Equipe de
pesquisadores a bordo no navio Russo R/V Yuzhmorgeologya
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O pesquisador Victor Lopes, do Serviço Geológico do Brasil, foi o escolhido para representar o
país no programa de treinamento no mar da Autoridade Internacional dos Fundos
Oceânicos (ISA). Ao todo, foram 100 dias no mar, entre julho e outubro deste
ano, para estudar e conhecer o norte tropical do oceano pacífico, região das falhas de Clarion-Clipperton (CCZ), entre o Havaí
e o México.
O treinamento é uma oportunidade para que pesquisadores
de países em desenvolvimento possam adquirir conhecimento e vivência em
pesquisas e atividades científicas marinhas em águas profundas, como meio
ambiente, biologia, engenharia, mineração, geofísica, entre
outros.
China, Alemanha, França, Reino Unido, Brasil e Rússia são alguns dos 13 países que fazem parte do programa. Cada
um é convidado a indicar um candidato e nomeá-lo para participar de uma seleção
feita pela Comissão Legal e Técnica que ocorre na sede da ISA, em Kingston,
Jamaica. Ao todo, apenas dois candidatos são selecionados para participar dos
treinamentos que duram cerca de três meses. Além de Victor Lopes, participou do
programa o geofísico de Madagascar Rantosoa Andry.
Pesquisador de Madagascar, Rantosoa Andry, e
pesquisador
brasileiro da CPRM, Victor Lopes |
A região estudada por
eles, zona Clarion-Clipperton (CCZ), é um grande depósito de nódulos polimetálicos que se encontram no fundo do mar, numa profundidade
aproximada de seis mil metros. Possuem graus significativos de manganês,
níquel, cobre e cobalto, assim como de outros metais de interesse. A área está
situada em águas internacionais e a exploração e desenvolvimento dos depósitos
é regulada pela ISA, organização autônoma estabelecida na convenção de 1982 das
Nações Unidas.
Para o pesquisador da CPRM, a oportunidade foi ao mesmo
tempo fantástica e desafiadora. “Tive a chance de aprender mais sobre recursos
minerais marinhos em águas ultra profundas e trazer para o Brasil técnicas
avançadas e procedimentos modernos de estudos de nódulos polimetálicos”, afirma Victor que ficou cerca de 100 dias com
pesquisadores de países da Austrália, Rússia e Tonga.