segunda-feira, outubro 1

Preparada para gerir e enfrentar riscos de desastres


Natália Lopes, a pesquisadora da CPRM que vivenciou a operação de prevenção e alerta para o maior tufão dos últimos 25 anos no Japão.

Natália com o certificado de participação expedido pela JICA.

O Informe CPRM realizou entrevista com a supervisora de Hidrogeologia e Gestão Territorial da empresa, Natália Dias Lopes, a fim de compartilhar as experiências vivenciadas pela pesquisadora no Japão, durante o curso Política Geral de Redução de Riscos de Desastres em Kobe e Tokyo. A capacitação foi promovida e financiada pela JICA (Agência de Cooperação Internacional do Japão) entre os dias 19 de agosto e 15 de setembro deste ano.





Conte-nos a lembrança que mais te marcou durante o treinamento?
Tive a oportunidade de presenciar toda a operação de prevenção e alerta para o maior tufão dos últimos 25 anos. Foi incrível ver a eficiência e sincronia dos sistemas de alerta. A sirene, mensagem por celular, informação na rádio e televisão, tudo funciona perfeitamente. Mesmo eu sendo uma estrangeira consegui entender as informações e tomar medidas para que eu ficasse em segurança até o final do evento.

Alunos assistem à aula de mapeamento de área de perigo
De que forma você acredita que essa experiência contribuirá para o desenvolvimento do trabalho que você executa na CPRM?
A equipe do curso trabalhou em parceria para a construção de um plano de trabalho que deve ser iniciado ainda no ano de 2018. Este plano cria oportunidade de parcerias nas quais é possível desenvolver videoaulas, aumentar o número de municípios com mapeamento de perigo e difundir a metodologia por intermédio do treinamento de geólogos de defesas civis estaduais. Além disso, ter acesso a banco de dados estaduais referente a desastres já ocorridos.

Qual avaliação você faz do curso?
Foi de grande valia para o entendimento de um sistema eficiente de prevenção e redução dos danos gerados em situação de desastres. O Japão é um exemplo de país que convive com diversos eventos extremos e que obteve sucesso na mitigação dos danos gerados. O modelo do treinamento que integra representante das várias esferas do governo e tem como trabalho final um plano de ação conjunta também é uma excelente forma de trabalho, pois aproxima os vários atores que lidam com a questão de desastres.

Natália durante treinamento de salvamento comunitário pós-terremoto
Quais temas foram abordados durante a programação?
Papéis do governo central e locais do Japão na redução de risco e gestão de desastres, papéis de organizações não governamentais, abordagem japonesa frente aos diversos tipos de desastres, estudo da possibilidade de implantação do conhecimento adquirido no Brasil, medidas estruturais relacionadas a movimentos de massa, sistema de alerta em rios, o papel das empresas privadas na prevenção e mitigação de danos etc.

Outros brasileiros também receberam a capacitação?
A comitiva do governo brasileiro foi representada por três membros da Defesa Civil Nacional, dois coordenadores de Defesa Civil estadual de Pernambuco e Paraná, um coordenador de Defesa Civil municipal (Maceió), uma pesquisadora do CEMADEN e uma pesquisadora da CPRM.

Você já conhecia o Japão? O que te causou surpresa em relação à cultura desse país asiático?
Não, foi a minha primeira vez. Sobre a parte cultural é importante ressaltar que os japoneses valorizam a cultura tanto quanto o aprendizado técnico.

A pesquisadora também aprendeu a vestir o quimono japonês
Pedro Henrique Santos
Assessoria de Comunicação
Serviço Geológico do Brasil - CPRM
asscomdf@cprm.gov.br
(61) 2108-8400