Os Pesquisadores Carlos Eduardo Mota e Álvaro
Barcellos
representaram a CPRM no FOSS.4GIS.GOV 2018
O Serviço Geológico do Brasil (CPRM) participou pela primeira
vez do Seminário FOSS.4GIS.GOV 2018 que aconteceu de 17 a 19 de setembro em
Brasília. O evento, promovido pelo Ibama, está na segunda edição. Neste ano,
foram apresentadas soluções aos desafios relacionados à gestão de informações
geoespaciais como a utilização de software livre e de código aberto (FOSS.4GIS
- Free and Open Source Software For GIS) nas instituições públicas brasileiras.
Diversos especialistas em aplicações geoespaciais participaram
dos debates que abordaram os mais diversos assuntos, tais como os métodos e
práticas relacionados ao desenvolvimento de sistemas, bancos de dados, análises
espaciais, sensoriamento remoto, armazenamento, processamento e distribuição de
grandes volumes de dados.
Para o pesquisador e geólogo da Diretoria de Infraestrutura
Geocientífica - DIG da CPRM, Carlos Eduardo Mota, o sucesso do FOSS.4GIS nas
instituições públicas se deve ao engajamento dos colaboradores, desde
desenvolvedores até a área-fim. “Fiquei muito satisfeito com o nível das
discussões e com os trabalhos apresentados. Não se pode negar que o FOSS.4GIS
realmente tornou-se uma solução madura tanto para pequenos quanto para grandes
sistemas de informação geográfica”.
“Já experimentamos a filosofia do FOSS.4GIS, com o
desenvolvimento do Novo FCampo, entrada de dados da Geoquímica, e a boa
aceitação da ferramenta deve-se à boa comunicação entre desenvolvedores,
geoquímicos e técnicos”, complementou Carlos Mota.
Durante o seminário foi percebido que, de modo geral, todas
as instituições participantes utilizam prioritariamente o banco de dados
espacial PostGIS como única aplicação básica de armazenamento, consolidação e
disponibilização de informações. Notou-se também o crescimento da participação
do QGIS em aplicações SIG estratégicas, conforme foi explicitado nas
apresentações do Exército Brasileiro, IBAMA e Polícia Federal.
Vários casos apresentados demonstraram ainda o aumento da
utilização de linguagens científicas, como o Python e R, para o desenvolvimento
de rotinas específicas de geoprocessamento e sensoriamento remoto, adicionando
inteligência espacial aos bancos de dados georreferenciados.
O evento
contou com a presença do Coordenador
Geral do IBAMA, George Ferreira, o presidente da OSGeo Foundation, Jeff McKena, e Luiz Motta, analista do IBAMA |
Algumas apresentações trouxeram também a utilização dos
aplicativos FOSS.4GIS em casos de limites georreferenciados, identificação de
zonas de desmatamento, áreas de litígio e gestão de recursos hídricos e
catálogos de imagens. Em nenhum caso apresentado, foi observado a utilização de
conhecimentos geológicos como suporte às decisões envolvidas à gestão do meio
ambiente.
Para o pesquisador e geofísico da Diretoria de Infraestrutura
Geocientífica - DIG CPRM, Álvaro Barcellos, a expectativa é que na próxima
edição a CPRM tenha a oportunidade de apresentar trabalhos FOSS.4GIS no âmbito
da geologia, hidrologia e recursos minerais e integrar o grupo de instituições
públicas que desenvolvem e disponibilizam conhecimento geocientífico baseado em
software livre e de código aberto.
“O seminário demonstrou que a utilização dos softwares
abertos e livres como QGIS, PostGIS e PostgreSQL, estão resolvendo problemas de
gestão de informação e de avaliação segura e consistente, para produção de
serviços de geolocalização, definição de áreas legais e diferenciação de
imagens, estabelecendo novos paradigmas para a administração pública de
informações georeferenciadas”.
A CPRM, usuária de software livre, quando comparada a outras
instituições demonstra possuir todos os requisitos necessários -
infraestrutura, equipe própria de desenvolvimento e, principalmente, engajamento
dos colaboradores - para reivindicar uma posição de destaque no desenvolvimento
de soluções geoespaciais aplicadas às ciências geológicas.
Instituições governamentais como o IBAMA, IBGE, EMBRAPA, ANA,
Exército Brasileiro e Polícia Federal também participaram do seminário. O
evento contou também com a participação internacional do presidente da Fundação
OSGeo, do Canadá.
A Fundação OSGeo (Open Source Geospatial Foundation) é uma
organização sem fins lucrativos, cuja missão é promover a adoção global de
tecnologia geoespacial com base em
software livre e de código aberto. A instituição tem por filosofia o
desenvolvimento participativo, voltado para a comunidade, e a implementação de
padrões e protocolos internacionais públicos de dados espaciais.
O evento contou com a
presença da Fundação OSGeo, responsável pela distribuição de aplicações como o PostGIS e GeoServer, |
Ela acolhe aplicações como o PostGIS (servidor de banco de
dados espacial), o QGIS (sistema de informações geográficas), o Geoserver
(servidor de mapas na internet) e o Geonetwork (catálogo de meta-dados e
informações dos mapas). Todos eles são utilizados no OneGeology que integra os
mapeamentos geológicos entre os serviços geológicos internacionais. A CPRM,
como participante do OneGeology, também possui aplicações que utilizam software
de código aberto na disponibilização de dados geocientíficos.
As aplicações do OSGeo são recomendadas no plano de ação para
a implantação da INDE, infraestrutura nacional de dados espaciais, que
normatiza os padrões de intercâmbio e aplicações para todo o governo no que
tange às políticas e à implementação de recursos envolvendo dados geoespaciais.
A CPRM é membro integrante e signatário da INDE e tem
especial interesse na experiência das instituições participantes como
referencial para orientações e interações nos diversos serviços implantados na
disponibilização de dados geoespaciais.