terça-feira, outubro 16

Pesquisadores da CPRM participam de curso sobre agrogeologia

Turma do curso de agrogeologia em aula de campo em afloramento de kamafugito
Entre os dias 17 e 23 de setembro, pesquisadores do Serviço Geológico do Brasil (CPRM) participaram em Goiânia (GO) de curso organizado pela Agência para o Desenvolvimento Tecnológico da Indústria Mineral Brasileira (ADIMB) com um dos maiores pesquisadores de agrogeologia, o geólogo canadense Peter van Straaten, da University of Guelph. O curso reuniu pesquisadores, geólogos, agrônomos e engenheiros de minas, de diversos estados do Brasil. As geólogas Magda Bergmann e Andrea Sander da CPRM também participaram como palestrantes do curso, juntamente com o geólogo, professor da UNB e pesquisador da Embrapa Cerrado, Eder de Souza Martins e o biólogo e produtor orgânico Eduardo Martins.


De acordo com a pesquisadora Magda Bergmann, a agrogeologia é uma área de pesquisa que avança na CPRM visando ampliar o conhecimento sobre rochagem como técnica de manejo de solo, especificamente identificando e classificando “pó de rocha” que serve para técnica de remineralização de solos. As pesquisas são desenvolvidas em parceria com a Embrapa que realiza testes agronômicos com os remineralizadores.

Conforme a pesquisadora Andrea Sander, o interesse no tema se justifica, pois a agrogeologia é uma nova fronteira científica que muito pode contribuir com o bom desempenho da agricultura, tanto com foco no agronegócio, como na agricultura familiar, onde a atividade já é mais bem divulgada. “A utilização de pó de rochas na fertilização do solo e na prevenção de pragas é relevante já que o Brasil depende da importação de insumos para fabricação de adubos”.

O curso, além das aulas teóricas, contou com visitas de campo. Uma das propriedades que recebeu os pesquisadores, foi a Fazenda Santa Cecília, localizada em Santa Helena de Goiás, que produz soja, cana de açúcar e milho em três safras anuais. O proprietário já usa remineralizadores de solo há três anos e vem colhendo resultados positivos desde então, com o aumento expressivo de produtividade, de até 16 sacos por hectare, e a diminuição de gastos com adubos convencionais e pesticidas, além da redução do impacto ambiental.

Outra plantação visitada foi a do sistema agroflorestal desenvolvida na APP (Área de Preservação Permanente) da Represa de Samambaia, da Universidade Federal de Goiás, que também tem ótimos resultados com o uso dos remineralizadores de solo. Também foi visitada a pedreira Araguaia, de onde se extrai mica xisto usado como remineralizador após o beneficiamento da rocha, pela empresa Tratto Agronegócios. Na visita foi possível acompanhar desde a extração até o beneficiamento do pó de rocha. Atualmente o Brasil importa grande parte dos insumos para fertilização das lavouras: cerca de 90% do potássio, 70% do nitrogênio e 50% do fósforo.


Grupo em aula com o professor Peter van Straaten, das dependências do Hotel Tullip In em Goiânia

Visita à mina de xisto em Goiânia


Produtor explica benefícios do uso de remineralizadores no manejo da propriedade


Testes agronômicos com pó de rocha desenvolvido na UFG




Janis Morais
Assessoria de Comunicação
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