Silvio Bueno (UFV), Donizete Pereira (UFV), Luna Alves, Demetrius Silva (Orientador UFV) e Celso Bandeira (UFJF) |
Nos
últimos meses, dois pesquisadores em geociências do Serviço Geológico do Brasil,
que atuam na Superintendência Regional de Manaus, defenderam suas teses de
doutorado. Luna Alves, da Gerência de Hidrologia e Gestão Territorial, defendeu
sua tese pelo Programa de Pós-Graduação em Engenharia Agrícola da Universidade
Federal de Viçosa, sob orientação do Prof. Demetrius David da Silva e
coorientação dos professores Fernando Pruski (UFV) e Naziano Filizola (UFAM). Matheus
Simões, pesquisador da Gerência de Recursos Minerais, cursou o Programa de Pós-graduação
em Geociências da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), orientado
pelo Prof. Dr. Evandro F. de Lima e coorientado pelo Prof. Dr. Carlos A.
Sommer, ambos do grupo de pesquisa em Vulcanologia da Universidade.
Em
sua tese, Luna Alves abordou o aprimoramento de séries de dados de vazão na
Bacia Amazônica. Com os eventos extremos cada vez mais frequentes, associados à
proximidade com que a população se desenvolveu ao longo dos cursos d’água nessa
região, o entendimento dos processos hidrológicos atuantes na bacia são cada
vez mais essenciais. Por sua magnitude e condições de preservação únicas, a
Bacia Amazônica acaba sendo também uma importante área de estudo para grupos de
pesquisa não só no Brasil, mas ao redor de todo mundo. Assim, os dados de vazão
dos rios da Amazônia são os parâmetros-chave para inúmeras pesquisas e,
portanto, precisam ter a máxima acurácia possível.
Para
aprimorar essas informações, a pesquisadora utilizou informações geradas no
contexto de dois projetos institucionais da CPRM: o “Sistema de Alerta
Hidrológico” e o “Dinâmica Fluvial”, nos quais foram realizadas medições de
vazões ao longo dos últimos 10 anos, com perfiladores Doppler acústicos, os
chamados “ADCPs”, a melhor tecnologia atualmente disponível no mundo.
Segundo
a pesquisadora, os dados gerados na sua pesquisa são essenciais para o
desenvolvimento de modelos hidrológicos na Amazônia, permitindo a utilização dos
mesmos para a previsão de enchentes e consequente, a minimização dos impactos
de eventos extremos à população.
A
tese de Matheus Simões teve como principal tema o estudo das rochas vulcânicas
ácidas da Província Paraná-Etendeka no nordeste do estado do Rio Grande do Sul.
O estudo foi financiado majoritariamente pelo projeto “A Província Magmática
Paraná-Etendeka no Brasil: relações temporais e petrológicas entre o magmatismo
toleítico e alcalino e suas implicações geodinâmicas”, coordenado pelo Prof. Dr.
Excelso Ruberti (Universidade de São Paulo) e cujos recursos foram obtidos
junto a FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo).
A
partir da publicação de dois artigos científicos baseados em dados de campo, o
autor complementou sua tese com a submissão de um artigo baseado em dados de
anisotropia de susceptibilidade magnética (ASM) e de um último artigo onde
dados geoquímicos de química mineral e de rocha total serviram de base para o
estudo petrogenético e de evolução tectônica para a área.
O
ponto alto da tese foi as interpretações de campo que, complementadas pelas
técnicas analíticas, serviram para postular que as lavas ácidas que ocupam mais
de 12.000 km² no sul do Brasil foram alimentadas por condutos, cujo
posicionamento foi controlado tectonicamente. O transporte de magma ocorreu a
partir da reativação de falhas de direção NE-SW e NW-SE, nas fases iniciais de
abertura do Oceano Atlântico Sul.
Para
o pesquisador, a sua pesquisa contribui para o entendimento da segunda maior
Grande Província Ígnea (Large Igneous
Province) do mundo, e serve de modelo para próximos trabalhos desenvolvidos
pela CPRM na região. Simões acredita que a pesquisa científica deve ser mais
fomentada pela empresa, pois além de solucionar de forma menos rasa as questões
geológicas, propicia um amadurecimento dos debates técnicos dos projetos da DGM.
Esquema de medição de vazão utilizando o ADCP acoplado a uma grande embarcação e sistema de GPS |
Assessoria
de Comunicação
Serviço
Geológico do Brasil - CPRM
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