quinta-feira, agosto 7

CPRM promove workshop técnico sobre mapeamentos de áreas de risco de deslizamentos

Mesa de abertura do workshop

O Serviço Geológico do Brasil (CPRM) está promovendo nesta quinta e sexta-feira (07 e 08/08), no escritório do Rio de Janeiro, o workshop definições e conceitos para a análise de suscetibilidade, perigo, vulnerabilidade e mapeamento de áreas de risco de deslizamentos. A ideia é apresentar de forma conjunta com as instituições federais, estaduais e municipais, um conjunto de definições e conceitos para subsidiar a elaboração dos manuais técnicos sobre mapeamentos de áreas de risco de deslizamentos dentro do projeto de Fortalecimento da Estratégia Nacional de Gestão Integrada de Riscos de Desastres Naturais (Gides).

O Workshop faz parte das atividades resultantes do acordo de cooperação entre os governos brasileiro e japonês no âmbito do projeto Gides. O Diretor Thales Sampaio fez a abertura do evento, agradeceu a presença de todos e falou sobre uma ida dele ao Japão para realizar um curso, nos anos 90. O diretor também falou sobre a parceria, que é muito boa para o Brasil e o esforço para realizar e cumprir todos os objetivos que foram dados pela presidência.

Takeshi, da Agência Japonesa de Cooperação Internacional (Jica), falou sobre a equipe japonesa que está aqui no Brasil e que eles esperam ajudar o Brasil a reduzir os riscos no país e salientou que os brasileiros são os agentes principais e que o Japão espera ser um bom parceiro na construção dessa espinha dorsal para os manuais técnicos sobre mapeamentos de áreas de risco.

Furukawa, também da Jica, falou que de fevereiro a agosto a equipe japonesa fez um levantamento de dados, uma fase importante, preparatória para fazer o manual de mapeamento.

Durante o primeiro dia os técnicos, gestores e especialistas em identificação, avaliação e mapeamentos de riscos das diversas áreas e esferas do governo debateram as nomenclaturas e classificações usadas para os desastres e a melhor maneira de incluir quem trabalha na ponta do processo, como é o caso da defesa civil.

Público no escritório do Rio de Janeiro
Cel. João Paulo Mori, secretário Municipal de Proteção e Defesa Civil de Nova Friburgo, falou sobre a importância da discussão. “As informações absorvidas no debate são fundamentais para capacitação da Defesa Civil, que está sempre em busca do aprofundamento de novos métodos e técnicas. Os profissionais da defesa Civil são os responsáveis que colocarão em prática todas as decisões providenciadas.”

A pedido da Jica Fernanda Ludmila Elias Barbosa, do Ministério das Cidades, falou sobre uma reunião técnica entre o Ministério e a Jica, que aconteceu na segunda e na terça-feira (04 e 05/08), no Ministério das cidades, sobre planejamento de expansão urbana. Nesta reunião foram discutidos os aspectos que os municípios devem avaliar para decidir se é possível ou não expandir a área urbana e caso se resolva pela expansão quais os cuidados necessários, a estrutura e o preço para isso. Para que tudo isso seja feito é necessário um conhecimento profundo do território.

Agostinho Ogura, do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) e ex-bolsista da Jica, diz que o projeto está fazendo com que os técnicos se conheçam e se integrem mais. “O projeto está dando frutos, as instituições estão se conhecendo melhor, falando uma mesma linguagem e agindo de uma forma mais integrada e objetiva. Os órgãos que estão na ponta, que estão fazendo monitoramento e alerta, que vão agir enquanto defesa civil e enquanto ministério responsável pelo crescimento seguro das cidades, têm que ter nas mãos conhecimento aplicável.” Finaliza Ogura.

Outro assunto debatido entre os técnicos, gestores e especialistas foi a sobreposição de tarefas que acontece no Brasil. Eles exaltaram o fato de os mapas no Japão serem usados por todas as instituições para fazer todos os planejamentos, segundo eles, tudo acontece de forma mais simples e eficiente. Todas as instituições trabalham da mesma forma, fazem os mapas com a mesma metodologia, com muito detalhes e informações. Outro ponto bastante comentado foi a troca que ocorre com a comunidade, discutiram que seria importante achar uma forma de fazer isso no Brasil.


O segundo dia do workshop será voltado para consolidar os resultados das discussões do primeiro dia e para diversos debates em grupo com o intuito de estruturar a elaboração e cronograma para a formulação da Proposta do Manuela e Diretrizes Técnicas.