Evandro Klein durante reunião em Brasília com
Francisco Valdir da Silveira |
Dentro do processo de
reestruturação organizacional da Diretoria de Geologia e Recursos Minerais (DGM),
a Divisão de Geologia Econômica (DIGECO) foi transferida de Belém para
Brasília. De acordo com o chefe do Departamento de Recursos Minerais (DEREM)),
Francisco Valdir da Silveira, a iniciativa fortalece estudos dos controles geológicos,
estruturais, geofísicos, geoquímicos, geocronológicos e isotópicos das áreas
com mineralizações conhecidas, porque aproxima a Divisão das demais áreas do
DEREM e da DGM.
Valdir explica que a definição da
potencialidade mineral de áreas mais favoráveis nos principais Distritos
Mineiros passa pelo avanço do conhecimento metalogenético. “Neste contexto a
DIGECO tem papel relevante para ajudar na seleção de alvos exploratórios com
menores níveis de incerteza e riscos aos investidores, contribuindo, não
somente para a atração de investimentos privados para o setor mineral, mas
também para a ampliação das reservas dos recursos minerais brasileiros”, diz.
Em entrevista ao Informe CPRM, o chefe da DIGECO, Evandro Klein, conta
que uma das atribuições da Divisão é prestar apoio técnico às unidades
regionais na execução dos projetos em Áreas de Relevante Interesse Mineral,
buscando a eficiência técnica dos produtos finais. Ele explica ainda a
importância da geologia econômica nas geociências.
Klein avalia a mudança para
Brasília como um importante passo para integrar cada vez mais as diversas áreas da
DGM. “Facilita uma interlocução mais constante com DEREM e DGM, participando
mais ativamente da formulação de projetos e da discussão das questões relacionadas
com os projetos em desenvolvimento”.
Evandro Klein adianta em primeira mão que a DGM está montando três laboratórios de inclusões fluidas para atender demandas internas dos
projetos. Segundo ele, esses laboratórios serão fundamentais para impulsionar
novos estudos. Ele comenta
também sobre outros projetos da DIGECO em andamento, como estudos nas províncias Tapajós (Pará), Gurupi (Pará-Maranhão) e
Troia (Ceará).
Evandro Klein adianta que a DGM está
montando laboratórios de inclusões fluidas |
À frente da DIGECO desde 2013, o gaúcho Evandro Klein é formado em
geologia pela Unisinos (1984); Mestre pela UFRGS (1999) e Doutor pela UFPA e
Université Jean Monnet (2004), com formação em evolução crustal e
metalogenética de terrenos pré-cambrianos. Na CPRM desde fevereiro de 1994, com
atuação predominante no Craton Amazônico (Províncias Tapajós e RENCA), Cráton
São Luís e Cinturão Gurupi. Autor e/ou
co-autor dos projetos: Folha Vila Riozinho – Tapajós; Klein e Vasquez 2000;
Folha Rio Novo – Tapajós; Vasquez e Klein 2000; Geologia e Recursos Minerais da
Província Tapajós; Klein et al. 2001; Geologia e Recursos Minerais da Província
Mineral da RENCA; Ricci et al. 2001; Geologia e Recursos Minerais do Estado do
Pará; Vasquez e Rosa Costa 2008; Folha Candido Mendes; Klein et al. 2008; Folha
Centro Novo do Maranhão; Klein e Lopes 2011; Geologia e Recursos Minerais do
Estado do Maranhão; Klein e Sousa 2012; Folha Rio Araguari, Rosa-Costa et al.
2014; Folha Santa Luzia do Pará, Klein et al. 2014; Metalogenia do Sudeste do
Tapajós (fase 1 concluída; Guimarães et al. 2014); Metalogenia do Cinturão
Gurupi (em finalização; Klein et al. 2015 ). O geólogo foi supervisor e Gerente
de Geologia e Recursos Minerais da SUREG-BE; e assessor da DGM.
Confira a entrevista
Informe CPRM - Quais serão as
atribuições da Divisão de Geologia Econômica (DIGECO) com a reestruturação da
DGM?
Evandro Klein - A Geologia Econômica é a disciplina das
geociências que realiza o estudo científico dos sistemas e depósitos minerais e
a aplicação desse conhecimento para prover a sociedade dos recursos minerais
necessários ao seu desenvolvimento e manutenção. Esses estudos investigam a
distribuição dos sistemas e depósitos minerais no espaço e no tempo, os
processos que levam à formação de depósitos e a sua relação com os ambientes
geológicos - esse trio recebe o nome de metalogênese.
A DIGECO vem supervisionando projetos
coordenados pelo Departamento de Recursos Minerais (DEREM) e, com a
reestruturação da DGM, é responsável, juntamente com várias outras divisões,
pela supervisão e apoio técnico/temático -- em campo e escritório - às unidades
regionais na execução dos projetos do empreendimento ARIM – Áreas de Relevante
Interesse Mineral, buscando a eficiência técnica dos produtos finais: mapas e
relatórios que serão gerados.Eventualmente, a Divisão poderá propor e executar
projetos temáticos de interesse da DGM
Informe CPRM- Qual a importância da
Divisão estar sediada agora em Brasília?
Evandro Klein - A maior proximidade ao Departamento de
Recursos Minerais e à própria DGM facilita uma interlocução mais constante com DEREM
e DGM, participando mais ativamente da formulação de projetos e da discussão
das questões relacionadas com os projetos em desenvolvimento.
Informe CPRM- Quais estudos a DIGECO está desenvolvendo?
Evandro Klein - Além do já citado apoio ao
empreendimento ARIM, estudos metalogenéticos específicos estão sendo efetuados
em áreas como as províncias Tapajós (Pará), Gurupi (Pará-Maranhão) e Troia
(Ceará). Três laboratórios de inclusões fluidas (Brasília, Belém e São Paulo),
vinculados à DIGECO, estão sendo montados para atender demandas internas dos
projetos.
Informe CPRM- Quais profissionais fazem parte da Divisão?
Informe CPRM- O corpo técnico da DIGECO ainda é pequeno. Contamos com dois
coordenadores, nas áreas de Sistemas Minerais (Leandro Campos, Goiânia) e
Tectônica e Fluidos (Felipe Tavares, Rio de Janeiro). A agregação de outros
colegas a essas coordenações e à Divisão está sendo discutida nesse momento,
buscando a formação de grupo de especialistas nos vários temas que afetam os
projetos da área de recursos minerais.