terça-feira, janeiro 27

Estudos apontam a situação da estiagem na região Sudeste

Alice Castilho mostra os dados sobre as precipitações 
no mês de janeiro em Minas Gerais

O Serviço Geológico do Brasil (CPRM), por meio das Superintendências Regionais de Belo Horizonte e São Paulo, vem acompanhando a evolução da estiagem nos principais cursos d’água localizados nos estados de Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, parte de São Paulo e sul da Bahia. O trabalho está integrado ao projeto “Operação da Rede Hidrometeorológica Nacional”, desenvolvido pela CPRM em parceria com a Agência Nacional de Águas (ANA).

Historicamente, a região Sudeste do Brasil registra o período chuvoso de outubro a março, ocorrendo o período de seca dos meses de abril a setembro. Em função das baixas precipitações registradas nos últimos anos, a CPRM e a ANA alteraram o planejamento de operação da Rede Hidrometeorológica Nacional (RHN) para acompanhar o período de estiagem observado em 2014. A alteração do planejamento se deu a partir de maio de 2014, com o remanejamento das equipes de campo para realizar as medições extras de vazões mínimas. Os resultados do monitoramento da estiagem de 2014 foram divulgados na forma de relatórios mensais, os quais foram enviados a diversas entidades que atuam no setor de recursos hídricos e, também, publicados na página da CPRM (www.cprm.gov.br).

A alteração do planejamento se deu a partir de maio de 2014, com o remanejamento das equipes de campo para realizar as medições extras de vazões mínimas. Os resultados do monitoramento da estiagem de 2014 foram divulgados na forma de relatórios mensais, os quais foram enviados a diversas entidades que atuam no setor de recursos hídricos e, também, publicados na página da CPRM (www.cprm.gov.br). 

Os resultados das análises apontaram para uma estiagem severa resultante de três anos hidrológicos consecutivos de precipitação abaixo da média histórica na região, com o agravante das precipitações do trimestre de janeiro a março de 2014 terem sido muito abaixo da média. Esse fenômeno acarretou problemas de escassez de água em diversos segmentos econômicos ligados aos setores público e industrial, irrigação, geração de energia elétrica e navegação.

Segundo a pesquisadora em Geociência da Superintendência de Belo Horizonte, Alice Castilho, as pesquisas realizadas em Minas Gerais demonstram que a estiagem de 2014 foi a pior seca registrada em 70 anos de monitoramento nas bacias dos rios Pará, Paraopeba, Velhas, Carinhanha e Alto Rio Doce. Já o acompanhamento na calha do São Francisco, Paracatu, Jequitinhonha, Mucuri, Médio e Baixo Rio Doce, Paranaíba e Grande, constataram que o período foi um dos mais secos da história de monitoramento. Castilho também explicou que, com base nas informações levantadas até o momento, observou-se que as vazões de outubro, novembro e dezembro de 2014 foram menores do que as vazões de outubro, novembro e dezembro de 2013, nos afluentes ao reservatório de Três Marias, rio das Velhas, rio Preto afluente do rio Paracatu, bacia do rio Doce, parte mineira da bacia do rio Paranaíba e na bacia do rio Grande. “Ao consideramos as observações anteriores e as baixíssimas precipitações registradas até 19 de janeiro deste ano, provavelmente, em algumas bacias da região Sudeste, a estiagem do ano de 2015 será mais severa do que a de 2014”, disse Castilho.

Diante da grande severidade que se configura para a estiagem de 2015, a CPRM e a ANA continuarão com a operação especial da Rede Hidrometeorológica Nacional e a emissão de relatórios mensais de acompanhamento da estiagem na Região Sudeste.