A
contribuição da mão negra para às geociências vem desde os tempos da
escravidão. Bastante omissa em relação aos povos africanos responsáveis pela
extração de ouro e diamante durante o período colonial e imperial, a geologia,
assim como outras áreas do conhecimento, escondeu durante muito tempo as
referências do trabalho escravo dos livros e publicações científicas.
Hoje,
30 de maio, dia do geólogo, homenageamos a figura de Teodoro Sampaio, primeiro
geólogo negro brasileiro, para mostrar que a colaboração africana foi muito
além da mão de obra escrava, sendo responsável pela produção científica na área
das geociências brasileiras.
Filho
de mãe escrava e pai padre, Teodoro formou-se em engenharia pela Escola
Politécnica do Rio de Janeiro em 1877, vindo a comprar as cartas de alforria de
pelo menos dois de seus irmãos que viviam como escravos em plantações de
cana-de-açúcar na Bahia. Participou da fundação da Escola Politécnica e do Instituto
Histórico e Geográfico de São Paulo, além de ter ocupado o cargo de
primeiro-engenheiro da Comissão Geográfica e Geológica de São Paulo em 1886,
consolidando definitivamente sua carreira profissional.
Considerado
um dos maiores pensadores brasileiros de seu tempo, exerceu grande influência
sob as leituras científicas de Euclides da Cunha (autor de “Os Sertões”) devido
ao seu conhecimento sobre os sertões baianos. Ao lado de Joaquim Nabuco e
Capistrano de Abreu, Teodoro Sampaio foi de grande importância para a memória
intelectual do país, tendo seu nome batizado dois municípios brasileiros e uma
rua da cidade de São Paulo.
Assessoria
de Comunicação
Serviço
Geológico do Brasil - CPRM
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