Ondógrafo
para medição de ondas no rio Negro
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O Serviço Geológico
do Brasil, juntamente com o Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam) e a Universidade
Federal do Amazonas (Ufam), levou para o Amazonas, através do Projeto Remam 2,
um equipamento inusitado para utilização em águas fluviais: o ondógrafo. Feito
para aferir ondas marítimas, será adaptado para pesquisas na bacia amazônica.
O ondógrafo registra cerca
de 20 minutos a cada hora, 24 horas por dia, três informações básicas para
especificar as condições das águas: altura das ondas, período e direção. A instalação
está prevista para este mês, localizada entre duas estações
hidroclimatológicas; a primeira em Jatuarana, a 20 km ao leste de Manaus, e a
segunda na vila de Paricatuba, 15 km a oeste da capital. Ambas possuem sensores
que captam a velocidade dos ventos e a intensidade da chuva. Essas informações
complementam os dados obtidos pelo radar meteorológico que capta a formação de
nuvens de tempestade a 200 km de distância.
Segundo Marco
Oliveira, superintendente regional de Manaus, a equivalência destes dados permitirá
uma avaliação técnica das condições de navegabilidade. “A gente espera
conseguir uma correlação de informações entre o vento e a altura das ondas.
Isso permitirá dar alertas sobre a vinda de tempestade e de formação de banzeiros”,
explica.
Na Amazônia grande
parte dos naufrágios ocorrem em função das condições climáticas que alteram
diretamente o tamanho das ondas. O estudo, que é pioneiro no Brasil, tem como
objetivo principal a construção de um histórico de dados que estabelecerá
parâmetros de monitoramento de eventos climáticos extremos, a exemplo do que vem
sendo feito com as cotas dos rios, e emitir alerta para as embarcações que
trafegam na área.