quinta-feira, outubro 6

Museu de Ciências da Terra apresenta descoberta do maior dinossauro do Brasil


 
Anuncio da descoberta foi  realizado no Museu de Ciências da Terra

 Rio de Janeiro - Pesquisadores anunciaram nesta quarta feira (0510), no Museu de Ciências da Terra, a descoberta de  uma nova espécie de dinossauro que viveu no Brasil há  70 milhões de anos. O exemplar foi coletado em 1953  por um dos principais paleontólogos brasileiros - Llewellyn Ivor Price (1905-1980) e pertence ao Museu de Ciências da Terra, que reúne um dos principais acervos de fósseis do país. O material encontrado será  exposto no museu para visitação pública.


Batizado de Austroposeidon magnificus, o dinossauro tinha aproximadamente cerca de vinte e cinco metros de comprimento. Como todos os dinossauros de grande porte, o material encontrado é composto predominantemente de vértebras do pescoço e da coluna vertebral. Com base nas características anatômicas, Austroposeidon magnificus     pode ser classificado no grupo dos titanossauros, que eram formas herbívoras de um corpo bem desenvolvido, pescoço e cauda longos e um crânio comparativamente pequeno. Os titanossauros tiveram bastante sucesso durante o Cretáceo, sobretudo no supercontinente do Gondwana, que no passado reunia América do Sul, África, Índia, Antártica e Austrália.


No Brasil, já foram descobertas nove espécies de titanossauros. Até agora, o maior destes era o Maxakalisaurus topai, com mais de 13 metros de comprimento. Os restos do Austroposeidon foram coletados nas cercanias da cidade de Presidente Prudente,  sudoeste do estado de São Paulo. Suas características são muito semelhantes à espécies argentinas também gigantes, como Mendozasaurus e Futalognkosaurus.

Parte do material da nova espécie foi analisada com auxílio de um tomógrafo, visando acessar a parte interna dos ossos. Esse estudo revelou a presença de características completamente novas para os titanossauros, tais como anéis de crescimento intercalados com um tecido ósseo mais denso, cujo significado ainda não é bem compreendido pelos pesquisadores.

“A descoberta de Austroposeidon não apenas contribui com novas informações anatômicas e evolutivas para os dinossauros, mas também mostra que espécies gigantes também reinavam no Brasil, há milhões de anos”, avalia Alex Kellner, um dos pesquisadores que participou da descoberta.


O estudo representa um esforço conjunto de pesquisadores do Museu de Ciências da Terra, Museu Nacional/UFRJ, Petrobrás e da Universidade Federal de Pernambuco (UFP) e foi publicado no periódico científico Plos One. A pesquisa foi parcialmente financiada pela Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ) e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Vertebra Dorsal reconstruída


Austroposeidon magnificus tinha aproximadamente cerca de vinte e cinco metros de comprimento