Área afetada pelo
bloco rochoso que se movimentou no evento de Janeiro de 2016 |
No período de 8 a 12 de janeiro, os geólogos
Natália Lopes e Rafael Ribeiro, da área de gestão de riscos da Superintendência
Regional de Belo Horizonte (Sureg-BH), realizaram estudos em áreas sujeitas a quedas
de blocos de rocha no município de Vila Velha, no Espírito Santo.
Visão do bloco de rocha que rolou no morro da Boa Vista
|
O objetivo da pesquisa, coordenada pelo
Departamento de Gestão Territorial (Deget), foi testar a metodologia
desenvolvida entre a CPRM e a Agência de Cooperação
Internacional do Japão (JICA).
Os estudos de teste da metodologia na região de
Vila Velha foram motivados pelo acidente ocorrido no dia 1º de janeiro deste
ano, quando um bloco de grande dimensão se desprendeu do maciço rochoso e
remobilizou outros blocos já depositados ao longo da encosta.
Segundo Natália Lopes, processos de queda de blocos
são pouco frequentes no Brasil, o que classifica o evento no Espírito Santo de
grande importância na pesquisa metodológica de mapeamentos de áreas de risco de
queda e rolamento de blocos.
Natália
Lopes vistoria bloco de rocha que se movimentou na região |
A área de estudo correspondeu ao maciço rochoso que
compõe o morro da Boa Vista e encostas ao seu redor. Essa região faz parte do
bairro São Torquato, situado no extremo noroeste do município de Vila Velha.
Durante a pesquisa, os geólogos fizeram o
reconhecimento da área e coleta de dados com vistas ao aperfeiçoamento da
metodologia, além de incorporar informações para o estudo de outras áreas de
risco de queda e rolamento de blocos de rocha.
No local foram coletados dados relativos ao alcance
e trajetória dos blocos, tamanho dos blocos, altura e inclinação do maciço
rochoso e local onde o movimento se iniciou. A pesquisa também abrangeu outros
locais na região sujeitos a ocorrência de novas quedas de bloco onde foram
identificados blocos depositados na parte mais plana e mais distante da
encosta.
Bloco que pode rolar situado
no alto de encosta |
De acordo com os geólogos, os estudos indicaram que,
no passado, blocos já atingiram a região e outros pontos chamaram a atenção
devido ao perigo de novos desastres naturais de magnitude.
Ao final da pesquisa, foi publicado um relatório
contendo todas as informações geradas durante as vistorias nas áreas de risco
visitadas, sendo entregue exemplares à Defesa Civil de Vila Velha, para dar
suporte às ações de prevenção no município. A publicação também será utilizada
em futuros estudos de áreas similares em outras regiões no país.