Júlio Pinho fala
sobre a geologia do Grupo Bambuí,
na região da APA de Lagoa Santa
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Uma equipe técnica do Serviço Geológico
do Brasil (CPRM), que realizou o mapeamento geológico na Área de Proteção
Ambiental (APA) – Carste de Lagoa Santa – MG, reuniu-se, no dia 20 de maio, na
Superintendência Regional de Belo Horizonte (Sureg-BH), com a equipe do projeto
“Avaliação da Vulnerabilidade Intrínseca do Aquífero Cárstico da APA de Lagoa
Santa, MG, utilizando os métodos COP e Drastic”, da Universidade Federal de
Minas Gerais (UFMG).
O encontro ocorreu por solicitação da
professora Leila Menegasse, coordenadora do projeto, com o objetivo de conhecer
os estudos realizados pela CPRM na região da APA, executados pelos geólogos
Manoel Tuller, José Heleno Ribeiro e Nicola Signorelli.
Marco Couto abordou a geofísica aplicada à água subterrânea |
A reunião também contou com três
apresentações realizadas por profissionais da CPRM: a primeira, pelo geólogo
Júlio Pinho, que abordou a geologia do Grupo Bambuí, na região da APA de Lagoa
Santa; em seguida, o geofísico Antonino Juarez Borges fez uma palestra de
âmbito geral a respeito de geofísica mostrando os seus princípios científicos e
técnicos de aplicação tanto na prospecção de água subterrânea quanto na
mineração; e finalizando, o geofísico Marco Antonio Couto Junior, fez uma
palestra sobre a sua dissertação de mestrado recentemente concluída em que foi
usada a combinação dos métodos eletromagnético do dominío do tempo e
eletroressistividade aplicados à água subterrânea e sua possibilidade de uso em
regiões cársticas.
Além dos técnicos da UFMG e da CPRM,
participaram da reunião dois técnicos do Centro de Desenvolvimento da
Tecnologia Nuclear (CDTN), que colaboram com a execução do projeto.
Antonino Borges
destaca a geofísica e as
possíveis aplicações na prospecção de água
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Sobre o projeto da UFMG
A geóloga da Sureg-BH, Maria Antonieta
Morão, que colabora com o projeto, destaca que esse trabalho é um marco para o
conhecimento dos aquíferos cársticos e implantação de uma rede de monitoramento
específica. O estudo visa aplicar um método específico e outro não
específico de avaliação da vulnerabilidade intrínseca em um sistema hidrogeológico
cárstico-fissural visando a qualificar uma das ferramentas indispensáveis de
apoio aos planos de gestão sustentável dos recursos hídricos subterrâneos.
Segundo a equipe técnica da UFMG,
executora do projeto, a área delimitada para os estudos da APA Carste Lagoa
Santa, concentra as maiores interferências econômicas como a extração de
calcário, da indústria do cimento e do Aeroporto de Confins, entre outras.
Todas essas atividades podem ocasionar impactos nas zonas aquíferas, tendo em
vista que a fragilidade do meio aquífero em contato com o ambiente antrópico.
Sem estudos mais aprofundados, a região pode sofrer com consequências
catastróficas, entre elas a mudança de qualidade da água, rebaixamento do
lençol e consequente falta de água, risco de subsidência do terreno e pequenos
abalos sísmicos, podendo afetar diretamente à população.
Com a execução do projeto, a UFMG
pretende desenvolver ferramentas que permitam a elaboração de diagnóstico e
análise do ambiente para que seja possível conhecer os fatores que comprometem
a qualidade da água e as áreas de risco pelas quais ela pode ser poluída, com o
objetivo principal de contribuir para uma gestão racional dos recursos hídricos
subterrâneos.