sexta-feira, outubro 17

Rimas é destaque em debate sobre monitoramento de águas subterrâneas


Maria Antonieta fala da estrutura
e objetivos da Rimas


Um tema se destacou durante o XVIII Congresso Brasileiro de Águas Subterrâneas, que se realiza em Belo Horizonte, de 14 a 17 de outubro: Monitoramento de Águas Subterrâneas: Estratégia para implantação de um modelo cooperativo. O assunto foi programado para ser debatido na mesa-redonda 5, com os debatedores Maria Antônieta Mourão, do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), coordenadora da Rede Integrada de Monitoramento de Águas Subterrâneas (Rimas); por Robert Schreiber, da Advisory Committee on Water Information –Asce/USA; Lineu Rodrigues, da Embrapa; Marília Melo, do Igam-MG; e Adriana Ferreira, da ANA.

Entre as palestras ministradas, Maria Antonieta Mourão apresentou a Rimas, abordando o processo de criação da rede, o desenvolvimento e o atual estágio. Mourão explicou que no início a Rimas era essencialmente quantitativa, mas com um sistema de controle da qualidade das águas. Segundo ela, desde o início o trabalho de monitoramento é feito com equipamentos automáticos instalados nos poços, para a obtenção das medidas dos níveis de água. À medida que cresce o número de poços monitorados, há uma ampliação do uso dos equipamentos. 

A coordenadora da Rimas Maria Antonieta
Mourão no estande da Fenagua

Hoje, as equipes coletam os dados de três em três meses. As análises da qualidade da água são realizadas na implantação do poço e depois é feita a coleta no espaço temporal. Para cada poço são realizadas análises completas. Após esse trabalho os estudos são feitos in loco, em intervalos de seis meses. A frequência dessa análise completa será feita de cinco em cinco anos. Caso o estudo aponte alguma alteração, poderão ser realizadas novas análises completas.

“A rede possui poços monitorados nos principais aquíferos brasileiros”, disse Antonieta Mourão. A distribuição dos poços baseou-se no uso e ocupação do solo, priorizando a demanda por água para o abastecimento humano.  Atualmente, a Rimas monitora 326 poços e tem a previsão de atingir a meta de 425 poços em 2015.

A Rimas foi projetada de forma a permitir a gestão integrada dos recursos hídricos. Os objetivos do monitoramento integrado são: permitir o cálculo do balanço hídrico com base em parâmetros mais consistentes; estimativas de recarga, porosidade eficaz e reservas renováveis para os aquíferos; avaliação do tempo de residência das águas subterrâneas, a partir das respostas do nível d'água e das vazões dos cursos d'água com referência a um evento de recarga; e determinação da relação dos cursos d'água e o fluxo subterrâneo (rios efluentes e influentes).


Os usuários da rede são gestores públicos, perfuradores de poços, pesquisadores, usuários de água, profissionais e estudantes que lidam com recursos hídricos e questões ambientais. As informações podem ser obtidas, em diversas mídias, entre elas o acesso via Rimas, no portal da CPRM.