O geólogo
da CPRM Marcos Nobrega está a bordo do navio japonês Yokosuka, que traz a
bordo, o moderno submersível tripulado Shinkai 6500. Nessa segunda etapa da
expedição Iata-Piuna o Shinkai vai
explorar o leito marinho do platô de São
Paulo e Dorsal Messo-Oceânica. O estudo visa ampliar a presença brasileira no
Atlântico Sul e avaliar o potencial mineral e da biodiversidade dessas regiões.
A expedição faz
parte da cooperação técnica entre o Brasil e Japão na área de geologia marinha,
e reúne uma equipe multidisciplinar formada por brasileiros e japoneses.
Durante a expedição Nobrega vai relatar sua experiência na jornada a bordo
do Yokosuka, a convivência com a tripulação e os outros seis pesquisadores
brasileiros que estão embarcados.
Dia 15 de Maio –
Sexto dia expedição
Hoje foi realizado o
quarto mergulho, quem desceu foi o geólogo Fernando da Petrobras. Foi um
mergulho em águas um pouco mais rasas (2.500 m) onde apareceu mais vida como
esponjas, polvo, peixes etc..
Dia 14 de Maio – Quinto
dia expedição
O dia começou com
problemas elétricos no Shinaki, o que atrasou uma hora e meia sua descida.
Desceu tarde e voltou mais cedo e o resultado foi que não encontrou nada que
nós cientistas buscávamos. Subiu com algumas amostras de sedimento e só.
Decidimos sair dessa área mais ao sul e ir mais ao norte. Amanhã quem mergulha
é o geólogo da Petrobras.
Dia 13 de Maio –
Quarto dia expedição
O segundo dive, como
o primeiro não mostrou nenhuma novidade, foi bem monótono, sem biota, sem
escapes de gás (seep), sem novidades. Conseguimos ver pelo monitor afloramentos
de rochas, mas os pesquisadores que desceram não conseguiram trazer muitos
exemplares. Vieram prováveis nódulos de ferro manganês, uma argila compactada
com uma superfície de crosta de cor negra e sedimentos que serão datados. Hoje, portanto, não
deve ser diferente disso. Nesse momento o submarino esta subindo e irá começar
a faina para os cientistas.
Dia 12 de Maio –
Terceiro dia expedição
Hoje
realizamos o primeiro mergulho com esperança de encontrar seeps (ponto de
escape de gás)e como consequência fauna especializada que sobrevive se
alimentando de bactérias relacionadas ao gás. Mas infelizmente nada disso foi
avistado. Do ponto de vista da geologia foi interessante observar muitos
afloramentos de rochas, alguns similares a arenitos, outros a carbonatos que
nesse momento estão subindo junto com o Shinkai. Houve coleta de sedimentos que
poderão ser descritos e datado.
Dia 11 de Maio – Segundo
dia expedição
O dia
foi bem cansativo, também com várias reuniões para determinar as amostras que
cada um dos pesquisadores vai trabalhar, bem como treinamento e orientações
para uma possível descida no Shinkay. A partir disso decidimos pontos de
interesse, fizemos o mapa com os pontos plotados. Estamos em preparação
(fazendo mapas, etiquetas, etc..) para o dia de amanhã onde vai começar a
chegar amostras. Para a CPRM serão amostras de sedimentos e rochas que tenho
que descrever e armazenar adequadamente.
Dia 10 de Maio –
Primeiro dia da segunda etapa da expedição
Hoje foi um dia de apresentações, várias reuniões em que o
Fernando (PETROBRAS) apresentou a área com as linhas sísmicas junto com os
pontos pretendidos para mergulho do Shinkai. Serão 5 mergulhos para os
brasileiros e acho difícil eu descer, pois somos sete e ainda existe o problema da possibilidade de
algum mergulho ser cancelado. Amanhã cedo estaremos chegando na área dos
mergulhos e deve haver aquisição de dados gravimetricos, magnetometricos e multibeam. A área é dominada pela tectônica salífera e
os pontos escolhidos estão relacionados a falhas e esperamos encontrar
organismos vivos quimiossintetizantes, presença de gás metano e marcadores de hidrocarbonetos.