De
acordo com boletim de monitoramento hidrológico dos níveis dos rios na
Amazônia, divulgado no dia 30 de maio, pela Superintendência Regional de Manaus
(Sureg-MA), do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), o Rio Negro encontra-se 35
cm acima da cota de emergência de 28,94 m. A previsão é que o nível máximo do
Rio Negro atinja 29,60m neste ano, 0,37cm a menos que a cheia recorde
registrada em 2012. Na época o nível do rio alcançou 29,97m.
Os
dados obtidos pelas estações de medição, a partir da cota registrada em maio,
permite prever a magnitude da cheia deste ano, que deve ter pico durante todo o
mês de junho, com a cota ficando entre 29,29 a 29,60m. A estimativa de acerto é
de 89%”, uma vez que o Rio Negro está alguns centímetros acima da cota do ano
passado, que foi de 29,33m.
Situação dos rios na região Amazônica
Segundo
a equipe técnica da CPRM/Sureg-MA, durante o mês de maio a climatologia de
precipitação da região Amazônica mostra os valores máximos de chuva (acima de
200 mm/mês) concentrados na porção norte, incluindo a porção central e norte do
Amazonas, o estado de Roraima, porção norte do Pará, extremo norte do Maranhão
e o estado do Amapá devido à presença da Zona de Convergência Intertropical
(ZCIT).
Os
valores mínimos de chuva segundo a climatologia são encontrados no Mato Grosso
e sul dos estados de Rondônia, Tocantins e Maranhão.
O
boletim também mostra uma precipitação acumulada para 27 dias do mês de maio,
indicando concentração de precipitação no alto Solimões e seus afluentes (Rios
Japurá, Juruá e Jutaí), no extremo noroeste do Amazonas (Cabeça do Cachorro),
litoral paraense e oeste do Amapá com acumulados de até 350 mm. Também no
litoral maranhense (Delta do Mearim) houve acumulados de precipitação com
valores até 450 mm.
Ainda
segundo a Sureg-MA, com base em informações do Center for Ocean-Land-Atmosphere
Studies (Cola), o prognóstico de precipitação, para o período de 28 de maio a
05 de junho, indica a atuação da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT),
podendo gerar precipitação significativa sobre o sul de Roraima, setores norte
e noroeste do Amazonas e centro-norte do Pará. Há possibilidade de precipitação
intensa sobre o sul da Venezuela e leste da Colômbia podendo influenciar o
nível do Rio Negro e seus afluentes. Uma massa de ar seca pode atuar sobre o
Mato Grosso, Tocantins e sul do Maranhão, impedindo a ocorrência da
precipitação nesta região.
No
período de 05 a 13 de junho, o prognóstico indica a possibilidade de
precipitação mais significativa sobre a região denominada Cabeça do Cachorro
(noroeste do Amazonas), Amapá e litoral paraense, provavelmente devido à
atuação da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT). Há possibilidade da
permanência da massa de ar seca sobre o leste do Mato Grosso e sul do
Tocantins.
Também
Foram observados valores de precipitação abaixo de 20 mm sobre o norte de
Roraima (anomalamente seco), leste do Mato Grosso e sul do Tocantins.
Os
dados hidrológicos divulgados pela CPRM são provenientes da rede
hidrometeorológica nacional, operada pela CPRM, por meio de convênio com a
Agência Nacional de Águas (ANA). Os
dados de climatologia foram fornecidos pelo Sistema de Proteção da Amazônia
(Sipam).
Confira os dados das estações
hidrometeorológicas monitoradas pela CPRM na região:
Bacia do Javari –
estações monitoradas em período de vazante;
Bacia do Purus –
estações monitoradas em processo de vazante com níveis dentro das médias para o
período;
Bacia do Negro –
estações monitoradas em período de enchente, no Porto de Manaus, o nível do Rio
Negro está 35 cm acima da cota de emergência (28,94 m);
Bacia do Solimões –
estações monitoradas em pico de cheia, em Manacapuru o Rio Solimões ultrapassou
a cota de emergência (19,83 m);
Bacia do Amazonas –
estações monitoradas com níveis acima da cota emergência, em Parintins o Rio
Amazonas está a 08 cm para atingir o nível máximo registrado na cheia histórica
de 2009; e
Bacia do Madeira –
estações monitoradas em período de vazante com níveis ainda acima do normal
para o período.