Em
ato histórico, foi criada a Sociedade Brasileira de Mulheres Geocientistas no
Congresso Brasileiro de Geologia. A Assembléia Constituinte do movimento
Mulheres nas Geociências foi realizada durante o Congresso Brasileiro de
Geologia. Participantes do Comitê de Proequidade de Gênero e Raça do Serviço
Geológico do Brasil estiveram presentes. A representante da CPRM, Lila Queiroz,
foi eleita presidente da Associação que criou a Sociedade.
Com
um time de peso, o Conselho Deliberativo formado por Lila Queiroz (CPRM), Aline
Tavares (UFMG), Larissa Lago (PUC-Rio), Letícia Freitas (USP), Luciana Felicio (CPRM), Mariana Ferreira (SBG), Rosaline Silva (UFMG)
e Gláucia Cuchierato (GeoAnsata) faz parte da primeira turma que deu origem à
Sociedade Brasileira de Mulheres nas Geociências. A iniciativa partiu de
reuniões informais através das redes sociais e ganhou peso com as reinvindicações
de milhares de profissionais que desejavam ser representadas por uma causa que
lutasse por elas. A primeira formação será responsável, principalmente, pela
aprovação do plano de trabalho a ser desenvolvido.
O
objetivo principal da Associação é promover a integração das mulheres que atuem
na área de Geociências no Brasil, além de combater discriminações e violências
baseadas em gênero. As fundadoras pretendem fornecer uma rede de apoio a casos
de mulheres que sofram assédio moral, sexual e racial na execução de suas
atividades dentro das geociências, seja no mercado de trabalho, na academia ou
em instituições e empresas públicas e privadas.
Entre
as comissões permanentes da associação estão a de Desenvolvimento de Políticas
Educacionais, de Assuntos Regionais e de Desenvolvimento de Políticas de
Igualdade de Gênero.
Lila Queiroz conta emocionada que essa luta é antiga.
“Nos últimos cinco anos têm sido formados grupos de mulheres com o foco em
lutar contra as desigualdades nas geociências. Esse gesto é reconhecido por
homens e mulheres, incluindo o nosso diretor presidente no discurso de abertura
do congresso. Nós estamos muito orgulhosas por fazer parte dessa data
histórica”, comentou. Ela contou para a CPRM a história da criação em detalhes.
A
criação do documento contou com a colaboração das participantes do evento. A geofísica Ana Patrícia, presente na
assembleia, apoia a iniciativa. “Acho muito importante, porque a gente ainda
tem muita coisa para lutar entre igualdade de gênero”, comentou.
Outra
participante, Manoela Paz, conta que já sofreu assédio e apoia a criação da
Sociedade. “Já sofri assédio e abafaram o caso na empresa em que eu trabalhava.
Me senti muito mal e desamparada. Infelizmente é comum a discriminação até mesmo
de cargos e capacitação profissional. Espero que a Assembléia consiga lutar por
nossos direitos, comentou.
Para
Cinara Santos, integrante do Comitê de Gênero da CPRM, a iniciativa promoverá o
empoderamento e contribuirá para diminuir as desigualdades e aumentar as
oportunidades das mulheres no mercado de trabalho. A associação pretende ainda
fortalecer, promover e desenvolver políticas de suporte que visam diminuir as
desigualdades étnicas e raciais e promover a igualdade de gênero e salarial.
Com
a criação da Sociedade, estão previstas a participação e realização de
congressos, exposições, cursos, seminários, oficinas e palestras para desenvolver
o conhecimento geocientífico voltado para mulheres com a divulgação e discussão
de assuntos pertinentes aos objetivos da entidade.