Cassio Roberto da Silva, da CPRM, participa de mesa redonda com representantes de outras instituições |
O geólogo Cássio Roberto da
Silva representou o Serviço Geológico do Brasil (CPRM) em evento, na última
quarta-feira (28/11), no Clube de Engenharia do Rio de Janeiro, sobre a
tragédia das chuvas de 2010 e 2011. O que foi feito e o que falta fazer para solucionar
e prevenir os estragos ocasionadas pelos desastres naturais foram o mote do
encontro, que reuniu representantes de diversos órgãos dos governos federal e
estadual, e Prefeitura do Rio. O evento lembrou, principalmente, os danos
causados pelas chuvas de janeiro e abril de 2010, em Niterói e Angra dos Reis,
no Rio, e na Região Serrana, em janeiro de 2011, apresentando um balanço da
situação, pelos órgãos e entidades envolvidos no estudo do tema.
O geólogo Cássio da Silva durante apresentação |
Cássio da Silva apresentou as atividades realizadas pela empresa e deu
ênfase às ações de mapeamento de risco realizadas nas áreas atingidas. O
geólogo falou também sobre o início desse trabalho, antes não realizado pela
instituição. “A CPRM não tem tradição em
desastres, estamos aprendendo a trabalhar com isso, principalmente depois da
chamada do governo federal para a setorização de risco geológico nas áreas
atingidas pelas chuvas. Foi um desafio. Hoje temos cerca de 50 geólogos
trabalhando em desastres”, ressaltou. Cássio
lembrou que a meta da CPRM é mapear 821 municípios até 2014. “E até dezembro
deste ano, a meta é concluir os 286 municípios, em todo o Brasil”. O geólogo
aproveitou para lembrar da implantação do Sistema de Cadastro de Deslizamentos
e Inundações (SCDI), que, até 2014, esses municípios deverão ter acesso.
Na abertura do evento, o
presidente do Clube de Engenharia, Francis Bogossian, deu as boas vindas aos
participantes, e explicou a importância do debate sobre as ações, defendendo a
criação de um único órgão federal para fazer a organização geotécnica. Anna
Laura Nunes, da Associação Brasileira de Mecânica
dos Solos e Engenharia Geotécnica (ABMS), concordou: “a
centralização de ações poderiam ser mais eficientes para resolver esses
problemas próximos”.
Geólogo Álvaro Rodrigues dos Santos lança livro durante palestra |
O geólogo e diretor-presidente da ARS Geologia (SP), Álvaro Rodrigues dos Santos, encerrou o ciclo de palestras com
apresentação de seu livro ‘Enchentes
e Deslizamentos: Causas e Soluções’, sobre áreas de risco no Brasil, lançado
este ano. O geólogo elogiou os
profissionais “de alta qualidade” da CPRM que atuam nesse setor, e defendeu a
tomada de medidas preventivas e não apenas emergenciais, falando também dos erros
suscetíveis. “Estamos melhores no ponto de vista tecnológico. Mas temos que
perceber o risco de acomodamento ao enfoque emergencial. Recuperar o foco nas
medidas e ações preventivas e corretivas, que vão evitar a produção de novas
áreas de risco”, explicou. Rodrigues enfatizou a importância da carta
geotécnica e carta de riscos: “a carta geotécnica é fundamental, é o nosso
documento de planejamento”.
Público durante o evento |
O ex-presidente da ABMS, Alberto Sayão, finalizou o evento com uma
avaliação das apresentações, mediando um debate entre os participantes.
Participaram da mesa de debates e palestras representantes do Serviço Geológico
do Estado do Rio de Janeiro (DRM), Fundação GeoRio, Associação
Brasileira de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica (ABMS), Secretaria de
Estado de Obras, Instituto Estadual do Ambiente (Inea) e Ministério das
Cidades.