sexta-feira, março 13

Seminário debate consequências da crise hídrica para a mineração

Diretor Thales Sampaio, Alice Castilho e Márcio Cândido, durante o seminário

Com o tema central voltado para o debate sobre a grave crise hídrica principalmente na região sudeste do Brasil, realizou-se, na quinta-feira (12/03), em Belo Horizonte, o seminário: “Água e Mineração: Ameaças e Oportunidades em um Cenário de Potencial Restrição à Utilização de Recursos Hídricos na Indústria de Produção Mineral”.

Promovido pela J. Mendo Consultoria, o evento contou com a participação do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), que apresentou a palestra: “Monitoramento de Estiagem na Região Sudeste do Brasil”, conduzida pelo gerente de Hidrologia e Gestão Territorial da Superintendência Regional de Belo Horizonte, Marcio de Oliveira Cândido, e pela pesquisadora em Geociências, Alice Silva de Castilho.


 José Mendo Mizael de Souza, da J. Mendo Consultoria, 
anuncia a palestra dos pesquisadores da CPRM
Na palestra, os pesquisadores da CPRM apresentaram um diagnóstico da real situação da estiagem que prevalece ao longo dos três últimos períodos de chuvas em Minas Gerais, estado onde se concentram as principais bacias hidrográficas da região sudeste, abrangendo estudos entre 2012/2013, 2013/2014 e 2014/2015. Os estudos mostram que estamos atravessando um longo período de escassez de chuvas na região, com índices pluviométricos bem abaixo das médias anuais, principalmente nas estações chuvosas que se iniciam em outubro e vão até março. Estiveram presentes em nome da CPRM, o diretor de Hidrologia e Gestão Territorial (DHT), Thales Sampaio, o superintendente de Belo Horizonte, Marcelo de Araújo Vieira e pesquisadores.

Um problema global

Segundo os organizadores do seminário, a atual crise hídrica não é um problema apenas local, tampouco de curta duração. Dados do Fórum Econômico Mundial que avalia os riscos globais, classificou a crise de água como a de maior impacto potencial que o mundo irá enfrentar nos próximos 10 anos.

Diante dessa previsão, o seminário teve como objetivo principal levar à indústria de produção mineral, por meio do conhecimento da real dimensão da atual crise hídrica e das melhores práticas de gestão, formas eficientes e organizadas para que a mineração possa absorver os efeitos de um potencial desastre provocado pela escassez hídrica, atual e futura, e se recuperar dos mesmos.

O evento contou com palestras de algumas das principais instituições e empresas voltadas para a pesquisa e monitoramento dos recursos hídricos superficiais e subterrâneos em Minas Gerais e outros estados. Os seguintes painéis foram apresentados:

Alice Castilho demonstra a situação crítica
das principais bacias hidrográficas
em Minas e no Espírito Santo
Painel I - Recursos Hídricos (período da manhã) - Contextualização e Conjuntura. Com os temas: “Água e Economia, Hoje e Amanhã”, pelo professor Paulo Roberto Haddad, ex-ministro da Fazenda e presidente da Phorum Consultoria; “Conformidade Legal em Recursos Hídricos”, apresentada pela diretora-geral do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam), Maria de Fátima Coelho; “Monitoramento de Estiagem na Região Sudeste do Brasil”, por Márcio de Oliveira Candido e Alice Castilho, da CPRM; “Disponibilidade Hídrica, Cenário Atual”, por Alan Vaz Lopes, da Agência Nacional de Águas (ANA).


Painel II - Recursos Hídricos - Gestão e Inovação Tecnológica (período da tarde). Com os temas  “Água & Mineração - Visão Geral", pela professora Maria José Gazzi Salum, da RGS Consultoria; “Filtros desaguadores para Rejeitos e Concentrados”, por Vinicius Vilela, da Facix; “Controle e Otimização da Utilização de Água nos Processos Minerais", por Marco Aurélio Soares Martins, da Cemi Tecnologia de Processos; “Governança da Água na Votorantim Metais”, por Antonio Eymard Rigobello, da Votorantim Metais; "O Uso dos Reservatórios de Águas Subterrâneas na Mineração"; Antônio Carlos Bertachini, da MDGEO Hidrologia e Meio Ambiente.