Francisco
Valdir Silveira durante apresentação
do projeto Diamante Brasil
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O Seminário Técnico do
Processo Kimberley realizado nesta quinta-feira (12/3), no auditório do
Ministério de Minas e Energia, em Brasília, reuniu representantes do governo e
da iniciativa privada do Brasil, Bélgica, Angola, Congo e Botsuana, que juntos
debateram o cenário atual da produção, comercialização investimentos para pesquisa
e exploração de diamantes brutos no Brasil e no mundo.
Ao lado do secretário de Comércio
Exterior da Bélgica, Carlos Nogueira destaca a importância do evento |
Carlos
Nogueira destacou a importância do Sistema de Certificação do Processo de
Kimberley na comercialização de diamantes e lembrou que o País já foi no
passado um grande produtor. Segundo ele,
o certificado é um “importante instrumento para interromper o fluxo de
diamantes brutos, usados para financiar conflitos armados e subverter governos
legítimos e ainda protege a indústria legal de diamantes”. O secretário lembrou que, embora não há registro de atividades
ditas como “diamantes de sangue”, o Brasil foi admitido em 2003, no Sistema de
Certificação do Processo de Kimberley e, desde então, vem participando
ativamente do Processo.
Perspectivas - O secretário destacou
ainda os investimentos realizados pelo governo federal, no conhecimento
geológico do País. “Temos feito progressos substanciais nos últimos anos,
tornando o Brasil mais atrativo a novas descobertas de depósitos minerais”. Nogueira afirmou ainda que o Brasil vislumbra
novas perspectivas com a descoberta do primeiro jazimento primário na Bahia.
“Essa descoberta pode reinserir o País no cenário internacional”, avaliou o
secretário.
Diamante Brasil - Na ocasião, Francisco Valdir Silveira,
chefe do Departamento de Recursos Minerais da CPRM apresentou aos participantes
do seminário, o projeto Diamante Brasil, que busca reunir e integrar em um
banco de dados público, informações dos principais aspectos da geologia do diamante
no Brasil, incluindo fontes primárias e secundárias, além de aspectos
econômicos.
Valdir destacou que, apesar de o Brasil ter geologia
favorável e diversas áreas de exploração de diamantes, essas áreas estão
localizadas em depósitos secundários, sendo que, o grande desafio é realizar
programas de pesquisa e uso de novas tecnologias, visando à descoberta de
depósito de classe mundial em fonte primária no País.
O projeto está em fase final
de conclusão explicou Valdir que apresentou ainda alguns resultados das
pesquisas. Segundo ele, o projeto estudou
20 campos diamantíferos, 804
ocorrências; e 142 garimpos no País. Já os campos de kimberlitos foram 23, contendo 1.325 corpos
mapeados pelo projeto.
Processo Kimberley - O
Sistema de Certificação do Processo de Kimberley (SCPK) é um procedimento
articulado entre os governos, a indústria internacional do diamante e a
sociedade civil com o objetivo de certificar a origem de diamantes para
interromper o fluxo dessas gemas para financiar conflitos armados. Ele se
baseia em resolução da Organização das Nações Unidas (ONU) e legislações
nacionais específicas. É um processo histórico que defende os direitos humanos,
a paz e o desenvolvimento sustentável. O Brasil é reconhecido como um dos
países que mais defendem o diamante para o desenvolvimento no Processo
Kimberley.