Cheia no rio
Acre já faz cidades decretarem estado de alerta
|
De acordo com o monitoramento do Serviço
Geológico do Brasil (CPRM), o rio Madeira, localizado nos estados de Rondônia e Amazonas, está com cotas acima do nível
de alerta (16m) e as chuvas em sua bacia hidrográfica permanecem acima da média
para este período do ano. Segundo análises, o rio Madeira deverá permanecer em
elevação até o final de março, e é possivel atingir a cota 16,70m ainda nas
próximas 48horas.
A informação foi divulgada pelo assistente de
Produção de Hidrologia e Gestão Territorial da CPRM, Francisco Barbosa, na
cidade de Porto Velho. Para a CPRM o período chuvoso em Rondônia, que vai até meados de abril, não é preocupante.
O nível do rio Madeira é influenciado pelas bacias dos rios Mamoré e Beni, que
nascem na Bolívia e no Peru e, por isso, as chuvas que caem naqueles países é
que refletem no nível do rio no Brasil.
“O que chove na área urbana de Porto Velho
não influencia diretamente na elevação no nível do Madeira, mas sim em
problemas de drenagem urbana e elevação dos igarapés urbanos, mas não
necessariamente no nível do rio”, esclareceu Francisco Reis, engenheiro
hidrólogo.
O chefe da Residência da CPRM em Porto Velho,
Edgar Figueiredo Iza, explicou que o Departamento de Hidrologia é responsável
por monitorar as águas superficiais e subterrâneas do Brasil, além de realizar
mapeamentos da susceptibilidade, vulnerabilidade e definição de áreas
consideradas de risco para as comunidades. “Atualmente a CPRM em Porto Velho,
além do monitoramento do nível dos rios nos estados de Rondônia e Acre também
está implantando um Sistema de Alerta Hidrológico para Eventos Críticos para
ambos os rios”, disse Edgar.
A situação do rio Acre, no entanto, é a mais
grave. Nesta semana o município de Assis Brasil foi inundado e os municípios de
Brasiléia, Xapuri e Rio Branco, também ficaram seriamente comprometidos com as
chuvas, explica o engenheiro hidrólogo Franco Buffon. Já o rio Branco está
aproximadamente 2 metros acima da cota de inundação e os níveis continuam a
subir.
Chuvas intensas tem atingido a bacia
hidrográfica do rio Acre desde semana passada e a previsão é de que permaneçam
intensas por mais alguns dias. Uma equipe da CPRM encontra-se em Brasiléia para
registrar as áreas alagadas dos municípios que foram atingidos. Atualmente a
CPRM mantém 54 estações de monitoramento, que utilizam equipamentos de ponta
para medir o nível dos rios em Rondônia e no Acre.
Além
disso, de acordo com a CPRM, no Acre as chuvas que caem no Brasil afetam diretamente
as águas do rio. "O rio Acre tem a nascente em parte do Peru, mas o que
está influenciando hoje são os rios que ficam dentro do Brasil, que são o
Xapuri e o Espalha", informou Francisco Reis.