sexta-feira, julho 7

CPRM libera gratuitamente dados gravimétricos terrestres adquiridos entre 2012 e 2016 e dados de aerolevantamentos hiperespectrais

Localização das estações gravimétricas adquiridas em projetos da CPRM entre 2012 e 2016

Em mais uma rodada de disponibilização gratuita de dados, o Serviço Geológico do Brasil (CPRM), desta vez, libera gratuitamente os dados gravimétricos terrestres adquiridos de 2012 a 2016 nos projetos da empresa, assim como os dados hiperespectrais adquiridos em 21 áreas espalhadas por diversas regiões do Brasil. Essa ação, definida como um dos pilares principais pela Diretoria Executiva da CPRM para fomentar o setor mineral brasileiro, constitui um programa contínuo e prioritário de disponibilização de dados e informações geocientíficas à sociedade.


Entre 2012 e 2016, foram obtidas 10.047 estações gravimétricas, distribuídas por diversos estados do país, no âmbito dos projetos desenvolvidos pela Diretoria de Geologia e Recursos Minerais (DGM). O espaçamento médio entre as estações variou de 1 a 2 km. Elas foram adquiridas com o gravímetro de modelo CG-5, as coordenadas geográficas e a altitude geométrica foram adquiridas com GPS diferencial, o que possibilitou uma precisão menor que 0,5m no cálculo da altitude geométrica.

Todo o processamento posterior para a redução dos dados gravimétricos foi realizado e serão disponibilizadas as seguintes informações de cada estação gravimétrica: longitude, latitude, altitude ortométrica, valor de gravidade, anomalia ar livre e anomalia Bouguer. Todos os detalhes do processamento realizado poderão ser consultados no metadados do banco de dados.

“Todos estes dados gravimétricos terrestres também já estão agregados ao Banco Nacional de Dados Gravimétricos (BNDG), que atualmente está sob gerência da Agência Nacional do Petróleo (ANP), mas que em breve passará a ser gerenciado pela CPRM. Isso consolida uma nova posição da CPRM como uma instituição importante no cenário gravimétrico do Brasil”, destacou Luiz Gustavo Rodrigues Pinto, chefe da Divisão de Sensoriamento Remoto e Geofísica (DISEGE).

Além dos dados gravimétricos, também estão sendo liberados gratuitamente para a comunidade dados de aerolevantamentos hiperespectrais adquiridos entre 2013 e 2014. Foram sobrevoadas, no total, 21 áreas no nordeste e sudeste brasileiro, perfazendo um total de 2.456 km2, sendo que destas, dez estão liberadas imediatamente para a solicitação de dados, num total de 1.478 km2. As demais áreas permanecerão temporariamente indisponíveis devido ao uso dos dados em projetos em andamento na CPRM.

Estes aerolevantamentos hiperespectrais foram executados pela empresa Fototerra Atividades de Aerolevantamentos Ltda. em parceria com a SpecTIR® Advanced Hyperspectral & Geospatial Solutions.

Foi utilizado o sistema de imageamento ProSpecTIRTMVS, que opera no intervalo espectral dos comprimentos de onda entre 400 e 2450nm por meio de dois sensores: Specim® AISA Eagle na região entre o visível e o infravermelho próximo (VIS/NIR) de 400 a 970nm, e Specim® AISA Hawk na região do infravermelho de ondas curtas (SWIR) de 970 a 2450nm.

As faixas de sobrevoo possuem largura média de 650m, com recobrimento de aproximadamente 50% entre faixas adjacentes, totalizando 549 faixas imageadas. As imagens hiperespectrais contêm no VIS/NIR e SWIR, respectivamente, 125 e 232 bandas espectrais, totalizando 357 bandas; amostragem espectral de 4,6 e 5,3nm; e resolução espectral de 2,9nm e 8,5nm. A resolução radiométrica dos dados é de 16 bits e a resolução espacial dos pixels é de 2m.
Localização das áreas dos aerolevantamentos hiperespectrais

Segundo Mônica Perrotta, especialista em Sensoriamento Remoto da DGM, os quase 2.500 km2 de aerolevantamentos hiperespectrais realizados pela CPRM representam uma experiência inovadora na área do Sensoriamento Remoto Geológico no País, onde escassos levantamentos como estes haviam sido feitos até então.

A título de comparação, imagens geradas pelos sistemas sensores orbitais multiespectrais LANDSAT8-OLI/TIRS e TERRA-ASTER, de uso bastante difundido em aplicações geológicas, contêm, respectivamente, 9 e 14 bandas espectrais, enquanto o sistema ProspecTIR-VS produz imagens com mais de 350 bandas. Dessa forma é muito maior a possibilidade de comparação das assinaturas espectrais definidas pelos pixels destas imagens com assinaturas espectrais minerais obtidas por espectrorradiômetros ultraespectrais em laboratório.

“Por causa disso, as técnicas de classificação de imagens aplicadas a dados hiperespectrais têm sido utilizadas pela indústria mineira e organismos governamentais para o mapeamento da distribuição mineral em áreas selecionadas. Sua principal utilidade na prospecção mineral vem da capacidade de reconhecer minerais de interesse e quantificar propriedades químicas e físicas, a partir da comparação das assinaturas dos pixels das imagens com bibliotecas espectrais de referência, com destaque para grupos minerais associados a processos geradores de depósitos de relevância econômica, tais como, argilominerais, filossilicatos, carbonatos, sulfatos, óxidos e hidróxidos de ferro, e silicatos hidroxilados de ferro e magnésio”, ressaltou Perrotta.

Confira os dados, acesse: https://sisgeo.cprm.gov.br/disege/

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