Turma do curso de agrogeologia em aula de campo em afloramento de kamafugito |
Entre os dias 17 e 23 de
setembro, pesquisadores do Serviço Geológico do Brasil (CPRM) participaram em
Goiânia (GO) de curso organizado pela Agência para o Desenvolvimento
Tecnológico da Indústria Mineral Brasileira (ADIMB) com um dos maiores
pesquisadores de agrogeologia, o geólogo canadense Peter van Straaten, da
University of Guelph. O curso reuniu pesquisadores, geólogos, agrônomos e
engenheiros de minas, de diversos estados do Brasil. As geólogas Magda Bergmann
e Andrea Sander da CPRM também participaram como palestrantes do curso,
juntamente com o geólogo, professor da UNB e pesquisador da Embrapa Cerrado,
Eder de Souza Martins e o biólogo e produtor orgânico Eduardo Martins.
De acordo com a pesquisadora
Magda Bergmann, a agrogeologia é uma área de pesquisa que avança na CPRM
visando ampliar o conhecimento sobre rochagem como técnica de manejo de solo,
especificamente identificando e classificando “pó de rocha” que serve para
técnica de remineralização de solos. As pesquisas são desenvolvidas em parceria
com a Embrapa que realiza testes agronômicos com os remineralizadores.
Conforme a pesquisadora Andrea
Sander, o interesse no tema se justifica, pois a agrogeologia é uma nova
fronteira científica que muito pode contribuir com o bom desempenho da agricultura,
tanto com foco no agronegócio, como na agricultura familiar, onde a atividade
já é mais bem divulgada. “A utilização de pó de rochas na fertilização do solo
e na prevenção de pragas é relevante já que o Brasil depende da importação de
insumos para fabricação de adubos”.
O curso, além das aulas
teóricas, contou com visitas de campo. Uma das propriedades que recebeu os
pesquisadores, foi a Fazenda Santa Cecília, localizada em Santa Helena de
Goiás, que produz soja, cana de açúcar e milho em três safras anuais. O
proprietário já usa remineralizadores de solo há três anos e vem colhendo
resultados positivos desde então, com o aumento expressivo de produtividade, de
até 16 sacos por hectare, e a diminuição de gastos com adubos convencionais e
pesticidas, além da redução do impacto ambiental.
Outra plantação visitada foi a
do sistema agroflorestal desenvolvida na APP (Área de Preservação Permanente)
da Represa de Samambaia, da Universidade Federal de Goiás, que também tem
ótimos resultados com o uso dos remineralizadores de solo. Também foi visitada
a pedreira Araguaia, de onde se extrai mica xisto usado como remineralizador
após o beneficiamento da rocha, pela empresa Tratto Agronegócios. Na visita foi
possível acompanhar desde a extração até o beneficiamento do pó de rocha. Atualmente
o Brasil importa grande parte dos insumos para fertilização das lavouras: cerca
de 90% do potássio, 70% do nitrogênio e 50% do fósforo.
Grupo
em aula com o professor Peter van Straaten, das dependências do Hotel Tullip In
em Goiânia
Visita à mina de xisto em Goiânia |
Produtor explica benefícios do uso de remineralizadores no manejo da propriedade |
Testes
agronômicos com pó de rocha desenvolvido na UFG
Janis Morais
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