O
Escritório do Rio de Janeiro do Serviço Geológico do Brasil sediou o Seminário
de Gestão de Resíduos Sólidos nos dias 11 a 15 de setembro, com o objetivo de
abordar os problemas relacionados aos resíduos de maior impacto gerados em
nossa sociedade, como os recicláveis, orgânicos, serviço de saúde e
industriais. O seminário foi em parceria com o Projeto Compartilhando Ideias
Sustentáveis, que reuniu os órgãos das três esferas da administração pública do
Estado do Rio de Janeiro, para, de forma gratuita, fomentar a sustentabilidade
e oferecer capacitação, buscando conceitos atuais de responsabilidade
socioambiental.
Ana
Paula Petito, Coordenadora da
Comissão Nacional de Sustentabilidade
e Coleta Seletiva Solidária da CPRM
|
As boas-vidas foram dadas pela chefe do
Departamento de Recursos Humanos, Alessandra Villar, que representou o Diretor
da área de Administração e Finanças, Juliano Oliveira.
Durante
a semana, os mais variados temas sobre sustentabilidade fizeram parte das
palestras, mostrando aos espectadores a gama de trabalhos desenvolvidos na
área, sucessos e dificuldades, bem como conceitos e legislações, buscando
soluções para o gerenciamento adequado de resíduos sólidos, o que tem sido um
desafio para os setores público e privado.
Ana Paula Petito, Coordenadora da Comissão Nacional de
Sustentabilidade e Coleta Seletiva Solidária da CPRM, ministrou palestra sobre
a experiência no treinamento e coleta solidária na empresa, e o êxito alcançado
com o processo, bem como exibiu o documentário “Lixo Extraordinário”,
finalizando com um bate-papo com um dos integrantes do filme, Tião Santos. “O
objetivo do treinamento foi apresentar,
de forma prática e objetiva, a metodologia utilizada pela CPRM aos demais
órgãos públicos do Rio de Janeiro, para que os mesmos possam implementar a
Coleta Seletiva Solidária de uma maneira mais eficaz”, ressaltou Petito.
Documentário “Lixo Extraordinário” e
mudança de vida
Tião
Santos, presidente da Associação
dos Catadores do Aterro Metropolitano do Jardim Gramacho
|
Este
documentário retrata o trabalho do artista plástico Vik Muniz com os catadores
do lixão Jardim Gramacho, que é o maior da América Latina, onde utilizou
materiais encontrados no lixo para formar imagens dos trabalhadores locais,
retratando a realidade de extrema pobreza dessas pessoas e os problemas
ambientais.
Quanto
a Tião Santos, ele desde criança viveu no lixão, junto com seus familiares, e
hoje é o presidente da Associação
dos Catadores do Aterro Metropolitano do Jardim Gramacho, e que lutou para que o
aterro fosse fechado e todos os catadores indenizados pelo tempo de serviço
prestado. “O meu sonho sempre foi mudar a minha comunidade”, salientou.
Após o lançamento do documentário, Tião começou
a dar palestras em empresas nacionais e internacionais, como também em escolas sobre
coleta seletiva e lançou livro sobre sua trajetória.
“O
brasileiro entende de sustentabilidade tanto qualquer cidadão do primeiro mundo, só que na hora de
por em prática eles conseguem e nós não por falta de infraestrutura, de
planejamento. Temos que mudar nossa cultura. Se destinarmos o nosso resíduo corretamente ele vai ser
fonte de inclusão social, cidadania,
geração de trabalho e renda para as pessoas. São pequenos gestos que fazem a
diferença”, finalizou.
A
importância da participação voluntária de Tião Santos no seminário se deu pelo
seu engajamento no tema de sustentabilidade, visto que apesar de ser uma figura
representativa e ter sido indicado ao Oscar, por conta do documentário “Lixo
Extraordinário, manteve as raízes em sua comunidade de origem, reivindicando e
lutando pelos direitos dos catadores.