Thales Sampaio apresenta a Conferência Magna no XVII Congresso da Abas |
Durante
aproximadamente 40 minutos, Sampaio prendeu a plateia ao apresentar a
Conferência Magna do Congresso, com uma abordagem criativa e ao mesmo tempo
competente e profissional sobre o tema: A Água Subterrânea no Desenvolvimento
Sócioeconômico Brasileiro.
O
conferencista deu início à sua apresentação utilizando-se de uma metáfora para
demonstrar o que significa a água para a população mundial; e a quantidade e o
percentual da água potável disponível para suprir as necessidades humanas, e
destacou os pontos a abordar na palestra com a temática: água um desafio para a
humanidade; água subterrânea no contexto sistêmico do ciclo hidrológico; a
agenda brasileira em águas subterrâneas; e a contribuição da água subterrânea
brasileira para o desenvolvimento do país.
A partir
da visão global dos recursos hídricos tanto subterrâneos quanto superficiais,
Sampaio estruturou a apresentação em três blocos: o primeiro na abordagem geral
da importância da água para o mundo; o segundo, da necessidade de haver uma
real integração dos agentes públicos responsáveis pela gestão das águas no
Brasil, visando o bem maior que é a garantia desse bem para a melhoria da
qualidade de vida da população brasileira como um todo; e o terceiro abordando
o inestimável trabalho desenvolvido pela CPRM na sua missão constitucional de
gerar e difundir o conhecimento geológico e hidrogeológico, onde mostrou a
importância da trilogia: geologia-hidrologia-hidrogeologia, como áreas
integradas, associadas e complementares.
Ao falar
sobre a importância da água para o planeta, Sampaio indicou quais as
prioridades dos países ao se tratar da água como fator de solução para atender
às populações, demonstrando como está a governança global em recursos hídricos
e a evolução do uso global da água. “Apesar de dois terços do nosso planeta ser
formado por água, apenas 0,008% do total é potável. E, apesar desta quantidade
mínima, ainda assim, grande parte da água potável do planeta está sendo
poluída, contaminada e degradada pela ação predatória do homem”, lamentou
Sampaio.
Em
seguida, o diretor da CPRM falou do Programa Nacional de Águas Subterrâneas
(PNAS), com a atuação de diversas instituições federais e gestores estaduais. O
PNAS tem como objetivos a ampliação do conhecimento geológico, a mobilização
social, comunicação e capacitação, e o desenvolvimento dos aspectos
institucionais e legais. Nesse contexto,
Sampaio lembrou aos presentes que o Sistema Integrado de Águas Subterrâneas
(Siagas), desenvolvido inicialmente pela CPRM, é um sistema que pertence ao país
cujos dados podem e devem ser utilizados, consultados e alimentados por todos
que trabalham na gestão das águas subterrâneas.
Público acompanha atento a Conferência |
Segundo
Sampaio, é preciso que o Brasil tenha uma política de gestão dos órgãos
públicos federais, estaduais e municipais trabalhando de forma sistêmica na
gestão das águas, para que seja possível avançar em questões como a educação da
população para o bom uso e preservação das águas. Sobre águas subterrâneas
versus águas superficiais, ele lembrou que não se pode pensar em processos de
gestão que não contemple a integração das águas subterrâneas e superficiais.
Thales
Sampaio abordou as áreas de atuação da CPRM em ações voltadas para o estudo das
águas no Brasil, como o trabalho de cadastramento de poços; a Rede de
Monitoramento de Águas Subterrâneas, a elaboração das cartografias
hidrogeológicas, os Atlas Digitais em Sistema de Informação Geográficas (SIG),
os relatórios municipais, a Rede Integrada de Monitoramento das Águas
Subterrâneas (Rimas), os estudos de avaliação dos aluviões no nordeste, entre
outras ações. “Entre os produtos expostos no estande da CPRM na VII Feira
Nacional de Águas – que ocorre paralelamente ao Congresso –, estamos lançando o
Mapa Hidrogeológico de Santa Catarina”, destacou.
Finalizando,
ele ressaltou o reconhecimento da Presidência da República ao trabalho
desenvolvido pela CPRM ao longo de mais de 40 anos de atividades, ao definir as
suas ações como estratégicas para a infraestrutura e para o desenvolvimento do
país.
O público
presente aplaudiu de pé a palestra. Segundo Carlos
Eduardo Nascimento, diretor do Departamento de Águas e Energia Elétrica de São
Paulo (DAEE-SP) a palestra chamou a atenção pela clareza de ideias, forma de
apresentação e a empolgação do palestrante que soube seduzir o público. Para
Vânia Bahia, geóloga da Universidade Federal da
Bahia, foi muito relevante a conferência. “Tive a oportunidade de saber o que o
governo está fazendo para melhorar a gestão dos recursos hídricos”, disse. Já o
estudante e morador de Bonito, Marcelo Araújo gostou da apresentação porque foi
didática e de fácil entendimento para pessoas que, assim como ele, estão se
interessando agora pelo assunto.