10 de dezembro de 2011 - Dia dos Direitos Humanos
No Dia
dos Direitos Humanos, refletimos sobre o ano que termina, ano em que pessoas
marcharam nas ruas para acabar com a desigualdade, a injustiça e a tirania e
para exigir seus direitos e liberdades fundamentais. Em 2011, fomos testemunhas
de profundas mudanças históricas. Em grande número, mulheres, homens e jovens
se reuniram para expressar suas frustrações e opiniões. Buscaram o conforto do
companheirismo para dar voz a seus sonhos e esperanças para um futuro melhor e
espalhar suas ideias através das redes sociais. Fomos testemunhas de uma
mudança na maneira de lutar e reivindicar os direitos e liberdades fundamentais
a que todos os seres humanos têm direito.
Nesta comemoração
do Dia dos Direitos Humanos mantemos o foco nas redes sociais, o que nos faz
chegar a uma conclusão inevitável e emocionante: hoje mais do que nunca as
pessoas podem exercer seu direito à liberdade de opinião e expressão sem
interferência e de procurar, receber e dar informações e ideias graças às
mídias sociais. A possibilidade de difundir informações e ideias está nas mãos
de todos graças aos telefones celulares e às conexões de internet. As ideias
detalhadas na Declaração Universal dos Direitos Humanos, adotada há 63 anos,
podem, agora, se espalhar mais longe e mais rapidamente do que nunca antes na
história.
No Cairo,
depois da revolta inicial em Tahrir Square, fui testemunha do poder das ideias
e das redes sociais, quando me reuni com mulheres jovens líderes. Elas exigiam
dignidade e os mesmos direitos iguais mo caminho da liberdade e da democracia.
Queriam que as mulheres tivessem um papel equitativo na transição e no novo
governo. Durante nossas conversas, elas tinham os telefones celulares em suas
mãos e seus pontos de vista e as reações foram amplificados para além da nossa
sala de reuniões e compartilhados com outras pessoas ao redor do mundo. Quando
voltei ao Cairo, para me reunir com líderes de jovens de toda a região, foi
inspirador testemunhar o lançamento histórico da União das Mulheres do Egito,
composta por 500 organizações não-governamentais que mobilizaram as mulheres em
recente processo eleitoral. O governo recebe sua autoridade a partir da vontade
do povo e a democracia se vê fortalecida com a participação em pé de igualdade
entre mulheres e homens.
Hoje, o
papel das mulheres para a paz e a democracia é celebrado em Oslo, quando três
mulheres recebem o Prêmio Nobel da Paz: Presidente Ellen Johnson Sirleaf, da
Libéria, sua compatriota Leymah Gbowee e Tawakkul Karman do Iêmen. Essas são
três das muitas que, apesar dos enormes obstáculos e riscos pessoais, lutam
pela paz, pela democracia e pelos direitos iguais.
O Prêmio
Nobel da Paz deste ano envia uma mensagem de que agora, no século 21, é o
momento para que as mulheres tenham plena participação e condição de igualdade
em todos os níveis da sociedade. Foi com essa visão que a ONU Mulheres foi
criada no ano passado. Não descansaremos até que as mulheres e meninas
desfrutem dos mesmos direitos, oportunidades e participação. Apoiaremos a
justiça que atenda as mulheres e meninas em todos os países; nos alenta que as
redes sociais difundam a voz da liberdade e da justiça para todas e todos.