Diretor-presidente Manoel Barretto e
secretário-geral da ISBA assinam contrato para exploração exclusiva no Atlântico Sul |
O
Serviço Geológico do Brasil (CPRM) e a Autoridade Internacional dos Fundos
Marítimos (ISBA) assinaram, dia 9 de novembro, o contrato exclusivo, com
duração de 15 anos, para exploração de crostas ricas em cobalto, níquel,
platina, manganês, tálio e telúrio. Ao todo, já foram investidos mais de R$ 60
milhões em pesquisas no Atlântico Sul, por meio do Programa de Aceleração do
Crescimento (PAC).
Este
é o primeiro contrato firmado com um país do Hemisfério Sul. Segundo o
diretor-presidente da CPRM, Manoel Barretto, o contrato inclui o compromisso
brasileiro em oferecer oportunidades de treinamento para técnicos de países em
desenvolvimento. “A iniciativa busca estimular o desenvolvimento científico e a
criação de um parque tecnológico capaz de desenvolver novas tecnologias e
equipamentos de ponta”, disse.
O
contrato prevê estudar e explorar economicamente recursos minerais numa área de
3 mil km², conhecida como Alto do Rio Grande, localizada a oeste do Atlântico
Sul, a cerca de 1.500 km do Rio de Janeiro.
Para
o diretor de Geologia e Recursos Minerais da CPRM, Roberto Ventura, este é um
grande passo para o Brasil. “É a primeira vez que o Brasil – por meio da CPRM
–, fez um trabalho sistemático fora da nossa área jurisdicional marinha. Nós
temos a nossa área de extensão continental, a Zona Econômica Exclusiva, mas o
Alto do Rio Grande está fora dela, na área internacional dos oceanos”, explica
o diretor.
Diretor Roberto Ventura, da CPRM, explicou sobre o plano
de
trabalho desenvolvido pelapara exploração no Alto do Rio Grande |
O
Plano de Trabalho será dividido em três fases, com duração de cinco anos cada. A
primeira fase será destinada a realização de estudos de sonografia física e de
ecologia e ambiental. Em seguida, será realizada uma avaliação das
características mineralógicas, estruturais e geomorfolóficas das áreas de
interesse. Por fim, a terceira fase para projeto prevê uma seleção das áreas
para estudo da viabilidade econômica, ambiental e técnica dos depósitos
minerais identificados.
O
secretário de Geologia e Mineração, Carlos Nogueira Júnior, ressaltou o
privilégio que é realizar essa pesquisa no país. “Essa assinatura permite que o
Brasil participe do seleto grupo de países com autorização para estudos
geológicos nas áreas marinhas internacionais”, destacou.
Fotos:
Francisco Stuckert/MME e EBC