quarta-feira, janeiro 18

Brasil avança no mapeamento geológico do Atlântico Sul


Imprensa entrevista geólogo a bordo do navio
Atracou na quarta-feira (18/1), no porto de Niterói, no Rio de Janeiro, após 35 dias no mar, navio fretado pelo Serviço Geológico do Brasil (CPRM), que retorna de expedição pesquisa a uma região denominada Elevado do Rio Grande, localizada no Atlântico Sul, a 1.500 quilômetros da costa brasileira, em águas internacionais. A expedição coletou dados geofísicos e amostras de rochas do fundo do Oceano.


O projeto é estratégico para o governo e está sendo coordenado pela CPRM em parceria com a Marinha do Brasil e universidades. As pesquisas visam realizar o reconhecimento geológico e o levantamento da potencialidade mineral de uma área de 95.000 km2, além da plataforma continental jurídica brasileira, que apresenta interesses econômicos, geológicos e ambientais.

Equipe de pesquisadores no navio da expedição
De acordo com Roberto Ventura, diretor de Geologia e Recursos Minerais da CPRM, o projeto está numa etapa de avaliação do potencial da região. “Estamos iniciando um processo de pesquisa de médio e longo prazos que envolve o desenvolvimento de tecnologias para exploração dessas áreas”, explica.Segundo o diretor, os recursos para continuação do projeto estão no orçamento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) na ordem de R$ 50 milhões, previstos para os próximos anos.

Em fevereiro o navio retorna para mais uma sequência de pesquisa na região para finalizar a etapa de levantamento geológico básico e detalhamento de algumas áreas pesquisadas em expedições anteriores. A bordo, novo equipamento, conhecido como TV Grab, empregado para gravar imagens em águas profundas, ele vai ajudar os pesquisadores a conhecer mellhor a topográfico e o ambiente marinho da região.

“Estamos completando o mapeamento de base, o que vai permitir conhecer em detalhes o ambiente topográfico, além de auxiliar a pesquisa mineral, pesca, bioprospecção, a proteção e a preservação do meio ambiente”, destaca Kaiser Gonçalves de Souza, chefe da Divisão de Geologia Marinha da CPRM.

As pesquisas estão sendo realizadas por equipes multidisciplinares formadas em diversas áreas de conhecimento. Ente elas, geologia, biologia, geofísica, geociência, além de estudantes. A ideia é permitir a iniciação cientifica, a geração de conhecimento e a capacitação de especialistas para que o país possa estar apto a pesquisar e explorar em águas profundas. No total, o projeto envolve cerca de 80 pesquisadores de diversas instituições.