Sede do CIEG de Morro do Chapéu |
No
final da década de 1980, o Serviço Geológico do Brasil (CPRM), do
Ministério de Minas e Energia, promoveu expedições científicas
objetivando estudos geológicos e a seleção de locais para a
implantação de Centros Integrados de Estudos Geológicos (CIEGs),
onde seriam desenvolvidos cursos de especialização em diversos
aspectos das geociências, para aplicação imediata nos mapeamentos
geológicos.
Uma
dessas expedições foi focada na serra de Jacobina, Chapada
Diamantina e Bacia de Irecê (BA). Após criteriosa avaliação, o
geólogo Augusto Pedreira sugeriu a escolha da cidade de Morro do
Chapéu. O CIEG Morro do Chapéu foi inaugurado no dia 2 de abril de
1987, com utilização de um imóvel alugado.
Agora
o Centro poderá ter um espaço próprio. O deputado federal, Zezéu
Ribeiro (PT/BA) apresentou na Câmara dos Deputados uma emenda no
valor de R$ 300.000,00 para compra de um terreno para construção de
um prédio em Morro do Chapéu (BA). “O CIEG serve de referência,
já que oferece apoio para treinamentos e cursos para profissionais e
estudantes de vários cantos do país, com repercussão nos negócios
e na própria atividade cultural da cidade”, afirmou o deputado
Zezéu.
Para
o coordenador do CIEG, Antônio Dourado, a determinação da atual
diretoria da CPRM de retomar a prática de utilizar o Centro para
ministrar cursos para a equipe técnica, aliada a consolidação do
mesmo como um dos principais instrumentos de relações
institucionais da empresa, justifica plenamente a sua manutenção,
bem como a aquisição de um terreno e a construção da sede
própria, a ser devidamente contemplada com móveis e equipamentos.
Curso sobre Patrimônio
Geológico promovido pela UEFS e ministrado pelo professor Brilha, da Universidade do Minho (Portugal) |
“Além
da CPRM e das universidades, a Petrobras também reconhece o caráter
didático da região, onde realiza frequentes eventos de treinamento.
Esse fato sugere a possibilidade de convênios de cooperação
técnica entre as duas instituições na área de treinamento”,
destacou Dourado.
No
inicio das suas atividades, o CIEG ministrou o Curso de
Aperfeiçoamento em Terrenos Sedimentares para geólogos da CPRM e do
DNPM, o que viabilizou a publicação do mapa geológico da folha
Morro do Chapéu, na escala 1:100.000. e contribuiu para a publicação
do mapa geológico da folha Jacobina, na escala 1:250.000.
No
campo das questões ambientais, realizou dois importantes produtos:
a) Projeto Mapas Municipais de
Morro do Chapéu, que elaborou os seguintes mapas: planimétrico,
infraestrutura e pontos turísticos, climático, temperatura e
precipitação, geológico, geomorfológico, solos, capacidade de
uso das terras, vegetação, riscos do sistema natural,
hidrogeológico e geoambiental, disponíveis em SIG. Também foram
estudados os aspectos espeleológicos;
b) Seleção de áreas para
disposição de resíduos sólidos urbanos da sede municipal.
O
CIEG tem se caracterizado pelo apoio às universidades para a
realização de excursões curriculares de diversos cursos,
propiciando treinamento a estudantes de inúmeras universidades de
todo o país, que aproveitam o potencial didático da região.
Existem registros de 243 eventos realizados com apoio do CIEG e
participação de geólogos da empresa, convidados para guiar os
trabalhos de campo e proferir palestras.
As
universidades situadas no Estado da Bahia lideram a utilização do
CIEG, com 154 eventos. Um dado a destacar é a presença da
Universidade Federal de Ouro Preto, presente em 42 oportunidades.
Também merece registro as presenças da UFRJ, UFES, UFMG, UFMT,
UFPR,UFRRJ, UFRN E UERJ.
“Outro
aspecto interessante é o apoio fornecido pelo CIEG para a realização
de dissertações de mestrado e teses de doutorado na região, a
exemplo do que já foi praticado pela UFBA, UFOP e UEFS. Sempre que
possível os resultados destes trabalhos são incorporados aos
produtos da empresa”, informou Dourado.
Realização de palestra sobre
Geoparques na Câmara
de Vereadores
|
Os
trabalhos da CPRM, com apoio do Centro de Estudos Geológicos,
permitiram o entendimento de que a região de Morro do Chapéu atende
aos requisitos exigidos pela UNESCO para ser aceita como um
Geoparque. “O fato possui grande relevância, já que no Brasil
apenas a região da Chapada do Araripe (CE), teve reconhecido esse
direito, que contribui para o geoturismo, além de cooperação
técnica com diferentes organismos, inclusive internacionais”,
complementou Dourado.