terça-feira, agosto 27

Técnicos da defesa civil do Ceará aprendem sobre metodologia aplicada em áreas de risco

Luis Carlos Bastos aborda aspectos gerais
da geologia do Ceará
Conhecer a metodologia de trabalho voltada para a tomada de decisões em ações de prevenção e gerenciamento de riscos de desastres naturais, este foi o foco do tema abordado na parte da manhã desta terça-feira (27/8), durante o curso ministrado pelo Serviço Geológico do Brasil (CPRM), para cerca de 80 técnicos da defesa civil do Ceará.

Raimundo Nonato e Ioneida Araújo destacam a
 importância do curso para o trabalho de prevenção
Durante a aula, os representantes municipais de defesa civil de várias regiões do estado receberam informações de como fazer um cadastro com dados sobre a área de risco estudada; como situar uma área utilizando instrumentos como GPS; como realizar uma vistoria; os cuidados que se deve tomar ao fazer uma visita solicitada a uma área; como observar os fatores agravantes que ampliam os riscos geológicos (taludes feitos em encostas sem uso de técnicas e conhecimento; despejo e acúmulo de lixo; vazão irregular de água de esgoto; entre outros). Os técnicos também aprenderam a importância do uso de banco de dados georreferenciado, contendo todas as especificações sobre uma área de risco, incluindo as características das edificações no local.

Durante o curso, o coordenador-executivo do Departamento de Gestão Territorial da CPRM, Jorge Pimentel, destacou as mudanças efetivadas pela lei que dispõe sobre o Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil e o Conselho Nacional de Proteção e Defesa Civil. Essa lei autorizou a criação do Sistema de Informações e Monitoramento de Desastres, em consonância com o “Plano Nacional de Gestão de Riscos e Respostas a Desastres Naturais”, do Governo Federal.


Ricardo Brandão explica os aspectos
conceituais das áreas de enchente
O tema abordado “Roteiro metodológico para análise de risco e mapeamento de áreas de risco em setores de encosta e baixada”, motivou um acalorado debate entre os participantes, que aproveitaram para discutir questões ligadas ao seu dia a dia de trabalho. Durante a aula sobre metodologia aplicada em áreas de risco, ministrada por Pimentel, o geólogo Luis Carlos Bastos fez uma apresentação apontando aspectos gerais da geologia do estado do Ceará.

Falando sobre a oportunidade de adquirir informações novas sobre o trabalho de prevenção e gestão de risco, inclusive de áreas de risco pouco comuns no Ceará, o coordenador da Defesa Civil da cidade de Caucaia, Raimundo Nonato de Oliveira Junior, disse que é a primeira vez que participa de um curso tão abrangente. “As informações que estou recebendo agregam valor às minhas atividades no município que atuo”, afirmou.

Já Ioneide Araújo, assessora-técnica da Defesa Civil do Estado do Ceará, considera a iniciativa da CPRM de extrema importância. “É um curso de referência para o trabalho da defesa civil, tanto em nível estadual como municipal, porque nos dá subsídios para conhecer e mapear os nossos riscos e elaborar o nosso planejamento nas situações de normalidade e anormalidade, ou seja, na prevenção e resposta frente aos eventos de desastres naturais muitas vezes agravados pela ocupação urbana desordenada”, ressaltou.


Para Eliton Leite o aprendizado contribui para
ações futuras em áreas de risco
Na parte da tarde, o geólogo Ricardo Brandão detalhou as técnicas de identificação, análise e mapeamento de áreas de risco de enchentes e inundações; e abordou os processos de prevenção e mitigação em eventos. Brandão também relatou os fatores que incidem e influenciam as causas e consequências das cheias. Sobre esse tema, o coordenador da Defesa Civil de Cruz, município situado na microrregião do Litoral de Camocim, Eliton Leite, destacou que os conhecimentos adquiridos no curso serão fundamentais para a sua atuação. Leite frisou que o aprendizado contribui para ações futuras em áreas de moradias situadas em locais de risco, notadamente em regiões naturalmente inundáveis, principal problema do município de Cruz.
O curso está sendo ministrado pelos geólogos da CPRM Jorge Pimentel, Carlos Osório, Ricardo Brandão e Luis Carlos Bastos.