terça-feira, março 13

MCTer faz homenagem ao Dia Internacional das Mulheres

Funcionárias da CPRM durante apresentação do grupo GeoTales

Homenageando o Dia Internacional das Mulheres, o Museu de Ciências da Terra convidou o Grupo GeoTales, constituído de alunos da Universidade Federal do Rio de Janeiro - Unirio, que fizeram performance com poesias e lendas paleontológicas sobre empoderamento feminino, cultura indígena e geociências.


Com repertório autoral, contaram sobre a lenda da Pedra da Onça, que fica na Ilha do Governador no Rio de Janeiro, onde uma índia pertencente a uma tribo da região ia banhar-se com seu gato-maracajá de estimação. Um dia ela não voltou do seu banho de mar e o maracajá ficou esperando-a por vários dias. Então os moradores fizeram uma estátua em homenagem. Com essa história, o grupo apresentou o conceito de fossilização, de construção e formação das ilhas, mas também sobre o empoderamento feminino, pois esta era uma índia que usava arco e flecha, sabia caçar, e se colocava à frente dos índios. Esta lenda faz parte de um projeto de geomitologia da América do Sul.

A gestora do museu, Nathalia Roitberg, agradeceu a presença do grupo e falou da importância dessas apresentações para as escolas visitantes: “ é   levar a academia para a prática, o que é realmente raríssimo na comunidade geocientífica”.

Nathalia destacou que a linha de pesquisa sobre o protagonismo das mulheres nas geociências é desenvolvida no MCTer desde 2016 e no ano passado ganhou maior aprofundamento através do empenho da pesquisadora Fátima Maria do Nascimento, inclusive com um trabalho publicado nos anais do 3º Seminário Brasileiro de Museologia em  Belém do Pará. A participação nesse evento, segundo a gestora, simbolizou um momento importante na história do museu através do incentivo do Serviço Geológico do Brasil às interseções necessárias entre história, museologia e geociências.

A geóloga Adriana Gomes de Souza, curadora do acervo de minerais e rochas, relatou, com muita emoção, sua paixão pela Geologia deste a infância e o quanto foi difícil a sua caminhada dentro de uma profissão considerada essencialmente masculina, não só nas salas de aula como nos trabalhos de campo, onde teve que vencer obstáculos até nas acomodações.

“Escolhi ser geóloga desde os nove anos de idade, na época, eu era a única menina a querer fazer faculdade de Geologia no curso de ensino médio e no vestibular, e depois na faculdade, por muitas vezes, eu era a única mulher na sala de aula. No início de minhas atividades de campo tudo era muito difícil, pois tinha que mostrar que estava ali como profissional, imprimir respeito e seriedade, precisava manter uma postura mais forte, mais briguenta, para ser respeitada. Ao longo dos anos, eu fui me moldando, mostrando o meu trabalho e me sensibilizando, não me focando só nas questões de mineração, tão fascinante e necessária e mas também no dano ao meio ambiente e suas formas de controle e mitigação. Fui me especializando em geologia ambiental, com um olhar feminino, atentando a preservação do meio ambiente e também para o lado social, trabalhando na investigação de risco geológico. No início da minha caminhada, ainda estudante, quando vim estagiar no MCTer, me voltei para a distribuição do conhecimento para as pessoas que não tiveram acesso à geociências, tentando despertar nelas o interesse pela Geologia. Hoje, trabalho com educação aplicada à geociências desde o ensino básico, e este é o meu principal desafio atualmente”, finalizou.

Grupo GeoTales
O grupo formado por alunos de Museologia e Biologia, da Universidade Federal do Rio de Janeiro – Unirio, coordenado pela professora Luiza Ponciano, é parceiro do Museu de Ciências da Terra trazendo para as escolas visitantes conceitos de Geologia e Paleontologia buscando o interesse dos alunos pelas Ciências da Terra através de apresentações lúdicas, inserindo a arte para falar de ciência.

Integrantes do Grupo GeoTales


Assessoria de Comunicação 

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