Museu de Ciências da Terra apresenta descoberta do maior
dinossauro do Brasil
Anuncio da descoberta foi realizado no Museu de Ciências da Terra
Rio de
Janeiro - Pesquisadores anunciaram nesta quarta feira (0510), no Museu de
Ciências da Terra, a descoberta de uma
nova espécie de dinossauro que viveu no Brasil há 70 milhões de anos. O exemplar foi coletado em
1953 por um dos principais paleontólogos
brasileiros - Llewellyn Ivor Price (1905-1980) e pertence ao Museu de Ciências
da Terra, que reúne um dos principais acervos de fósseis do país. O material
encontrado será exposto no museu para
visitação pública.
Batizado de Austroposeidon magnificus,
o dinossauro tinha aproximadamente cerca de vinte e cinco metros de
comprimento. Como todos os dinossauros de grande porte, o material encontrado é
composto predominantemente de vértebras do pescoço e da coluna vertebral. Com
base nas características anatômicas, Austroposeidon magnificus pode
ser classificado no grupo dos titanossauros, que eram formas herbívoras de um
corpo bem desenvolvido, pescoço e cauda longos e um crânio comparativamente
pequeno. Os titanossauros tiveram bastante sucesso durante o Cretáceo,
sobretudo no supercontinente do Gondwana, que no passado reunia América do Sul,
África, Índia, Antártica e Austrália.
No Brasil, já foram
descobertas nove espécies de titanossauros. Até agora, o maior destes era o Maxakalisaurus topai, com mais
de 13 metros de comprimento. Os restos do Austroposeidon foram coletados nas cercanias da
cidade de Presidente Prudente, sudoeste
do estado de São Paulo. Suas características são muito semelhantes à espécies
argentinas também gigantes, como Mendozasaurus e Futalognkosaurus.
Parte do material da nova
espécie foi analisada com auxílio de um tomógrafo, visando acessar a parte
interna dos ossos. Esse estudo revelou a presença de características
completamente novas para os titanossauros, tais como anéis de crescimento
intercalados com um tecido ósseo mais denso, cujo significado ainda não é bem
compreendido pelos pesquisadores.
“A descoberta de Austroposeidon não apenas contribui com novas
informações anatômicas e evolutivas para os dinossauros, mas também mostra que
espécies gigantes também reinavam no Brasil, há milhões de anos”, avalia Alex Kellner,
um dos pesquisadores que participou da descoberta.
O estudo representa um
esforço conjunto de pesquisadores do Museu de Ciências da Terra, Museu
Nacional/UFRJ, Petrobrás e da Universidade Federal de Pernambuco (UFP) e foi
publicado no periódico científico Plos One. A pesquisa foi parcialmente
financiada pela Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do
Rio de Janeiro (FAPERJ) e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico
e Tecnológico (CNPq).
Vertebra Dorsal reconstruída |
Austroposeidon magnificus tinha aproximadamente
cerca de vinte e cinco metros de comprimento
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