a oportunidade de apresentar trabalhos FOSS.4GIS no âmbito da geologia, hidrologia e recursos minerais e integrar o grupo de instituições públicas que desenvolvem e disponibilizam conhecimento geocientífico baseado em software livre e de código aberto.

“O seminário demonstrou que a utilização dos softwares abertos e livres como QGIS, PostGIS e PostgreSQL, estão resolvendo problemas de gestão de informação e de avaliação segura e consistente, para produção de serviços de geolocalização, definição de áreas legais e diferenciação de imagens, estabelecendo novos paradigmas para a administração pública de informações georeferenciadas”.

A CPRM, usuária de software livre, quando comparada a outras instituições demonstra possuir todos os requisitos necessários - infraestrutura, equipe própria de desenvolvimento e, principalmente, engajamento dos colaboradores - para reivindicar uma posição de destaque no desenvolvimento de soluções geoespaciais aplicadas às ciências geológicas.

Instituições governamentais como o IBAMA, IBGE, EMBRAPA, ANA, Exército Brasileiro e Polícia Federal também participaram do seminário. O evento contou também com a participação internacional do presidente da Fundação OSGeo, do Canadá.

A Fundação OSGeo (Open Source Geospatial Foundation) é uma organização sem fins lucrativos, cuja missão é promover a adoção global de tecnologia geoespacial com  base em software livre e de código aberto. A instituição tem por filosofia o desenvolvimento participativo, voltado para a comunidade, e a implementação de padrões e protocolos internacionais públicos de dados espaciais.

O evento contou com a presença da Fundação OSGeo, responsável
pela distribuição de aplicações como o PostGIS e GeoServer, 
Ela acolhe aplicações como o PostGIS (servidor de banco de dados espacial), o QGIS (sistema de informações geográficas), o Geoserver (servidor de mapas na internet) e o Geonetwork (catálogo de meta-dados e informações dos mapas). Todos eles são utilizados no OneGeology que integra os mapeamentos geológicos entre os serviços geológicos internacionais. A CPRM, como participante do OneGeology, também possui aplicações que utilizam software de código aberto na disponibilização de dados geocientíficos.

As aplicações do OSGeo são recomendadas no plano de ação para a implantação da INDE, infraestrutura nacional de dados espaciais, que normatiza os padrões de intercâmbio e aplicações para todo o governo no que tange às políticas e à implementação de recursos envolvendo dados geoespaciais.

A CPRM é membro integrante e signatário da INDE e tem especial interesse na experiência das instituições participantes como referencial para orientações e interações nos diversos serviços implantados na disponibilização de dados geoespaciais.