Figura 01 – Danos causados pelo terremoto de magnitude 5.1,
no ano de 1986, em João
Camara, Rio Grande do Norte.
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Embora terremotos de grandes proporções não
ocorram no Brasil, nosso país possui uma atividade sísmica que não pode ser
ignorada. Em geral são tremores de baixa intensidade. Há, contudo, registros
ocasionais de terremotos com magnitude próxima a 5, que podem danificar
estruturas e causar pânico. Temos, como exemplo, o terremoto de João Câmara
(1986), Rio Grande do Norte, de magnitude 5.1, onde várias casas foram
danificadas e grande parte da população se mudou à época da cidade (Figura 01).
Eventos como esse mostram a importância da identificação de áreas de maior
sismicidade, por meio de uma rede sismográfica consistente e estruturada que
possa dar uma resposta rápida à sociedade em caso de terremotos.
Figura 02 - Distribuição das estações
sismográficas brasileiras.
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Exemplos desse tipo de cooperação ocorrem em
diversos países, como na França, onde a rede sismográfica é operada
conjuntamente por diversas instituições de pesquisa e universidades, com forte
apoio governamental, e na Grã-Bretanha, país de sismicidade relativamente
baixa, como no Brasil, mas que conta com monitoramento permanente, com a rede
sismográfica sendo mantida pelo Serviço Geológico Britânico (BGS - British Geological Survey).
Em operação desde julho de 2016 na sede da
CPRM de Brasília, hoje a rede recebe dados de 87 estações no Brasil e outras 36
distribuídas pelo mundo (tabela 01), em uma cobertura que permite determinar os
epicentros de eventuais terremotos no país.
Rede Sismográfica
|
Número de
Estações
|
Instituição
de Coordenação
|
BL
|
25
|
Universidade de São Paulo
(USP)
|
BR
|
23
|
Universidade de Brasília
(UnB)
|
G
|
14
|
Institut de Physique du Globe de
Paris
(IPGP)
|
GT
|
6
|
United States Air Force /
United States Geological Survey (USAF/USGS)
|
IU
|
19
|
Incorporated
Research Institutions for Seismology / United States Geological Survey
(IRIS/USGS)
|
NB
|
18
|
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
(UFRN)
|
ON
|
18
|
Observatório Nacional
(ON)
|
Tabela 01 - Listagem das Redes Sismográficas conectadas à CPRM.
A conexão dos dados enviados a partir das
estações com as respectivas instituições recebedoras (figura 02) é realizada em
tempo real, via satélite. Assim que os dados chegam às instituições, são
imediatamente redirecionados para as redes internas da CPRM (figura 03),
possibilitando realizar a determinação dos epicentros e interagir, de maneira
eficaz, com órgãos como a defesa civil, ambiental e outros.
Figura 03 - Recepção de dados sismológicos enviados
por instituições
de várias partes do mundo.
de várias partes do mundo.
Além de
monitorar os sismos e seus eventos causadores, o Laboratório de Sismologia tem
como objetivos realizar estudos aplicados sobre a estrutura profunda da crosta
e do manto, utilizando técnicas como modelagem geodinâmica, tomografia sísmica
e função do receptor, dentre outros. Esses estudos, desenvolvidos em parceria
com as equipes da CPRM ou com instituições de pesquisa e ensino, permitirão que
se avance no conhecimento da evolução tectônica da terra, com diversas
aplicações diretas e indiretas, em especial subsidiando programas de exploração
mineral e o planejamento estratégico relativo ao uso e ocupação do solo, a fim
de minimizar possíveis prejuízos em caso de eventos sísmicos.
Para
contatos e informações:
CPRM – Serviço Geológico do Brasil
Iago Costa / Marcos Vinícius Ferreira
Fone: (61) 21088400 (Geral CPRM Brasília)
e-mail: sismologia@cprm.gov.br
e-mail: sismologia@cprm.gov.br