O Serviço Geológico do
Brasil (CPRM) participou entre os dias 1º e 10 de outubro da inspeção técnica
do rio Madeira promovida pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de
Transportes (DNIT). No período, foi percorrido o trecho entre Porto Velho/RO e
Manaus/AM a fim de verificar as condições da hidrovia, o andamento dos
trabalhos de dragagem em trechos críticos e analisar soluções para aumentar e
garantir a navegabilidade desta importante rota de escoamento. Atualmente,
mesmo apresentando fortes restrições de navegação durante os períodos de
vazante, transporta-se mais de oito milhões de toneladas por ano na hidrovia do
rio Madeira, sendo 56% soja.
Inspeção do rio Madeira entre Porto Velho e Manaus por técnicos do DNIT, USACE e CPRM |
Além do pesquisador
Giancarlo Bonotto do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), a visita técnica foi
realizada por cinco técnicos da Diretoria de Infraestrutura Aquaviária do DNIT
em conjunto com 12 membros do Corpo de Engenheiros do Exército dos Estados
Unidos (USACE). As atividades realizadas pelo grupo DNIT/USACE/CPRM foram
inspeção de margens, bancos de areia, afloramentos rochosos e discussões sobre
batimetria, estudos geomorfológicos, modelagem computacional, dragagem e outras
soluções voltadas para garantir a navegação na hidrovia. A expedição também
contou com o suporte e apoio da Marinha do Brasil, tanto durante as atividades
desenvolvidas em terra quanto em água.
O engenheiro Giancarlo Bonotto destaca que a CPRM atua no rio
Madeira há décadas e gera informações essenciais para a gestão deste importante
recurso hídrico através da operação de estações da Rede Hidrometeorológica
Nacional, do Sistema de Alerta Hidrológico (SAH) do Rio Madeira (sace.cprm.gov.br/madeira/) e de diversos estudos e levantamentos de campo. Dados
disponibilizados para a sociedade e fundamentais para a operação e melhoria da
hidrovia do Madeira. “As previsões hidrológicas que o SAH-Rio Madeira realiza
durante o período de vazante são importantes, por exemplo, para auxiliar no
planejamento das atividades de dragagem da hidrovia. Além disso, as batimetrias
que realizamos no Madeira entre 2014, 2015 e 2016 são fundamentais para a
modelagem hidrosedimentológica deste rio”, comenta.
O DNIT vem realizando desde 2016 um forte trabalho de
modelagem e planejamento da hidrovia do rio Madeira em conjunto com o USACE e
Marinha do Brasil, incluindo, entre outras iniciativas, modelagem
hidrosedimentológica e hidráulica e a batimetria do trecho entre Porto Velho e
a foz no rio Amazonas. Dentro deste contexto, há muito espaço para expandir a
cooperação entre DNIT e CPRM em torno das hidrovias brasileiras, haja vista o
grande potencial de otimização da navegação no rio Madeira e em outros rios brasileiros,
tal como no rio Tocantins. “A utilização das batimetrias realizadas pela CPRM
no trabalho de modelagem do DNIT e USACE comprovam que podemos contribuir muito
para o crescimento do modal fluvial no Brasil através do fortalecimento da
parceria com o DNIT, onde poderíamos, por exemplo, realizar mais campanhas de
batimetria, estudos e levantamentos geomorfológicos de alta resolução, operar
estações hidrometeorológicas e elaborar conjuntamente modelos hidrológicos e
hidráulicos orientados para operação de hidrovias e alerta de eventos
extremos”, conclui Giancarlo.
Técnicos do DNIT, USACE e CPRM que
participaram da inspeção do rio Madeira entre Porto Velho e Manaus
|
Entrega de medalha de agradecimento do USACE e Embaixada Americana à Marinha do Brasil pelo importante apoio prestado ao longo da expedição |