O Estado
do Amazonas vai ser contemplado com uma inédita ferramenta para a segurança da
navegação fluvial: o ondógrafo. Mais comum no monitoramento das ondas do mar, o
ondógrafo será instalado em uma área do rio Negro, próximo ao Porto de Manaus,
e terá o objetivo de registrar intensidade e altura dos banzeiros e medir
direção e intensidade do vento. A instalação está prevista para ocorrer no
próximo mês de abril.
A
aquisição do ondógrafo é resultado de um projeto desenvolvimento pelo Serviço
Geológico do Brasil (CPRM), Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam) e
Universidade Federal do Amazonas (Ufam).
Os
recursos no valor de R$1,1 milhão para a aquisição do ondógrafo de uma empresa
norte-americana bem como outros equipamentos, como duas estações
climatológicas, vieram por meio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep),
empresa pública vinculada ao Ministério de Ciência e Tecnologia (MCTI).
Outros
R$400 mil serão destinados a investimentos em pesquisas, incluindo contratação
de bolsistas. O projeto todo é intitulado Rede de Monitoramento Ambiental 2
(Reman).
Orientação
O
superintendente do CPRM no Amazonas, Marco Antônio Oliveira, um dos
idealizadores do projeto, disse ao portal acritica.com que as variabilidades
monitoradas e observadas por meio do equipamento serão repassadas para as
instituições de segurança da navegação e de clima, como Capitania dos Portos e
Defesa Civil.
A
abrangência do ondógrafo (que tem forma de bóia) será desde o Porto de Manaus e
vai até a região da Vila de Paricatuba, no município de Iranduba.
“O
ondógrafo vai intensificar as orientações. Ele ficará fundiado no rio e
transmitirá as variações da amplitude das ondas”, explica o superintendente.
O projeto
também prevê a instalação de um hidroclima, que entre outras funções vai
registrar o nível dos rios de forma automática.
Ventania
O
interesse em adquirir um equipamento e adaptá-lo para as condições
características dos rios teve como insight um fato ocorrido há sete anos,
quando uma série de embarcações veio à pique devido a uma ventania acima da
média e uma forte tempestade registrada na região metropolitana de Manaus.
Conforme
Oliveira, aquela tempestade que virou as embarcações veio do oeste, ao
contrário das normais, que vêm de nordeste.
“Por isso
vamos colocar as estações hidroclimatológicas a montante (oeste) e a jusante
(leste) do ondógrafo, para pegar as duas direções dos ventos”, explicou o
superintendente da CPRM.
Modelo
A
meteorologista Jaci Oliveira, que integra o grupo do Reman, informa que o Sipam
será responsável pela medição da atmosfera. O CPRM vai estudar as variações das
ondas e o nível do rio e a Ufam analisar os impactos destas condições nos
navios e nas populações.
“O modelo
conceitual vai estudar qual o vento que gera o banzeiro e qual o banzeiro que
gera efeito perigoso para as embarcações”, destaca.
Jaci
conta que embora a instalação seja restrita a uma específica, o equipamento
terá um modelo que acabará servindo para o restante de toda a calha do rio
Negro, no Amazonas.
Fonte:
Portal da Navegação.