Equipe da CPRM e JICA na localidade de Nova Rússia atingida pelo movimento de massa. |
Especialistas do
Serviço Geológico do Brasil (CPRM) e da Agência de Cooperação Internacional do Japão (JICA) realizaram a vistoria e avaliação das áreas
afetadas pelos deslizamentos, no mês de outubro, no município de Blumenau (SC).
A Superintendência
Regional de Porto Alegre teve como missão avaliar melhor as condições da área
de ocorrência do deslizamento e prestar esclarecimentos técnicos, em caráter
preliminar. Os deslizamentos, considerados de grande magnitude aconteceram na
localidade de Nova Rússia (Ilha do Sossego/Rancho do Willy), Bairro Progresso no
município de Blumenau.
A região atingida apresenta relevo variado,
de montanhoso a escarpado, com declividades expressivas e amplitude altimétrica
local em torno de 400 metros. A área esta inserida no contexto geológico, da
Bacia do Itajaí, onde ocorrem rochas metassedimentares. A região encontra-se
estruturada por dois principais sistemas de lineamentos com direções nordeste e
noroeste.
Foto aérea do local atingido. |
Segundo os relatos de campo a área apresenta
alta fragilidade geológico-geotécnica, sugerindo uma condição de instabilidade.
Assim, deve-se considerar a recorrência de novos deslizamentos neste local.
Porém, ainda não é possível identificar a amplitude/magnitude de futuros
movimentos de massa.
Devido ao deslizamento, o curso d’água,
denominado de Ribeirão Garcia, foi barrado pelo material resultando na elevação
do nível d’água e invasão parcial das margens, causando erosão e abertura de
novo leito, com destruição de moradias e danos em parte da via pública e da
cabeceira da ponte. À montante do barramento natural, a elevação das águas
alagou um trecho de mata ciliar e afetou duas edificações.
Os órgãos envolvidos
na missão recomendaram a não permanência de pessoas nas
proximidades do deslizamento, salvo as equipes oficiais de trabalho e desde que
amparadas por estratégias de monitoramento. “A partir destas análises, além de
aprimorar o mapeamento de perigo, será possível definir melhores estratégias de
monitoramento, alerta e alarme”, informa a nota técnica elaborada pela equipe. A
Carta Preliminar das Zonas de Perigo encontra-se em fase de edição e será
disponibilizada à comunidade nos próximos dias.
Participaram do
trabalho de campo os técnicos: Diogo Rodrigues Andrade da Silva e Carlos
Augusto Brasil Peixoto da Sureg-PA, Takao Yamakoshi da JICA/ Projeto GIDES,
técnicos da Defesa Civil e da Diretoria de Geologia e Análise de Riscos
Naturais da Prefeitura Municipal de Blumenau.
Novo leito do Ribeirão Garcia gerado após o barramento.
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