Com o objetivo de discutir e fomentar o desenvolvimento socioeconômico de Pernambuco, o Ministério de Minas e Energia, por meio do Serviço Geológico do Brasil (CPRM) e do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), promoveu o Fórum de Desenvolvimento do Polo Gesseiro do Araripe. O encontro aconteceu no dia 19 de junho e contou com a participação de autoridades e representantes de instituições que atuam no setor gesseiro do estado.
"Os debates que estamos promovendo no Fórum vão permitir que tenhamos uma maior aproximação com o arranjo produtivo do estado e discutir os resultados para que se possa dinamizar ainda mais essa cadeia produtiva do gesso", disse Fernando Coelho em seu pronunciamento aos participantes.
Durante as palestras, foram apresentados estudos recentes sobre a cadeia produtiva do gesso em toda Bacia do Araripe, com o objetivo de embasar as discussões para fomentar o desenvolvimento socioeconômico da região. O evento também debateu incentivos para o setor, como por exemplo, linhas de financiamento, utilização de energias alternativas, novas tecnologias para exploração e ainda soluções de infraestrutura que visam facilitar o escoamento da produção de gesso.
Segundo dados do Sindusgesso, no Polo Gesseiro do Araripe são gerados 13,9 mil empregos diretos e 69 mil indiretos, com 42 minas de gipsita, 174 indústrias de calcinação e cerca de 750 indústrias de pré-moldados, que geram um faturamento anual na ordem de R$ 1,4 bilhão por ano. A pureza do minério varia de 88% e 98%, sendo considerado de melhor qualidade no Brasil. A região do Araripe produz 84,3% do gesso consumido no país.
A presidente do Sindusgesso, Ceissa Campos, falou sobre a importância do evento. "O fortalecimento do setor gesseiro irá movimentar a economia de toda a região, não só do comércio, mas também dos prestadores de serviços que serão beneficiados com a retomada do crescimento das produções", ponderou.
Bacia do Araripe - Famosa pela grande quantidade de fósseis expostos em museus pelo mundo afora, principalmente seus peixes, plantas, insetos e aves gigantescas, essa bacia abriga um importante recurso mineral que é fonte de renda para milhares de pessoas no sertão pernambucano: a gipsita é conhecida, principalmente, pelo seu uso na área médica e, depois de aquecida, torna-se gesso.
O Brasil é o maior produtor de gipsita da América do Sul e o 13º no mundo. A reserva brasileira de gipsita atinge um valor de aproximadamente 1,3 bilhões de toneladas. Pernambuco contém a terceira reserva nacional deste bem mineral, mas devido as condições de infraestrutura e da relação capeamento estéril constitui o principal estado produtor, fornecendo cerca de 85% da gipsita consumida no país, com destaque para o Pólo Gesseiro do Araripe.
Convém frisar, que a região em tela, além das grandes jazidas de gipsita apresenta ainda expressivas anomalias de cobre, chumbo, zinco, fósforo e de celestita. Tal fato evidencia a necessidade da realização de trabalhos de pesquisa de cunho geológico com a finalidade de avaliar melhor estas áreas anômalas e gerar informações geológicas confiáveis que possam propiciar a inversão de capitais privados na pesquisa e possível exploração de novas substâncias minerais.