quinta-feira, novembro 5

Deslizamentos em Santa Catarina mobilizam especialistas da CPRM e do Japão

Equipe da CPRM e JICA na localidade de Nova Rússia
atingida pelo movimento de massa.
Especialistas do Serviço Geológico do Brasil (CPRM) e da Agência de Cooperação Internacional do Japão (JICA) realizaram a vistoria e avaliação das áreas afetadas pelos deslizamentos, no mês de outubro, no município de Blumenau (SC).


A Superintendência Regional de Porto Alegre teve como missão avaliar melhor as condições da área de ocorrência do deslizamento e prestar esclarecimentos técnicos, em caráter preliminar. Os deslizamentos, considerados de grande magnitude aconteceram na localidade de Nova Rússia (Ilha do Sossego/Rancho do Willy), Bairro Progresso no município de Blumenau.

A região atingida apresenta relevo variado, de montanhoso a escarpado, com declividades expressivas e amplitude altimétrica local em torno de 400 metros. A área esta inserida no contexto geológico, da Bacia do Itajaí, onde ocorrem rochas metassedimentares. A região encontra-se estruturada por dois principais sistemas de lineamentos com direções nordeste e noroeste.


Foto aérea do local atingido.
Segundo os relatos de campo a área apresenta alta fragilidade geológico-geotécnica, sugerindo uma condição de instabilidade. Assim, deve-se considerar a recorrência de novos deslizamentos neste local. Porém, ainda não é possível identificar a amplitude/magnitude de futuros movimentos de massa.

Devido ao deslizamento, o curso d’água, denominado de Ribeirão Garcia, foi barrado pelo material resultando na elevação do nível d’água e invasão parcial das margens, causando erosão e abertura de novo leito, com destruição de moradias e danos em parte da via pública e da cabeceira da ponte. À montante do barramento natural, a elevação das águas alagou um trecho de mata ciliar e afetou duas edificações.

Os órgãos envolvidos na missão recomendaram a não permanência de pessoas nas proximidades do deslizamento, salvo as equipes oficiais de trabalho e desde que amparadas por estratégias de monitoramento. “A partir destas análises, além de aprimorar o mapeamento de perigo, será possível definir melhores estratégias de monitoramento, alerta e alarme”, informa a nota técnica elaborada pela equipe. A Carta Preliminar das Zonas de Perigo encontra-se em fase de edição e será disponibilizada à comunidade nos próximos dias.

Participaram do trabalho de campo os técnicos: Diogo Rodrigues Andrade da Silva e Carlos Augusto Brasil Peixoto da Sureg-PA, Takao Yamakoshi da JICA/ Projeto GIDES, técnicos da Defesa Civil e da Diretoria de Geologia e Análise de Riscos Naturais da Prefeitura Municipal de Blumenau.

Novo leito do Ribeirão Garcia gerado após o barramento.