terça-feira, fevereiro 2

CPRM avalia metodologia para áreas de risco de queda de blocos em Vila Velha

Área afetada pelo bloco rochoso que se movimentou
no evento de Janeiro de 2016

No período de 8 a 12 de janeiro, os geólogos Natália Lopes e Rafael Ribeiro, da área de gestão de riscos da Superintendência Regional de Belo Horizonte (Sureg-BH), realizaram estudos em áreas sujeitas a quedas de blocos de rocha no município de Vila Velha, no Espírito Santo.

Visão do bloco de rocha que rolou no morro da Boa Vista
O objetivo da pesquisa, coordenada pelo Departamento de Gestão Territorial (Deget), foi testar a metodologia desenvolvida entre a CPRM e a Agência de Cooperação Internacional do Japão (JICA)

Os estudos de teste da metodologia na região de Vila Velha foram motivados pelo acidente ocorrido no dia 1º de janeiro deste ano, quando um bloco de grande dimensão se desprendeu do maciço rochoso e remobilizou outros blocos já depositados ao longo da encosta.

Segundo Natália Lopes, processos de queda de blocos são pouco frequentes no Brasil, o que classifica o evento no Espírito Santo de grande importância na pesquisa metodológica de mapeamentos de áreas de risco de queda e rolamento de blocos.

Natália Lopes vistoria bloco de rocha
 que se movimentou na região
A área de estudo correspondeu ao maciço rochoso que compõe o morro da Boa Vista e encostas ao seu redor. Essa região faz parte do bairro São Torquato, situado no extremo noroeste do município de Vila Velha.

Durante a pesquisa, os geólogos fizeram o reconhecimento da área e coleta de dados com vistas ao aperfeiçoamento da metodologia, além de incorporar informações para o estudo de outras áreas de risco de queda e rolamento de blocos de rocha.

No local foram coletados dados relativos ao alcance e trajetória dos blocos, tamanho dos blocos, altura e inclinação do maciço rochoso e local onde o movimento se iniciou. A pesquisa também abrangeu outros locais na região sujeitos a ocorrência de novas quedas de bloco onde foram identificados blocos depositados na parte mais plana e mais distante da encosta.
Bloco que pode rolar situado
no alto de encosta

De acordo com os geólogos, os estudos indicaram que, no passado, blocos já atingiram a região e outros pontos chamaram a atenção devido ao perigo de novos desastres naturais de magnitude.


Ao final da pesquisa, foi publicado um relatório contendo todas as informações geradas durante as vistorias nas áreas de risco visitadas, sendo entregue exemplares à Defesa Civil de Vila Velha, para dar suporte às ações de prevenção no município. A publicação também será utilizada em futuros estudos de áreas similares em outras regiões no país.