quarta-feira, maio 30

Teodoro Sampaio e a mão negra na geologia




A contribuição da mão negra para às geociências vem desde os tempos da escravidão. Bastante omissa em relação aos povos africanos responsáveis pela extração de ouro e diamante durante o período colonial e imperial, a geologia, assim como outras áreas do conhecimento, escondeu durante muito tempo as referências do trabalho escravo dos livros e publicações científicas. 

Hoje, 30 de maio, dia do geólogo, homenageamos a figura de Teodoro Sampaio, primeiro geólogo negro brasileiro, para mostrar que a colaboração africana foi muito além da mão de obra escrava, sendo responsável pela produção científica na área das geociências brasileiras.

Filho de mãe escrava e pai padre, Teodoro formou-se em engenharia pela Escola Politécnica do Rio de Janeiro em 1877, vindo a comprar as cartas de alforria de pelo menos dois de seus irmãos que viviam como escravos em plantações de cana-de-açúcar na Bahia. Participou da fundação da Escola Politécnica e do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, além de ter ocupado o cargo de primeiro-engenheiro da Comissão Geográfica e Geológica de São Paulo em 1886, consolidando definitivamente sua carreira profissional.

Considerado um dos maiores pensadores brasileiros de seu tempo, exerceu grande influência sob as leituras científicas de Euclides da Cunha (autor de “Os Sertões”) devido ao seu conhecimento sobre os sertões baianos. Ao lado de Joaquim Nabuco e Capistrano de Abreu, Teodoro Sampaio foi de grande importância para a memória intelectual do país, tendo seu nome batizado dois municípios brasileiros e uma rua da cidade de São Paulo.

Assessoria de Comunicação 
Serviço Geológico do Brasil - CPRM 
asscomdf@cprm.gov.br