terça-feira, novembro 10

Contrato assinado entre CPRM e ISBA prevê investimento de 11 milhões de dólares na exploração do Atlântico Sul

Diretor-presidente Manoel Barretto e secretário-geral da ISBA assinam
contrato para exploração exclusiva no Atlântico Sul


O Serviço Geológico do Brasil (CPRM) e a Autoridade Internacional dos Fundos Marítimos (ISBA) assinaram, dia 9 de novembro, o contrato exclusivo, com duração de 15 anos, para exploração de crostas ricas em cobalto, níquel, platina, manganês, tálio e telúrio. Ao todo, já foram investidos mais de R$ 60 milhões em pesquisas no Atlântico Sul, por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

Este é o primeiro contrato firmado com um país do Hemisfério Sul. Segundo o diretor-presidente da CPRM, Manoel Barretto, o contrato inclui o compromisso brasileiro em oferecer oportunidades de treinamento para técnicos de países em desenvolvimento. “A iniciativa busca estimular o desenvolvimento científico e a criação de um parque tecnológico capaz de desenvolver novas tecnologias e equipamentos de ponta”, disse.

O contrato prevê estudar e explorar economicamente recursos minerais numa área de 3 mil km², conhecida como Alto do Rio Grande, localizada a oeste do Atlântico Sul, a cerca de 1.500 km do Rio de Janeiro.

Para o diretor de Geologia e Recursos Minerais da CPRM, Roberto Ventura, este é um grande passo para o Brasil. “É a primeira vez que o Brasil – por meio da CPRM –, fez um trabalho sistemático fora da nossa área jurisdicional marinha. Nós temos a nossa área de extensão continental, a Zona Econômica Exclusiva, mas o Alto do Rio Grande está fora dela, na área internacional dos oceanos”, explica o diretor.

Diretor Roberto Ventura, da CPRM, explicou sobre o plano de
trabalho desenvolvido pelapara exploração no Alto do Rio Grande
O Plano de Trabalho será dividido em três fases, com duração de cinco anos cada. A primeira fase será destinada a realização de estudos de sonografia física e de ecologia e ambiental. Em seguida, será realizada uma avaliação das características mineralógicas, estruturais e geomorfolóficas das áreas de interesse. Por fim, a terceira fase para projeto prevê uma seleção das áreas para estudo da viabilidade econômica, ambiental e técnica dos depósitos minerais identificados.

O secretário de Geologia e Mineração, Carlos Nogueira Júnior, ressaltou o privilégio que é realizar essa pesquisa no país. “Essa assinatura permite que o Brasil participe do seleto grupo de países com autorização para estudos geológicos nas áreas marinhas internacionais”, destacou.

Estavam presentes na cerimônia de assinatura o secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação, Jailson Bittencoutr; o secretário da Comissão Interministerial para Recursos do Mar do Ministério da Marinha, José Augusto de Menezes; o secretário de Geologia, Mineração e Transformação Mineral, Carlos Nogueira da Costa Junior; o secretário-geral da ISBA, Nii Allotey Odunton; e o diretor-presidente da CPRM, Manoel Barretto.


Fotos: Francisco Stuckert/MME e EBC