quinta-feira, maio 21

Encontro debate estudos realizados na região da APA de Lagoa Santa

Júlio Pinho fala sobre a geologia do Grupo Bambuí, 
na região da APA de Lagoa Santa

Uma equipe técnica do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), que realizou o mapeamento geológico na Área de Proteção Ambiental (APA) – Carste de Lagoa Santa – MG, reuniu-se, no dia 20 de maio, na Superintendência Regional de Belo Horizonte (Sureg-BH), com a equipe do projeto “Avaliação da Vulnerabilidade Intrínseca do Aquífero Cárstico da APA de Lagoa Santa, MG, utilizando os métodos COP e Drastic”, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

O encontro ocorreu por solicitação da professora Leila Menegasse, coordenadora do projeto, com o objetivo de conhecer os estudos realizados pela CPRM na região da APA, executados pelos geólogos Manoel Tuller, José Heleno Ribeiro e Nicola Signorelli.

Marco Couto abordou a geofísica
aplicada à água subterrânea
A reunião também contou com três apresentações realizadas por profissionais da CPRM: a primeira, pelo geólogo Júlio Pinho, que abordou a geologia do Grupo Bambuí, na região da APA de Lagoa Santa; em seguida, o geofísico Antonino Juarez Borges fez uma palestra de âmbito geral a respeito de geofísica mostrando os seus princípios científicos e técnicos de aplicação tanto na prospecção de água subterrânea quanto na mineração; e finalizando, o geofísico Marco Antonio Couto Junior, fez uma palestra sobre a sua dissertação de mestrado recentemente concluída em que foi usada a combinação dos métodos eletromagnético do dominío do tempo e eletroressistividade aplicados à água subterrânea e sua possibilidade de uso em regiões cársticas.

Além dos técnicos da UFMG e da CPRM, participaram da reunião dois técnicos do Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear (CDTN), que colaboram com a execução do projeto.
Antonino Borges destaca a geofísica e as 
possíveis aplicações na prospecção de água


Sobre o projeto da UFMG
A geóloga da Sureg-BH, Maria Antonieta Morão, que colabora com o projeto, destaca que esse trabalho é um marco para o conhecimento dos aquíferos cársticos e implantação de uma rede de monitoramento específica.  O estudo visa aplicar um método específico e outro não específico de avaliação da vulnerabilidade intrínseca em um sistema hidrogeológico cárstico-fissural visando a qualificar uma das ferramentas indispensáveis de apoio aos planos de gestão sustentável dos recursos hídricos subterrâneos.

Segundo a equipe técnica da UFMG, executora do projeto, a área delimitada para os estudos da APA Carste Lagoa Santa, concentra as maiores interferências econômicas como a extração de calcário, da indústria do cimento e do Aeroporto de Confins, entre outras. Todas essas atividades podem ocasionar impactos nas zonas aquíferas, tendo em vista que a fragilidade do meio aquífero em contato com o ambiente antrópico. Sem estudos mais aprofundados, a região pode sofrer com consequências catastróficas, entre elas a mudança de qualidade da água, rebaixamento do lençol e consequente falta de água, risco de subsidência do terreno e pequenos abalos sísmicos, podendo afetar diretamente à população.

Com a execução do projeto, a UFMG pretende desenvolver ferramentas que permitam a elaboração de diagnóstico e análise do ambiente para que seja possível conhecer os fatores que comprometem a qualidade da água e as áreas de risco pelas quais ela pode ser poluída, com o objetivo principal de contribuir para uma gestão racional dos recursos hídricos subterrâneos.